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terça-feira, 2 de julho de 2013

EDUCAÇÃO - Em educação, o Brasil perde de goleada e ninguém dá bola.

Educação
Em educação, o Brasil perde de goleada e ninguém dá bola.

Como milhões de brasileiros comemorei mais um título na Copa das Confederações. Foi, de fato, uma excelente exibição. Entretanto, a invejável posição de sucesso, conquistada por nossos atletas, tem um alto preço e merece uma atenção especial.

Uma das grandes causas da fama destes meninos que cada vez mais cedo viram ídolos milionários do futebol é o fracasso do sistema escolar brasileiro. 

Ter um "escolhido do céu", como são designados estes garotos, é um sonho alimentado por milhões de famílias. Basta uma bola nos pés e a cabeça bem longe das escolas. Esta foi a conclusão do jogador Henry, da seleção francesa, ao certificar que a vantagem dos jogadores brasileiros é que, desde pequenos, não fazem nada senão jogar bola, na rua, nas praias ou em qualquer terreno baldio - vale tudo para se "bater uma bolinha" - enquanto os europeus se ocupam em estudar.

Quem não quer mergulhar em fortunas milionárias como um Neymar Jr., um Fred ou um Paulinho?

O assunto carece da atenção à altura de sua gravidade. Afinal, a base do desenvolvimento de um povo é a educação  - e sabemos que a infância e a juventude dos meninos brasileiros há tempos são poupadas de qualquer estímulo no ensino. 

Cria-se um sonho utópico de se gerar um produto exportação, capaz de suprir os devaneios consumistas de pais, filhos, cunhados e agregados. É sabido que, para isso, não é preciso saber ler ou escrever - nem mesmo para se expressar  na mídia. 

Entretanto, pouco é publicado acerca do alto índice de indigência dos ex-jogadores que não souberam administrar suas vidas após a efêmera fama. Ficam ao léu, expostos à piedade pública. Quando o dinheiro se esgota chegam a rejeição, a droga, o álcool, a depressão, o desespero e, por vezes, a própria morte.

Nós, brasileiros, já nascemos de olho no futebol. Nas Copas exigimos a perfeição como a Grécia de seus guerreiros. Entretanto, o placar aponta que há 87 países no mundo onde a educação é mais valorizada. O Brasil perder de goleada neste ranking não faz a menor diferença - ao menos para os gestores - que sequer tomam conhecimento de um fato tão relevante à nação. 

Mas o povo está atento e sabe que só a qualificação da educação brasileira e a valorização dos seus profissionais manterá este gigante em pé.

Professor José Maria Cancelliero
Presidente do Centro do Professorado Paulista

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