LENDA
Lendas do Tesouro do Lago
Quando da expulsão, os jesuítas
reuniram num tacho todo o seu ouro e pedrarias, certos que estavam de sua
eminente prisão. Desceram a ladeira carregando o tesouro e construíram uma
pequena jangada de toros de bananeiras. À jangada prenderam longos cabos de
cipó.
O mesmo ocorrendo com relação ao
tacho. Enquanto uns padres puxavam a jangada para o centro do lago, outros
mantinham seguros os cabos do tacho. Quando o improvisado meio de transporte
atingiu o centro do lago, o tacho foi afundando calmamente, escondendo nas
águas o brilho do tesouro. Ora, sob o altar mor da Igreja Nossa Senhora do
Rosário, segundo a lenda, encontram-se sepultados muitos jesuítas.
Em determinada hora da noite,
ainda não identificada, os jesuítas abandonam os seus sepulcros e, com seus
longos hábitos negros, que fazem ressaltar a brancura dos ossos da cabeça, das
mãos e dos pés, seguem em fúnebre e terrível procissão e descem a ladeira de
Embu. Em torno do lago continuam a trágica procissão, suas vozes elevando-se à
solidão da noite, ouvindo-se mesmo o desafiar das camândulas dos Rosários.
Em seguida, sempre em procissão,
caminham para o cemitério, onde permanecem horas seguidas em confabulação com
os mortos. Ao desmaiar da noite, o cortejo de espectros volta à Igreja. Por
isso, quando a luz apaga-se no Embu, os moradores dizem que a procissão vai
sair, pois ela é feita às escuras.
(Acervo da Secretaria de Cultura do Município
de Embu)
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