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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

EDUCAÇÃO - A ESCOLA E A FAMÍLIA

EDUCAÇÃO

Escola e família: como cuidar dessa relação
Reconhecer qual é o papel de cada um contribui para uma escola mais aberta aos pais. Nos casos em que a família se ausenta não se pode abandonar o aluno.

O programa Fantástico, da TV Globo, estreou no dia 4 de outubro a série "Pais Nota 10", que coloca em discussão a participação da família no contexto escolar. O primeiro episódio já está na internet - você pode assistir neste link. O semanal destaca uma questão importante: a relação entre pais e escola, colocando ênfase na participação das famílias e apresentando histórias de comunidades que se engajaram pela melhoria da Educação.
É fato que a influência familiar no desempenho dos estudantes é grande. Há que se refletir, então, sobre o que é função dos pais e responsáveis e o que está nas mãos da escola. Muitas comunidades se organizam espontaneamente e procuram a direção e os professores para oferecer auxílio, mas nem sempre é essa a regra. O ideal é que a mobilização parta da instituição, de maneira estruturada. Cabe a ela estar aberta à comunidade e criar espaços em que a aproximação seja possível.
Um esforço essencial para isso é deixar de lado o conhecido "jogo de empurra" acerca de queixas comuns a pais e professores: indisciplina, bullying, violência, falta de interesse etc. Família e escola têm papeis diferentes e complementares - e os educadores são os profissionais que têm conhecimento e podem determinar esses limites. 
            A escola é o espaço público que o aluno frequenta e é dentro dela que ele tem a chance de aprender regras sociais de convivência. Há comportamentos que são diferentes dentro de casa - que é um espaço privado - e fora. Não há como cobrar dos pais a resolução de conflitos que pressupõem a relação entre pares dentro da sala de aula, por exemplo. A postura de um filho que solicita a atenção da mãe é diferente da de um aluno que requer o apoio da professora. É na escola, também, que as crianças aprendem a não reproduzir preconceitos que podem estar arraigados na família. Cabe ao educador promover a aprendizagem da diversidade.
Envolver as famílias sem misturar as responsabilidades não é tarefa simples. A reportagem "A escola da família", publicada na revista Gestão Escolar, indica algumas atitudes importantes que podem ser tomadas para iniciar essa parceria. Chamar os responsáveis, apresentar o prédio e os funcionários dizendo quem faz o quê é um começo. Mostrar qual é o projeto político-pedagógico da instituição e ouvir as preocupações da comunidade são propostas fundamentais - para tanto, é preciso marcar as reuniões em horários viáveis para quem trabalha. Outra sugestão é convidar os pais para compartilhar suas experiências e participar de oficinas na escola, de modo que compreendam que aquele é um espaço do qual fazem parte.
Porém, e se, apesar dos esforços, a família não tiver condições ou não se mostrar disposta a participar? Infelizmente, essa é a realidade de muitas escolas. E, na maioria dos casos, os filhos das famílias menos participativas são os estudantes mais desafiadores, que exigem mais dos educadores.
Em situações como essa, é fundamental que a escola se fortaleça e que o professor não atue sozinho, mas sim com o apoio de seus colegas, da direção e da coordenação pedagógica. Há que se criar um espaço em que esse aluno seja respeitado, tenha sua dignidade garantida e oportunidade de aprender. Está nas mãos dos educadores oferecer a ele a chance de ser ouvido e de participar ativamente da vida escolar.
Para tanto, é importante que ter como pilares o diálogo e o respeito mútuo. A tarefa certamente ficará menos pesada se tais valores balizarem atitudes e comportamentos de toda a equipe escolar, fazendo com que professores, gestores e funcionários encontrem respaldo e apoio durante os momentos inevitáveis de conflito - e possam contornar a situação e ajudar o aluno. A coerência e o sentimento de união são também bons caminhos para que os valores encontrem ressonância na comunidade, fortalecendo a parceria pela Educação das crianças. Até porque, para muitos estudantes, a escola é o único recurso que se têm.

Camila Camilo e Elisa Meirelles 

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