LEITURA
PERGUNTE-ME
Qual é a pergunta?
Já
não sei mais...
Me
pergunto a todo tempo sobre tantas coisas e me equivoco tantas vezes com tantas
respostas ou tantas perguntas.
Não
sei se é pior não ter respostas ou não saber o que perguntar. Mesmo que seja só
para não saber responder.
Me
vejo num emaranhado de angústias. Seria fácil resolvê-las se não houvessem
tantas perguntas e um vazio de respostas. Um clamor por verdades. Uma busca
incessante, num caminho tão íngreme que é tão fácil e arriscado desabar lá de
cima.
As
coisas ainda não estão como poderiam estar. E eu não estou como poderia estar.
E talvez eu nem esteja em nenhum lugar.
A
música fala de tanto romantismo e na melodia não encontro mais encantamento,
embora eu já tenha sido tão seduzida por um pouco disto tudo no meu passado
recente.
No
meu presente, ainda busco uma brecha para estar nele.
Sem
passado, futuro ou angústias aniquilantes.
Só
estar presente em mim, mesmo que em frangalhos.