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quinta-feira, 9 de abril de 2015

VIRTUDES - A MAGIA DE VIAJAR

VIRTUDES
A MAGIA DE VIAJAR
Estive viajando nas últimas semanas e viajar para lugares desconhecidos é sempre uma oportunidade para o novo entrar na nossa vida. E assim tudo fica ainda mais bonito: há cores novas, aromas, paisagens, gostos, gente. Uma cultura que nos deslumbra a partir de mínimos detalhes, porque estamos dispostos a conhecer e nos reconhecer.
O Leste Europeu traz paisagens magníficas, palácios exuberantes e uma história sofrida, porém recordada em monumentos que emocionam não só pelo que exibem, mas pela conservação que atravessa séculos. Senti o vento à margem do Rio Danúbio, provei salsichas gigantes, assisti a concertos com as peças que mais me emocionam em toda uma vida. Visitei museus espetaculares, me embrenhei na história cada vez mais apaixonante por onde estive. E assisti ao teatro negro (The Black Light Theatre), algo muito tradicional e peculiar de Praga, na República Tcheca. Na montagem baseada em “Alice no País das Maravilhas”, a personagem principal parecia flutuar diante do público, criando uma magia incrível. Era como reintegrar a fantasia que a gente precisa no dia a dia, para sentir a magnitude da arte e do inesperado. Para poder rir como criança, sem medo, remorso ou identificação com aquela manjada e limitadora frase: “você não tem mais idade para isto!”. Quem é que pode dizer qual é o nosso limite, se não nós mesmos?
As pessoas, no geral, se limitam à idade, como se cronologia fosse impeditivo para poder desfrutar das coisas da vida (desde as mais simples) ou para experimentar novas emoções. Há limitações em algumas fases, é verdade, mas isto não quer dizer que tenhamos que nos furtar do conhecimento, que tenhamos de abdicar de desejos como se não houvesse outra coisa senão a resignação.
Embora os anos tenham passado e um universo de coisas maravilhosas tem se descortinado na minha vida, ainda me custa correlacionar a minha idade cronológica com a idade que sinto ter. E isto não tem a ver com imaturidade, mas com a espiritualidade, onde o tempo não existe, onde se é o que é, com os desejos renovados e cheios de bons fluidos para si e para o mundo. A vida é um instante que precisa ser bem vivido, com a magia e aqueles sentimentos lindos e genuínos que nos remetem às crianças.
Viaje mais. Faça viagens para dentro de si e para o mundo que existe aí fora. Conquiste. Desbrave. Emocione-se. Não deixe para depois o que está diante dos olhos. Observe, sinta. Prove. Aprove. Reprove, se for o caso. Mas, não deixe de fazer algo que o seu íntimo pede. Algo que pode ser pequeno, mas é todo teu. Do teu mundo, das tuas viagens, do teu patrimônio. Único e inviolável. Seja livre e viaje sempre (e mais)!

Mônica Kikuti

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