VIRTUDES
Leitura
EM
PASSOS
Pelo caminho, nada era igual.
Nas lembranças, as sentenças
sorrateiras.
Nem um pio.
Tudo por um fio.
Nos passos, os trajetos feitos e
desfeitos como os emaranhados dentro de si.
Era preciso mais, é verdade.
Ir adiante, mais longe.
Que caminho seguir, sem medo de se perder?
No asfalto, a dureza das decisões se
atenuava nos desejos.
Amorteciam os impactos que a vida
traz.
Delineavam novas emoções.
Reviviam sentimentos do passado, com
gente nova.
Feições, afeições. Inclinações.
Não queira correr...
Não aperte o passo...
Não aperte o peito... Abra-o!
Destrave as janelas que há muito se
cerraram.
E tudo se renova no caminho.
Nas flores e folhagens.
Nas imensidões de todo o canto.
E agora não há mais pranto.
Há prazer em caminhar.
Em estar a poucos passos.
De chegar àquele lugar.
Que sempre se conheceu.
Mas, por ventura, se esqueceu.
Nos passeios sem destino.
Que o medo recolheu.
Passos.
Em falso.
Mônica Kikuti
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