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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

VIRTUDES - MEMÓRIAS

Virtudes

Memórias

Lembrei de algumas sensações adormecidas lá nos meus 20 e poucos anos. E às vezes, as lembranças mais nefastas vêm à tona como se fossem agora, porque estão presas na memória em forma de dor, sofrimento.
Não foram beliscões, nem chineladas. Foram aquelas lágrimas que lavaram a alma, mas deixaram uma poça no caminho. Uma poça que, se a gente não desviar, de repente, a gente pisa lá de novo. Sem querer.
E sofre. Tudo de novo.
Lembrei do que me disseram. E do que me escreveram. Lembrei do que eu disse. E como foi forte o meu dizer, para um coração quase derrotado.
Lembrei das lágrimas que não merecia verter. Lembrei das que mereci.
E lembrei de tanta coisa que, por um triz, pensei que tinha voltado no tempo ou morrido uma vez. Só pra nascer de novo.
Minha memória sempre foi minha grande amiga – embora, às vezes, uma aliada cruel. Eu não lembro de quase nada, embora eu sinta quase tudo.
Lembrei das minhas frases. Da voz incontida. Do tom que se perdeu. E de alguém que cresceu. E amadureceu.
Lembrei dos finais, nem sempre felizes. E da satisfação das decisões, embora duras.
Nunca embruteci. Nunca me perdi. Sempre achei uma resposta. Demorasse o tempo que fosse. Tinha uma resposta.
E nem sempre a gente quer uma resposta que refresque sofrimentos.
Mas, como dizem os budistas: as desilusões nos colocam diante da verdade. A verdade que a gente achava que era mentira, talvez uma esperança disfarçada.
E a verdade, por vezes, dói. Mas, a verdade também traz aconchego. Livramento. Liberdade. Alívio.
Que a verdade possa doer, mas sempre alivie.
Alivie a dor no peito.
Alivie o peso no peito.
Alivie a mente.
Alivie o coração.
Alivie até o que não se vê.
E alivie tudo o que se sente.
Amém!

M. KIKUTI

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