LEITURA
SUBSTITUIDAMENTE
Sem querer, destruí uma obra. Talvez 2 mil
palavras jogadas ao esquecimento da minha mente e ao infortúnio de um clique.
Eu não sou mais a mesma...
Substitui
o arquivo existente por outra coisa. Ignorei aquela sábia pergunta que antecede
a destruição. Eu nunca dei destas... E sempre tem a primeira vez.
Tomei
consciência e quase me sumiu o juízo. Achei que ele nunca mais fosse retornar,
porque segundos de inconsciência parecem uma eternidade, em meios às lágrimas
que eu não derramei. De raiva.
Raiva
de mim.
"Onde
eu estava com a cabeça?"
Onde
eu estava comigo mesma?
Sumi.
Eu
queria ser substituível. Chamar alguém pra ficar no meu lugar.
Personificar-me
numa versão melhorada.
Num
clique.
Mas
antes de qualquer saga e qualquer destruição, fui me encontrar antes de me
substituir.
Cinco
minutos.
Um
pouco mais.
Estive
comigo tão próxima que me odiei e me apaixonei ao mesmo tempo.
O
ímpeto de recriar tomou conta de mim.
Desliguei
tudo. Qualquer som. E ouvi somente o meu sentido.
Fiz
tudo de novo. Talvez não tão bem quanto a primeira vez.
Mas
reescrevi. Outras 2 mil palavras.
E me
reescrevo todo dia, com tantas palavras e tantas emoções.
Que
se não me falhe a memória, já me substitui. Outra vez.
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