MAGAZINE SHOP BLUES

OFERTAS FANTÁSTICAS

quinta-feira, 9 de abril de 2015

VIRTUDES - BODAS DE DEDICAÇÃO

VIRTUDES
BODAS DE DEDICAÇÃO
Dia destes, ao final de uma missa, o padre foi dar a bênção especial para um casal que comemorava 25 anos de casamento. Observei os dois, seus filhos, o jeito como o marido olhava a esposa, talvez com a mesma admiração (ou mais), de quando se conheceram. Ela retribuía com um olhar sereno e um sorriso que transmitia paz. Eu sou mesmo “Maria chorona” e não me envergonho disto. Choro quando tenho vontade, não como dramalhão mexicano. Foi inevitável dar uma choradinha básica. Emocionar-se não é ser piegas e ainda que fosse não há por que me preocupar com isto.
O casal selou seu amor, todo mundo bateu palma e a gente reacendeu a esperança. Voltou a enxergar que o amor está em toda parte e que pode sobreviver, haja o que houver. Eu me sentia satisfeita em poder ver aquilo, por mais simples que tenha sido. Depois da bênção final e de o padre ter deixado o altar, a senhora que estava ao meu lado disse: “A gente não conhece, mas se emociona né?”. Ela queria falar. Talvez todos quisessem, como forma de liberar o grito sufocado de “eu ainda acredito no amor”.
Ela virou-se para mim e contou que não deu tempo de comemorar bodas de ouro com o marido. Ele morreu dois anos antes de selar os 50 anos de união. Seus olhos se encheram de lágrimas, a voz embargou. Eu ali como uma desconhecida, mas irmanada naquela saudade, como qualquer ser humano que enxerga e sente a dor do outro. Dei-lhe um abraço que pode ter sido melhor que mil palavras que eu não saberia e nem poderia dizer. “Mas, juntando os 48 anos de casamento e o namoro, de seis anos, deu mais de 50!”, disse-me ela, mais resignada com o que não se pode mudar.
O amor não mudou desde a nossa existência. As pessoas é que decidiram confundir amor com apego ou qualquer outra coisa que seja. Há gente que casa apenas para cumprir exigências sociais e religiosas. Mal sabem o que sentem.  Só assinam um contrato. É como chegar o Verão, pagar meio ano de academia e aparecer só na primeira semana. Há gente assim: nunca está presente de verdade. Não tem dedicação alguma. “Porque acordar cedo dá preguiça”. E para alguns há preguiça de amar, de se comprometer. E aí a união vira um mero contrato de aparências com carimbo de validade. Depois, segue para a partilha de desaforos e dos bens materiais que sempre se sobrepujaram a qualquer sentimento.
Que hoje, os que não estão bem em seus casamentos possam despertar de seus erros e repensar suas atitudes. Que os que planejam casar-se tenham consciência de que contrato por contrato, já basta o da academia, da escola de idiomas, do aluguel. É preciso mais que assinar um papel e reconhecer firma para ser feliz consigo mesmo e com alguém do lado. Dedique-se! E comemore bodas, hoje e sempre!

Mônica Kikuti

Nenhum comentário:

Postar um comentário