VIRTUDES
Gotas
de agonia
Em relatos recentes, ouvi um pouco de
tudo. É notório e notável que somos muito diferentes e que é mais fácil achar
solução para o problema dos outros do que para os nossos. Algo que nos une em
nossas diferenças e que achei mágico em ter uma tardia, porém, importante
constatação, é de que todos queremos ser felizes. Queremos amar e sermos
amados. Isto é fato.
Mas, na vida aparecem
as frustrações, que nos fazem agonizar em nós mesmos. Isto é tão cruel. É como
uma morte a conta gotas, quando já não se reconhece nada do que é bom e tudo
evolui para uma depressão contínua. Para uma amargura renovada em todo
amanhecer. Para um choro incontrolável, que não verte lágrimas, mas machuca por
dentro, cavando buracos intermináveis. E sentimentos sem compaixão chegam como
aprisionamento. Há uma perseguição de pensamentos, que descompassam e destroem.
Auto-destroem.
E eu ainda digo que é preciso entrar. Sentar. E sentir-se à
vontade com a gente mesmo. Sentir vontades de transformar. De mostrar para tudo
isto que aprisiona, que a felicidade é livre. Que ela brilha diante de um céu.
Seja de noite ou de dia. Ela é gigante, embora pareça pareça tão pequena e
distante.
É preciso sentir a vida
pulsando. É preciso ouvir-se. Aquela voz da gente que pede socorro e, de tão
fraquejante, é preciso silenciar-se para poder escutá-la. Há sempre solução.
Não há dias em vão. Não há suspiros, soluços, respiração que não tenha um
motivo. O que não se deve é entregar-se às lacunas e ficar sempre no vazio de
tudo. Sempre esvaziando-se do que faz bem e enchendo-se de amargura.
Acorde. Cante uma
música. Dentro de si. Repare-se. Para o amanhecer. Para o entardecer. Para a
noite. Seja seu travesseiro. Seu veleiro. Sua vitória.
http://cabecaliberta.wordpress.com/2013/07/16/gotas-de-agonia/
Nenhum comentário:
Postar um comentário