HISTÓRIA
DIA DA ABOLIÇÃO
DA ESCRAVIDÃO DOS ÍNDIOS – 1º DE ABRIL 1680
Agricultores prisioneiros das leis
De modo a inserir o índio no processo de colonização os portugueses
recorreram a três métodos.
O primeiro consistia na escravização
pura e simples, na base da força, empregada normalmente pelos colonos.
O outro criava um campesinato
indígena por meio da aculturação e destribalização, praticadas primeiramente
pelos jesuítas, e depois pelas demais ordens religiosas.
O terceiro buscava a integração
gradual do índio como trabalhador assalariado, medida adotada tanto por leigos
como pelos religiosos.
Durante todo o século XVI e início do
XVII os portugueses aplicaram simultaneamente esses métodos. Naquele momento
consideravam a mão-de-obra indígena indispensável aos negócios açucareiros.
A Coroa portuguesa ficava dividida.
Considerando os indígenas como súditos, era legal e moralmente inaceitável
escravizá-los. Mas a realidade ditava-lhe essa necessidade.
O valor da Colônia centrava-se, cada
vez mais, na grande produção açucareira, e esta, para ser lucrativa, exigia um
grande contingente de trabalhadores escravos.
Como no Brasil havia grande
possibilidade de utilizar o indígena como mão-de-obra, e os senhores de engenho
não dispunham de recursos suficientes para importar africanos, a melhor opção
era mesmo usá-la.
Assim, a Coroa portuguesa, apesar de
ter começado a criar em 1570, uma legislação para proibir a escravização
indígena, deixou suficientes brechas na lei para não extingui-la de vez, o que
afetaria a produção açucareira e, conseqüentemente, reduziria seus lucros.
O período de 1540 até 1570 marcou o
apogeu da escravidão indígena nos engenhos brasileiros, especialmente naqueles
localizados em Pernambuco e na Bahia. Nessas capitanias os colonos conseguiam
escravos índios roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em suas guerras
e, também, atacando as próprias tribos aliadas. Essas incursões às tribos,
conhecidas como "saltos", foram consideradas ilegais, tanto pelos
jesuítas como pela Coroa. Mas o interesse econômico falou mais alto e, dessa
forma, fazia-se vista grossa às investidas.
O regime de trabalho nos canaviais
era árduo.
Os jesuítas pressionaram a Coroa e
conseguiram que os senhores dessem folga aos índios aos domingos, com o
objetivo de que assistissem à missa.
Mas, esgotados pelo ritmo de trabalho, eles preferiam descansar ou ir
caçar e pescar, como forma de suplementar sua alimentação. Muitos senhores não
atenderam a essa determinação régia e os índios continuaram trabalhando aos
domingos e dias santos.
Tentando resolver essa situação, os
jesuítas intensificaram as ações contra a escravidão, promovendo intenso
programa de catequização nos pequenos povoados e aldeias da região.
Se no tempo da colonização do Brasil
os escravos eram os negros trazidos da África e os índios brasileiros, agora
mais do que nunca são prisioneiros das leis equivocadas vem sendo o indefeso
agricultor que não manda mais na sua própria propriedade, a exemplo da
legislação ambiental e as invasões de grupos por busca de terra apesar de serem
produtivas.
Os empresários rurais deveriam
receber melhor incentivo e menos atos burocráticos que prejudicam este que é o
setor produtivo em proveito da balança comercial, pois se o interior não planta
a cidade não come. De nada adianta falar de crise se a realidade ambiental em
nossa região sul do país é outra, pois acabam mandando na propriedade do
agricultor e punindo-o com rigor, ainda as margens dos rios e riachos que
cortam as cidades muitos pagam impostos, porém, não lhes é permitido
construir.
Aldo
Azevedo
http://www.adjorisc.com.br/jornais/otempo/editorial/dia-da-aboli-o-da-escravid-o-dos-indios-1-de-abril-1680-1.686566#.VSFQX9JdVA0
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