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quarta-feira, 29 de junho de 2016

LEITURA - NÃO DÁ PARA PERDER

VIRTUDES
Leitura:
NÃO DÁ PARA PERDER
Cada momento da nossa vida, bom ou ruim, nos traz uma reflexão com o poder de transformar emoções e ações dali em diante.
Meu pai morreu no dia 11. A morte é encarada como perda. Então, perdi meu pai? Pela primeira vez pensei neste conceito de “perder” alguém. E passei a reavaliar: nunca se perde ninguém.
Não dá para perder o que vivemos juntos. Isto é eterno! Está aqui, na memória, para sempre. Está dentro da gente em forma de emoção, que umedece os olhos vez por outra, mesmo que a morte nos separe no âmbito das dimensões e nos furte a convivência.
Não dá para perder e, tampouco, esquecer o tempero da comida, o som da gargalhada, a voz, o vocabulário, o cheiro da roupa, o desenho da letra. Não dá para perder as broncas, os elogios, as manias. Tudo está ali, condensado, e rememorado em cada canto das nossas histórias, mesmo na ausência física.
Não dá para perder o pai ou qualquer pessoa que a gente ame, goste ou admire. Não dá para perder, porque estas pessoas são encontradas dentro da gente. E se estão dentro da gente não podem estar perdidas por aí: elas têm paradeiro. Têm direção. Têm lenço e documento. A gente as possui em forma de lembranças boas, emoções que nos fazem atravessar o tempo na velocidade de um triz. Mas com a intensidade de uma vida toda.
Que a gente possa ganhar com as lembranças, sem perder tempo com a melancolia. Que a gente possa limitar a dor, tranquilizar a saudade e ganhar mais sorrisos na alma. E no rosto também. Porque só vale à pena mesmo perder o que não tem valor.




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