VIRTUDES
Por uma escolha
Todos os dias vejo que há duas
opções: amar ou desamar. Gritar ou silenciar. Perdoar ou ir à desforra.
Construir ou destruir. Acolher ou maltratar. Abraçar ou apunhalar. Culpar ou
desculpar.
Por que há tanto
desamor no mundo? Por que é tão difícil as pessoas saírem de seus casulos, de
seus confortos e construir alguma coisa que preste, além de inimizades,
desgotos, rancores, angústias?
A resposta é: não temos
sido e nem tido amor. Temos perdido o foco de nossa existência na terra.
Confundimos a vida com uma guerrilha, onde só nos satisfaz o sentido de
vitória. Matamos tudo. Matamos até a saudade, o tempo. E não vivemos!
Por que não viver o
amor? Não viver a saudade? Não viver o tempo? Matamos o tempo todo, ou seja,
não aproveitamos... Porque muitas vezes, um encontro que poderia ser para viver
a saudade vira o contrário: as pessoas discutem, brigam, culpabilizam uma a
outra. Não desfrutam do momento. Matam, literalmente, o tempo, com crueldade
dos piores psicopatas, justamente, porque nem têm noção do que fizeram. Não têm
remorso. Já é uma rotina. Acabar com tudo.
Mas, vem o vazio... E ele aniquila. Constrói uma culpa homérica,
até que tudo recomeça. E a gente não percebe que havia uma oportunidade de ser
diferente.
Onde foi parar a
ternura, daquele abraço gostoso? Do olhar de admiração? Da mão estendida para
acolher e doar? Onde está o conforto de estar dentro de si e sentir que aquele
lugar é único. Porque somos seres de luz. Mas, tanta gente tem se apagado em um
blecaute contínuo, de toda uma vida. E isto é justiça divina? Não, é uma
injustiça consigo mesmo. Porque há sempre duas opções. E a gente, muitas vezes,
escolhe a mesma por tanto tempo que não sabe mais que existe a outra. E ela
está ali, diante dos olhos. Mas, é preciso tomar consciência e preencher-se
dela, ao invés de esvaziar-se para tudo de bom que a vida nos oferta. De graça.
Em graças.
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