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terça-feira, 14 de abril de 2015

virtudes - NO ENVELOPE

VIRTUDES
LEITURA
No envelope
O tempo já não me convence e tampouco convém.
No mundo, o giroflex da inconcordância está ligado. Há sirene, há aviso. E quem não ouve nada.
O que é que a gente faz quando não se sabe o que fazer, para onde ir e onde ficar?
O que é certo e o que é errado? O que fica e o que some?
A transitividade das coisas está por aí.
A finitude desavisada, que marca um fim sem começo, também.
Não se quer dizer... e o silêncio é preciso. Quiçá precioso.
E você nega a comida. Por quê? Um silêncio sem resposta.
A barriga cheia doía. A mente cheia nunca se esvazia.
No copo, um pedido de café com leite, enquanto o céu não mostra quem sou eu, sem neblina, fuligem, névoa.
Simplesmente transparente.
Para onde iremos?
Quem é que vai dizer, se não você?
Parecia até que toda uma vida se limitava a documentos no envelope pardo.
E já não consigo olhar para ele.
Quero um guepardo.
Viagem ao infinito.
E tudo que não diga o óbvio.
E nada que convença, mas talvez converta.
Lágrimas ou um papel em branco.
Só para eu ter de escrever.
De novo.

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