VIRTUDES
DO OUTRO LADO
A manhã despertou com preguiça. Era
dia de novo.
No livro de cabeceira, a frase inquietante
com a sede dos instantes.
Fazia calor nos pensamentos e na vida
lá fora.
Nos passos rápidos, as inspirações se
descolavam no asfalto enquanto o gato preto estirava o corpo. Preguiçoso!
As flores já não eram mais as mesmas.
Talvez tenham se hidratado com o choro recorrente de quem por ali passou. É
verdade... Tem chovido mais no canto dos olhos do que no solo.
Um deslize nas pequenas pedras e o
risco de queda apareceu como alguém que quer derrubar.
Há quem queira derrubar muralhas.
Talvez porque o amor esteja do outro lado. Olhando tudo, sem poder fazer nada.
Mantendo distância enquanto o tempo passa, querendo derrubar os castelos de
areia.
E o vento trouxe um perfume.
De alguma muralha por aí.
De algo ou alguém do outro lado.
Que poderia estar aqui.
Se não tivesse uma muralha.
Mônica
Kikuti
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