Educação
Mudando o DNA da educação
A escola precisará mudar seu DNA. Em vez de
insistir em paradigmas como transmissão, absorção, retenção, reprovação e
controle, ela deverá se preocupar com um novo tipo de DNA, o D3NA, que se
baseia em diversão,diálogo, desafio, narrativa e aventura.
O panorama sobre a escola que se quer para o século 22 – 22 sim, porque o
século 21 já começou há mais de uma década e é preciso olhar para frente – foi
apresentado por Luciano Meira, professor de psicologia da UFPE e especialista
em games educacionais, durante evento sobre educação e tecnologia promovido
pelo Porvir e pela Fundação Telefônica na terceira edição da Série de Diálogos
O Futuro de Aprende.
“A missão da escola, o
seu DNA constitutivo parece estar o ensino. Isso não produz a reciprocidade da
aprendizagem. Nós estamos usando as metáforas erradas”, afirma Meira, que vem
desenvolvendo a OJE, em Pernambuco, uma olimpíada de conhecimento gamificada que
deverá chegar a 2 milhões de estudantes de escolas públicas até 2015. O seu
contato com jovens e com tecnologias educacionais o fez perceber que existe um
descompasso importante entre o que os alunos esperam da escola e o que ela lhes
oferece. Para o pesquisador, os livros em duas dimensões não são mais capazes
de dar conta das necessidades dos alunos, que vivem em um mundo em que já é
possível manipular realidades de seis dimensões, como em jogos como o Kinect.
Diálogo
O que causa isso, de
acordo com Meira, são “os arranjos” travados da escola, que se verificam tanto
em aspectos infraestruturais quanto nas relações entre as pessoas que compõem o
ambiente educacional. “Os arranjos têm sido os mesmos, apesar das tecnologias.
Eu me refiro principalmente aos arranjos discursivos que desautorizam o
diálogo.”
Diversão
No lugar desse modelo
que tem se mostrado ineficaz, Meira sugere que a escola se abra à diversão, mas
não uma diversão que passe apenas pelo engraçado, mas que incentive os alunos a
serem autores do seu aprendizado. “Nós queremos encantamento, surpresa,
curiosidade”, diz ele.
Desafio,
narrativa e aventura
A escola tem preferido
os testes tradicionais aos desafios que realmente engajam os alunos no
aprendizado, na avaliação do professor. Segundo Meira, as narrativas não
tradicionais e as aventuras não são consideradas experiências válidas de
aprendizagem. E isso, defende ele, precisa mudar. Um dos caminhos que ele tem
visto dar certo que leva em conta não apenas desafio, narrativa e aventura, mas
também diálogo e diversão é o aprendizado via games.
Ficou curioso? Assista ao vídeo da
palestra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário