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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

VIRTUDES - COMO XÍCARA DE CAFÉ COM LEITE

virtudes
Leitura
COMO XÍCARA DE CAFÉ COM LEITE
Esperava a xícara de café com leite chegar fumegante à mesa.  Enquanto aguardava, pensava em tantas coisas... naquelas indignações cotidianas que, vez por outra, parecem se agigantar e tirar uma fatia de esperança da travessa de satisfações. Às vezes se espera muito dos outros, se cria expectativas. Convenciona-se um alguém que não existe. Ninguém faz o que a gente quer. E nem nós parecemos ser donos de nós mesmos, quando precisamos ser...

A mente se apressava em concluir sentenças e a xícara continuava intacta, com o vapor subindo como música, exalando canções que eu mal podia sentir.

De repente, decidi experimentar o café com leite. Se houvesse algum interlocutor, poderia ter questionado: "O que você entende por 'amor'?"

Poucos saberiam explicar com profundidade ou talvez com a simplicidade que estas coisas requerem. E tudo se complica de novo sem a convalescença necessária para dar à alma um suspiro de novidade.

O amor é como xícara de café com leite. Você não sabe se estará o suficientemente quente, na dosagem certa. Você não sabe se ao encostar o lábio na xícara, vai queimá-lo. Mas, você vai e experimenta. Seja o que Deus quiser.... Sem medo de se queimar. Sem medo de não gostar. Sem medo de não ter tanto açúcar ou estar doce demais: é preciso provar, dar uma chance para o acaso, que mal teria nisto?

Pode parecer que todo café com leite é igual. Mas tem copo americano, tem xícara, tem leite integral, desnatado, semi desnatado, leite de soja. Tem café descafeinado, café forte, encorpado, café que não se sabe da onde veio e até café que veio de coco de bicho e é mais caro que qualquer outro. Tem que checar se gosta. Experimentar. E se não for o bastante, é possível incrementar, usar a criatividade e botar creme de avelã no amor, chocolate meio amargo, chantilly ou qualquer outra coisa que valha a pena. Porque o amor não é pequeno, não vai ser frio, nem calculista. Não vai ser medroso e egoísta. Não vai ser ingrato. Porque isto não combina com o amor. Só com gente desalmada, talvez perdida e desprovida da vontade de amar.

Mais um café com leite, por favor.

Pra viagem.

Pra eternidade.
Mônica Kikuti                          

                                         

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