VIRTUDES
DESFAFENDO FEITIÇO
O feirante já me desejou Feliz Natal.
Tomei um susto: mas, já??? É...já estamos na reta final do ano. E amanhã é Dia
das Bruxas. O tempo passa sem dar fôlego. E a raiva das pessoas é tão contínua
como a falta d’água. E falta de tudo um pouco nestes corações sem esperança.
Está chovendo pedra como nunca se
viu. Basta uma opinião divergente e as pessoas se digladiam como se não
houvesse alternativa a não ser xingar, ofender a mãe, desfazer amizades. Tem
gente querendo dar uma de mandachuva também, em todo momento, em todo lugar,
seja no campo virtual, no real... Mas, chuva que é bom, com água lá do céu,
nada!!!
Há gente enfeitiçada por aí,
envaidecida demais. A bruxa está solta. E os feitiços também. Mas, se
esqueceram da magia da vida, desta coisa toda que dá um negócio no meio do
peito. Não, não é infarto! É coisa boa, destas gostosuras que a gente se
encanta, que a gente quer sempre, como uma história cheia de aventura, mas com
tanta coisa divertida, com tanta descoberta positiva, que nos faz rir e desejar
o bem. Simples assim.
Há muita gente adversária, que
poderia aceitar o adverso, num simples aperto de mão. Não sei como há tanto
fôlego para brigar e tanta preguiça de fazer o que dá menos trabalho e mais
satisfação. Que haja uma chance a mais para o encontro ao invés da perda. Por
favor.
Há gente metralhando com
palavras. Cochicham a todo instante.
“Porque fulano é isto”. “Ciclano é pior ainda!”. E para onde vai a harmonia que
todo mundo quer para sua vida, para o seu trabalho, para o mundo?
Há harmonia em falar mal dos
outros. Basta prestar atenção nas
conversas de duas ou mais pessoas, no geral. Elas estão mesmo numa harmonia tão
grande em fazer fofoca que não se dão mais conta. E não deveria ser uma outra
harmonia, desta que faz música, que traz aquele conforto, ao invés de maldição?
O sinal vermelho está reluzindo.
Há muita maldição e maldizer. Há
gente enfeitiçada com isto. Gente enfeitiçada e sem encanto nenhum. Vazia e
cheia ao mesmo tempo. Com fome, mas tendo o que comer.
Para desfazer estes feitiços é
preciso lançar no caldeirão da consciência estas coisas ruins: inveja,
intolerância, desrespeito, desamor, ignorância. Misturar com as pedras que nos
jogaram e outras que também jogamos. Mexer bem. Derreter as angústias, os
fantasmas, vocabulário de projéteis aprimorado com a insensatez. Deixar esfriar
no buraco do esquecimento. Porque a gente merece se encantar com a magia da
alegria infinita, com a leveza de espírito, com a harmonia do amor. E tudo isto
renova o encantamento de viver. Renove-se!
Mônica Kikuti
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