VIRTUDES
Névoa da madrugada
Os
olhos trazem consigo a amargura cotidiana de um aprisionamento intenso. Não
chora, não ama, só reclama.
A amabilidade vai minguando enquanto as mesmas frases
chegam com a conhecida e inegável raiva do mundo.
Tem gente que já não é mais o que era. Tem gente que
mora num mundo próprio. Que não tem rosa, nem pequeno príncipe. E nem
princípios. Só indícios. Do fim.
Chego à janela e enxergo que a
vista é nublada. Uma névoa recobre a mente. De quem não sente, nada mais do que
aquilo que não é para se sentir.
Falta-me paciência. Eu peço. Mas, nem sempre o universo
é tão generoso.
Sufoca-me a avalanche das
mesmas indisposições relatadas. O que temos diante de nós?
O que se faz para se perder, já
que não se encontra nada?
O dia segue como noite nas mentes doentes, carecidas da
esperança esquecida. Retorcida no meio de tantas angústias.
Infundadas.
À tona, meus mais nobres sentimentos. Aprofundando a
superfície rasa.
Quero minha casa!
Penso na borboleta juvenil a desbravar recônditos,
voando desmedidamente sem ter um pouso obrigatório.
Aventuras, por favor.
Novidades.
Voos altos.
Sobre a névoa.
Da madrugada.
Insone..
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