TEOLOGIA
PARABOLA
O
ARTESÃO EM MADEIRA E O TRONCO I
Certo dia alguém chamou o
artesão em madeira e disse:
- Visite o JARDIM abandonado na colina e provavelmente
encontrará o que procura.
Após alguns dias, o artesão
subiu a colina até o jardim abandonado. Chegado ao JARDIM observou que uma das
árvores, a grande paineira, havia sido cortada e o troco espalhado pelo chão em
vários pedaços; grandes e pequenos, até seus galhos haviam sido cortados em
pedaços menores.
Ficou por alguns instantes
observando a cena... Cada pedaço, cada tora do tronco, pedaços grandes e
pequenos. Todos secos com marcas de deterioração por causa do tempo, das chuvas
e do sol, com auxílio de insetos e vermes agindo na degradação da matéria; logo
não restará mais nada, só a lembrança. Na sua observação e aparente procura por
algo que lhe interessasse para seu trabalho; o artesão olhou para uma sombra de
outra árvore e entre o amontoado folhas viu um pequeno pedação de tora da
paineira.
Chegou mais perto para observar
melhor e então viu um grande potencial para uma peça maravilhosa. Pegou-a com
cuidado, pois a pequena tora possuía ainda vários e grandes espinhos em sua
casca. Colocou-o em sua cavalgadura e levou para casa.
Já em casa, colocou-o em um
lugar limpo com bastante sol, para que secasse e os insetos, vermes e
decompositores fossem expulsos da pequena tora pelo calor do sol. Isso se
repetiu por vários dias. Diariamente, levava-o para fora ao sol e ao entardecer
recolhia-o. Passaram-se até algumas semanas. Até que a tora estivesse bem seca
e livre dos decompositores.
Certo dia tomando a tora
levou-a até sua bancada de trabalho. Pegou com bastante cuidado e com os
equipamentos de proteção: luvas, óculos. Então tomou as ferramentas adequadas
para iniciar o seu trabalho: formão e martelo. E com estes começou a retirar a
casca grossa com os espinhos. Sendo retirada a casca e os espinhos, ficando só
a madeira, percebeu que estava certo quanto a sua obra, no momento em o viu.
Ainda estava todo sujo, cheio de defeitos. Todavia, o artesão ainda o colocou
no sol por mais alguns dias, para que terminasse de secar a umidade devido ao
início da putrefação.
Após alguns dias, o artesão
tomou-o novamente levando a pequena tora á mesa de trabalho. Desta vez, com
luvas, máscara, óculos, lixas diversas, escova e lixadeira. Então começou o seu
trabalho, lixando o pequeno tronco. Retirando toda sujeira, por várias horas.
Ora mais leve, suave outras vezes com mais vigor. Alternado lixamento e
escovação para observação da aparência que ora começava a surgir. Logo começou
notar a beleza da madeira escondida pela podridão dos agentes e do tempo.
Algumas vezes, parecia que a
lixadeira levava algum golpe, então com mais cuidado e intensidade voltava a
lixar aquele ponto, até ficar no ponto esperado pelo artesão. Esse trabalho de
limpeza levou vários dias até que a pequena tora deixou aparecer sua beleza e
seu perfume, pois cada madeira ao ser limpa tem um perfume característico. Só
então com uma lixa bem fina começou a última limpeza. Com pano limpo embebido
em solvente terminou a limpeza retirando todo resquício de poeira. Lavou o
local e a mesa de trabalho.
Então começou a envernizá-lo,
várias camadas até que ficou perfeito e muito brilhante, mostrando toda a
beleza da madeira, colocou um suporte e deixou-o em uma estante em local de
destaque em sua casa.
EHV