Saúde
Desmistificando a
Dislexia
Sintomas do distúrbio
podem ser confundidos com dificuldades de aprendizagem
Com
o avanço da medicina e da neurociência, algumas disfunções de aprendizado foram
identificadas e devidamente nomeadas, como é o caso da Dislexia.
Alguns
sintomas se confundem com características de crianças mais distraídas e podem
fazer com que pais e professores acreditem que seu filho (a) ou estudante seja
disléxico, mesmo sem um diagnóstico adequado.
Para
ajudar a esclarecer essa questão, a Psicopedagoga Clínica, especializada em
Educação Inclusiva e Deficiência Intelectual, Sheila Pinheiro, explica:
“Primeiramente, é preciso saber distinguir a dificuldade de aprendizagem do
distúrbio de aprendizagem. A dificuldade escolar é momentânea, passageira. A
criança pode estar passando por questões emocionais, como o divórcio dos pais,
por exemplo, ou pode ser um caso de inadequação metodológica, quando o
estudante não se enquadra a uma escola tradicional então fica desinteressado.
Já nos distúrbios de aprendizagem, a criança apresenta uma falha no processo
de aquisição da
informação.
Cada
parte do cérebro tem uma função e se uma parte específica falha, há uma disfunção,
ou seja, um distúrbio de aprendizagem que precisa de uma intervenção para
estimular essa região, de tal forma que a pessoa possa superar suas
dificuldades.
A
partir daí nós podemos ter a Dislexia, o transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
(tDAH), a Discalculia, Disgrafia ou outros. Estudos definem a
dislexia como um
distúrbio específico da leitura escrita, de ordem neurológica e
genética, por isso
que, onde tem um disléxico, é possível encontrar um parente de
primeiro ou segundo
grau, que apresentou o mesmo sintoma”.
Sinais de alerta
Alguns
dos indícios a que pais e professores devem estar atentos são:
•Dificuldade
emassociarletra,some aforma das letras;
•Omissão ou troca
da ordem e direçãodas letras e sílabas;
•Pobre
compreensãode textos escritos;
•Expressar-se
melhor oralmente;
•Dificuldadesna
assimilaçãode símbolos da matemática e para decorar tabuada;
•Erros durante a
cópia de textos;
•Dificuldadesna
soletraçãodepalavras;
•Dificuldades em
perceberrimas;
•A presença dos
mesmos erros continuamente.
Diagnóstico e
Tratamento
O
diagnóstico de dislexia é feito por exclusão, com uma equipe de profissionais especializados.
O neurologista poderá pedir alguns exames e fará a análise destes juntamente
com os pareceres de um psicólogo, de um psicopedagogo e de um fonoaudiólogo.
Dependendo do caso, o médico poderá pedir ainda o parecer de um oftalmologista,
otorrinolaringologista ou outros, a fim de descartar quaisquer outras dificuldades
visuais ou auditivas.
Sendo
diagnosticada a dislexia, o médico recomendará o tratamento adequado
para cada caso.
Sheila Pinheiro acrescenta que “a dislexia se beneficia de terapias
como a
psicopedagogia, que utiliza métodos multissensoriais para auxiliar o paciente
no processo de aquisição do aprendizado da leitura e da escrita, orientando
inclusive a escola, em como avaliar e incluir o disléxico de forma adequada no
processo de ensino e aprendizado”.
A
Associação Brasileira de Dislexia atesta que “todas as leis, legislação e
diretrizes educacionais não são específicas para os disléxicos, apenas engloba
o que
tange a inclusão
escolar, como direito de qualquer cidadão”. A psicopedagoga
Sheila esclarece:
“A escola precisa de um amparo legal, que é o diagnóstico médico.
A
partir daí, o disléxico tem o direito de ter adaptações curriculares e
avaliações diferenciadas, por ser considerado caso de inclusão escolar”. Com
acompanhamento médico e tratamento adequado, os disléxicos podem superar e
contornar suas dificuldades, levando suas vidas normalmente.
Sheila Pinheiro – Psicopedagoga Clínica e Institucional,
Especialista em Inclusão Escolar.
www.psicopedagogasheila.com.br
sheila.terapeuta@hotmail.com
Texto de Janaina Gorski/Revista Atitude São Paulo – Edição
Agosto/2012
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