NOTÍCIA
Entenda as mudanças do projeto de lei da terceirização
Este blog tem por objetivo o ensino e aprendizagem, informação, cultura, a leitura e a escrita.
sexta-feira, 10 de abril de 2015
VIRTUDES - EMBRULHO
VIRTUDES
EMBRULHO
Há luzes por todo canto. Há barulho.
Vento gelado.
A hora passa trapaceando a saudade
repentina de uma ausência inconsequente.
O poste ilumina a árvore semi
moribunda como o amor que se recolheu dentro da toca. Marmota.
E o teu olhar ficou perdido nas lembranças
de outrora, no recomeço ávido pelas notícias que nunca se acabam.
Há os que correm, os que caminham e
os que pisam no freio ou tocam a buzina, como se fosse o único som a se
orquestrar.
Há dez minutos, talvez mais... O
cheiro do vento não é igual depois que você foi embora.
Uma melancolia penetra no meio das
árvores por aquela luz amarela misturada como uma névoa estranha, destas noites
de inverno. Atípica paisagem! Talvez eu não esperasse ver tudo assim.
No happy hour da mesa ao lado, uma
voz entra crua nos ouvidos, com uma série de desalentos ritmados com a
impaciência de cada frase. Aquilo arde, estufa na memória sorrateira dos goles
que não posso dar.
E num momento quase seguinte o brilho
no olhar se renova. Algo toca, algo encanta. Um novo encontro.
Ah, mas é sempre hora de partir,
sair, retomar.
Dizer adeus, embora não se queira.
Embrulhar os planos e sonhos no guardanapo.
E quando abri-lo de novo, que haja
uma borboleta prestes a voar. Como aeroplano.
Fora da linha azul do caderno.
Fora da lei.
Fora da linha.
Imaginária.
Mônica
Kikuti
VIRTUDES - DO OUTRO LADO
VIRTUDES
DO OUTRO LADO
A manhã despertou com preguiça. Era
dia de novo.
No livro de cabeceira, a frase inquietante
com a sede dos instantes.
Fazia calor nos pensamentos e na vida
lá fora.
Nos passos rápidos, as inspirações se
descolavam no asfalto enquanto o gato preto estirava o corpo. Preguiçoso!
As flores já não eram mais as mesmas.
Talvez tenham se hidratado com o choro recorrente de quem por ali passou. É
verdade... Tem chovido mais no canto dos olhos do que no solo.
Um deslize nas pequenas pedras e o
risco de queda apareceu como alguém que quer derrubar.
Há quem queira derrubar muralhas.
Talvez porque o amor esteja do outro lado. Olhando tudo, sem poder fazer nada.
Mantendo distância enquanto o tempo passa, querendo derrubar os castelos de
areia.
E o vento trouxe um perfume.
De alguma muralha por aí.
De algo ou alguém do outro lado.
Que poderia estar aqui.
Se não tivesse uma muralha.
Mônica
Kikuti
TEOLOGIA - Como está seu reservatório de água ?
TEOLOGIA
Como está seu reservatório de água ?
Como está seu reservatório de água ?
A água está para acabar em São Paulo.
Segundo especialistas, em novembro
esse fato se consolida e como o problema será resolvido? Não tenho a menor ideia...
O que eu sei é que precisamos de água
para viver. E como diz um político aí em sua propaganda: “não adianta culpar
São Pedro”, rs.
Como as coisas chegaram a esse ponto?
Como nada foi feito para evitar essa catástrofe?
A verdade é que conosco muitas vezes,
acontece a mesma coisa.
Vamos deixando de beber da água da
vida e lentamente vamos secando. Nosso nível de amor, bondade, misericórdia e
temperança seca. Não temos um “reservatório” cheio da presença de Deus e quando
nos damos conta: só sequidão e amargura.
Criticamos o governo quando falamos
da falta de água em São Paulo, mas os único culpados pela sequidão da nossa
alma, somos nós mesmos.
Temos um manancial eterno e
disponível onde podemos mergulhar nossas mazelas e inundar nossos
“reservatórios” da presença de Deus.
O que é preciso fazer? Ir até Ele,
que jamais, despreza um coração contrito.
Não se contente com um pouquinho da
presença de Deus. É preciso se molhar, mergulhar, até que cada pedacinho de
sequidão seja encharcado de glória.
Não adianta culpar nada e ninguém, o
único responsável por manter o nível ideal da presença de Deus na sua vida, é
você.
E essa é a grande notícia: você não
depende de terceiros ou de situações ideais. Basta se aproximar daquele que tem
água viva e pedir. Se humilhar. Buscar.
Você começará a sentir as partes mais
secas do seu coração amolecendo, e a presença do Senhor inundando.
Transbordando.
A presença do Senhor abundante na sua
vida, alcança e invade outras pessoas- porque Ele não te dá apenas o que você
pede mas sempre, te dá muito além!
Jesus respondeu, e disse-lhe:
Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;
Mas aquele que beber da água que eu
lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de
água que salte para a vida eterna.
João 4:13-14
talitapagliarin
VIRTUDES - VIVA!!!!!
VIRTUDES
VIVA!!!!
É
quase meio-dia. O vento sopra o perfume das rosas por trás das cadeiras.
Há
uma imensidão de jardim, diante de um céu azul. As copas das árvores se
misturam com a paisagem, fazendo contorno à torre da igreja.
Há
gente, há música ao fundo com as novidades de um novo dia!
VIVA... VIVA!!!!! VIVA??!!!.....
VIRTUDES - COMUNGUE MAIS
VIRTUDES
COMUNGUE MAIS
Ter contado com a natureza não é algo
tão fácil diante de um mundo de concreto cada vez mais sólido e da falta de
tempo que é resposta recorrente na vida moderna. Porém, é justamente nesta
experiência de comunhão com a natureza, como dizem os gurus, que se experimenta
a magnitude dos instantes e de todas as coisas. A observação nos traz uma
sensação única de pertencimento ao universo, que deveria fazer parte de cada
segundo de nossas vidas.
Há quanto tempo você não observa uma
planta, não toca uma árvore, não escuta o barulho de um riacho ou mesmo o canto
de um pássaro? Talvez tenha tido esta experiência há tanto tempo, que já não é
capaz de se lembrar. A vida é corrida, é verdade. Mas, podemos dedicar uma
fração do nosso tempo, mesmo que seja pouca, cinco, dez minutos, para ter esta
comunhão. É muito improvável que não exista uma obra da natureza para ser vista
e sentida na vida da gente, no dia a dia. Se não tem, bote um vaso de flor na
sua mesa e a observe todos os dias. Esta observação se transforma e nos transforma.
As aves me encantam, não só porque
podem voar, mas porque têm uma delicadeza quando se movimentam, seja no ar ou
na terra, e ao cantar. Gosto da agilidade do beija-flor, da cor translúcida,
daquela sua pequenez magistral. Gosto de coruja, do sabiá, do João de Barro e
tantos outros que eu nem sei de qual espécie são. E os que não conheço sempre
me surpreendem!
Duas imagens estão na minha memória.
Em uma delas, dois pássaros se refrescavam numa poça d’água. E não era um banho
qualquer: aquela água era da chuva, que há tempos não molhava o chão. Era
nítido o contentamento deles. E eu só pude perceber, porque me fiz presente.
Observei, em silêncio. Parei e deixei que tudo parasse também. E aquilo trouxe
alimento para os olhos, para a alma. Comunguei.
Na outra imagem, destes dias, vi um
pássaro buscando algo no chão, que talvez pudesse servir de alimento. E aí,
surpreendentemente, o vi coletando folhas para seu ninho. O trabalho era árduo.
E não era de primeira que ele conseguia fincar o bico entre as folhas. Para
acertar, teve que tentar ao menos dez vezes. Ele se mostrava incansável, porque
tinha um objetivo. Quantas vezes não nos damos por vencidos já de primeira?
Nesta nova comunhão, a natureza me mostrou o quão perfeita ela é, o quanto
podemos aprender com ela e o quanto precisamos desta energia vital.
Comungue mais. Reverencie a natureza
e aí sinta o Deus que habita em você. Sinta esta sabedoria universal. E não
desista. Siga. Sempre em comunhão com o bem, com o universo e consigo mesmo!
Mônica Kikuti
VIRTUDES - APLAQUE A DOR
VIRTUDES
APLAQUE A DOR
Encontrei
uma amiga e fazia tempo que não conversávamos. É sempre reconfortante encontrar
quem a gente gosta e poder aproveitar o tempo ali, sem deixar esfriar o café
por causa da maldita selfie ou de alguém insistindo no WhatsApp. Como minha
nobre leitora, ela me sugeriu um tema: a dor.
Lembrei-me
daquela frase “doa a quem doer”. E às vezes a gente age mesmo levando este
conceito como lema, sem se importar com a dor alheia, só porque a nossa sempre
parece ser maior. E, por vezes, somos muito egoístas! De fato, a dor, embora
todos experimentem sofrimentos, vai “doer” dentro da gente de forma diferente
mesmo havendo uma situação semelhante com a do outro. Mas, todos estão sujeitos
a sofrer e a sentir dor, seja por conta de unha encravada, do dente latejando,
do dedinho batendo na quina do móvel, de alguém que se foi, de algo que acabou
e que a gente não queria que tivesse acabado. E aí pode surgir a dor de
cotovelo que não tem analgésico que resolva: é preciso aceitar. Aceitar é uma
forma de redenção, de se dar uma outra e, portanto, nova oportunidade.
Mas a
dor também pode ser um alerta de que algo vai mal. E como disse a minha amiga,
talvez, neste caso, ela seja essencial para nos trazer novos aprendizados, para
mostrar que é preciso agir, mudar algo no nosso comportamento, que pode ser,
inclusive, a própria forma de enxergar a vida. Muita gente, aliás, passa a
valorizar muito mais a existência depois de ter enfrentado doenças severas e
todo um conjunto de tribulações. E aí a dor floresce em uma oportunidade de
renascimento, trazendo o bálsamo que tanto se buscava.
Há
quem viva, porém, dores inesgotáveis, fabricadas dentro de si, talvez por ter
se acostumado com elas, por não saber mais como a vida é sem lágrimas, sem
sofrimento, lamentos. Em algumas pessoas, esta dor de dentro, invisível e tão
presente, embrutece, abre feridas na alma, cunha a tristeza dentro do peito
como essência sem perfume. E o mundo perde o brilho para tornar-se fosco.
Aplaque
a dor fabricada. Faça o mundo brilhar de novo. Sinta as cores de um novo
amanhecer dentro de si. Remova as ferrugens deixadas pelas dores que não
existem mais, de sofrimentos que já se passaram, mas que parecem ser carregados
por todos os cantos, como fardos cheios de ressentimento e tormento. Isto é
peso morto. Liberte-se.
Emplaque
as alegrias e toda a exultação que elas trazem. Tenha fé. Não desacredite.
Enxergue que enquanto se está vivo há vida. E se há vida é preciso viver. E bem
viver.
Mônica Kikuti
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