VIRTUDES
Ao
universo, minha luz!
Acordei, mas ainda havia tantos sonhos dentro de
mim... Sonhos que não eram frutos da noite. Eram frutíferos.
Acordei,
mas havia uma ânsia de recostar-me mais um pouco. De parar as imagens. De
respirar profundamente um ar de novidades. De despertar o amor adormecido. De
deitar, mas, de olhos bem abertos, saborear as passagens da minha vida. Tão bem
vivida, até então. Até hoje. Até agora. E o que é bem viver? Cada um sabe, à
sua maneira. E a minha é toda minha, embora seja tão partilhada com gente que
se gosta.
Despertei,
mas lancei ao universo os meus sonhos. Pedi mais amor. Pedi surpresas. Pedi
presenças. Sentenças. Justas.
Pedi que o
vento me trouxesse aquelas palavras que espalhei por aí. Por onde estive. Por
onde ainda estarei. Pedi tudo para recolher e escrever na areia. Para apagar
tudo depois. Até porque quero escrever tudo de novo. Agora.
Pedi a luz
infinita dentro da alma. E o universo me respondeu: "- Você já tem".
E eu me aqueci com aquela luz que estava detrás de tantas outras coisas que eu
não usava. Corri para abrir todas as janelas daqui de dentro, para que minha
luz se espalhasse, infinitamente, dentro de mim. E foi tanta luz que eu passei
um pouco para você. Para reacender a sua, um pouquinho apagada, é verdade. Mas,
como o sol nasce para todos, a luz também nasce.
Toma cá
minha luz. E espalhe a tua. Por onde quer que estejas. Por onde quer que
caminhes. Nas tribulações, nas injustiças, na incerteza, no desamor. Na dor, no
calor. No dia quente. No dia de raiva. Não a apague. Lance a sua luz ao
universo. Acalente-a. Por todo o caminho. Durante o sonho. Durante a
vida. Mas, na certeza de que agora ela não se apaga. Nunca mais.
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