TEOLOGIA
OS SÍMBOLOS DA
PÁSCOA
OVOS DE PÁSCOA
De todos os símbolos, o ovo de páscoa é o mais esperado
pelas crianças.
Nas culturas pagãs, o ovo
trazia a idéia de começo de vida. Os povos costumavam presentear os amigos com
ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já costumavam distribuir ovos
coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida.
Existem muitas lendas sobre os ovos. A
mais conhecida é a dos persas: eles acreditavam que a terra havia caído de um
ovo gigante e, por este motivo, os ovos tornaram-se sagrados.
Os
cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na
Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países
da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos
amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na
Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras
figuras religiosas.
Pintar
ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi adotado pelos
cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.
A substituição dos ovos cozidos e pintados
por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne
animal, por alguns cristãos, no período da quaresma.
A versão mais aceita é a de
que o surgimento da indústria do chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o
consumo de ovos de chocolate aumentar.
O COELHO
O coelho
é um mamífero roedor que passa boa parte do tempo comendo. Ele tem pelo bem
fofinho e se alimenta de cenouras e vegetais. O coelho precisa mastigar bem os alimentos,
para evitar que seus dentes cresçam sem parar.
Por sua grande fecundidade, o coelho tornou-se o símbolo mais popular da
Páscoa. É que ele simboliza a Igreja que, pelo poder de cristo, é fecunda em
sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos.
O CORDEIRO
O
cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre
deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a Páscoa era
celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro
como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da
escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança
de Deus com seu povo.
Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos
faraós, comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro.
Para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que
foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu:
"morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a
vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com
um povo, mas com todos os povos.
O CÍRIO PASCAL
É uma vela grande e grossa, que
deve ser acesa todos os anos, pela primeira vez, no Sábado Santo, no início da
celebração da Vigília Pascal. Nela, é feita a inscrição dos quatro algarismos
do ano em curso, depois se cravam cinco grãos de incenso para lembrar as cinco
chagas de Jesus, além de duas letras gregas "Alfa" e "Ômega"
- a primeira e a última letra do alfabeto grego. O alfa representa o princípio;
o ômega, o fim.
Durante a cerimônia, reza-se: “Por
Suas santas chagas, Suas chagas gloriosas, Cristo Senhor nos proteja e nos
guarde. Amém”. O sacerdote acende, depois, o Círio, que é a Luz de Cristo.
Entoa-se o refrão: “Eis a Luz de Cristo”. E todos respondem: “Demos graças a
Deus!”. Na porta da igreja, canta-se pela segunda vez. Todos acendem as velas
no fogo do Círio Pascal e a procissão entra pela nave da igreja, que está às
escuras. Chegando no altar, canta-se, novamente; então, todas as luzes da
igreja são acesas.
Após a solene entronização e
incensação do Círio, o sacerdote entoa a proclamação solene da Páscoa, cantando
o Exultet, que são as maravilhas da libertação do Senhor, vindo em socorro da
humanidade e protegendo seu povo eleito. É um canto de louvor em ação de graças
à vitória de Cristo que realizou a passagem, a Páscoa para a vida do amor e da
fraternidade.
O Círio, simbolizando o Cristo vivo e
ressuscitado é a luz que ilumina e guia a vida do cristão, pois o próprio Jesus
disse: "Eu sou a luz do mundo!", "Eu sou o princípio e o
fim".
O GIRASSOL
O girassol é uma flor de cor amarela, formada por
muitas pétalas, de tamanho geralmente grande. Tem esse nome porque está sempre
voltado para o sol.
O girassol, como símbolo da
páscoa, representa a busca da luz que é Cristo Jesus e, assim como ele segue o
astro rei, os cristãos buscam em Cristo o caminho, a verdade e a vida.
PÃO E VINHO
O pão e o vinho,
sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos.
Cristo ao instituir a Eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para
simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o
pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e
sua presença no meio de nós.
Jesus já sabia que seria perseguido,
preso e pregado numa cruz. Então, combinou com dois de seus amigos
(discípulos), para prepararem a festa da páscoa num lugar seguro.
Quando tudo estava pronto,
Jesus e os outros discípulos chegaram para juntos celebrarem a ceia da páscoa.
Esta foi a Última Ceia de Jesus.
A instituição da Eucaristia foi feita
por Jesus na Última Ceia, quando ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos
dizendo: "Tomai e comei, este é o meu corpo... Este é o meu
sangue...". O Senhor "instituiu o sacrifício eucarístico do seu
Corpo e do seu Sangue para perpetuar assim o Sacrifício da Cruz ao longo dos
séculos, até que volte, confiando deste modo à sua amada Esposa, a Igreja, o
memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade,
vínculo de caridade, banquete pascal, em que se come Cristo, em que a alma se
cumula de graça e nos é dado um penhor da glória futura" [3].
A páscoa judaica lembra a passagem
dos judeus pelo mar vermelho, em busca da liberdade.
Hoje, comemoramos a páscoa
lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e ressurreição.
COLOMBA PASCAL
O
bolo em forma de "pomba da paz" significa a vinda do Espírito Santo.
Diz a lenda que a tradição surgiu na vila de Pavia (norte da Itália), onde um
confeiteiro teria presenteado o rei lombardo Albuíno com a guloseima. O
soberano, por sua vez, teria poupado a cidade de uma cruel invasão graças ao
agrado.
O SINO
Muitas
igrejas possuem sinos que ficam suspensos em torres e tocam para anunciar as
celebrações.
O sino é um símbolo da páscoa. No domingo de páscoa, tocando festivo, os
sinos anunciam com alegria a celebração da ressurreição de cristo.
QUARESMA
Os 40
dias que precedem a Semana Santa são dedicados à preparação para a celebração.
Na tradição judaica, havia 40 dias de resguardo do corpo em relação aos
excessos, para rememorar os 40 anos passados no deserto.
ÓLEOS SANTOS
Na
antiguidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois acreditavam
que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os óleos simbolizam
o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para vivermos o evangelho
de Jesus Cristo.
Cruz
A Cruz que mistifica todo o
significado da Páscoa, na ressurreição e também no sofrimento de Cristo; Jesus,
que morreu na cruz para nos salvar, deu à humanidade mais uma lição de
humildade. Sendo Filho de Deus, Ele morreu da forma mais humilhante que havia
em Seu tempo. A cruz nos recorda o sofrimento e a ressurreição de Jesus Cristo.
O fogo
No início da cerimônia da Vigília Pascal, na noite do Sábado
Santo, a celebração é iniciada com a bênção do fogo, chamado de "fogo
novo", símbolo da vida nova, da realidade da criação renovada pela morte e
ressurreição de Jesus.
A água
No Sábado Santo, durante a
celebração da Vigília Pascal, o sacerdote faz a bênção da água batismal que
será utilizada nos batismos durante todo o ano, mergulhando o Círio Pascal na
água, invocando a força do Espírito Santo havendo ou não batismos.
Na aspersão da água benta no povo,
realiza-se a renovação das promessas batismais. A água simboliza a pureza, a
purificação e a renovação.
O peixe
A Páscoa possui diversos símbolos,
dentre eles, o peixe. A Páscoa mantém o sentido da trajetória da
história de Jesus Cristo para os cristãos. O peixe, um dos
símbolos mais antigos, está vinculado às aparições de Jesus que sempre se liga
à presença do peixe em sua história, após a Ressurreição e diz respeito ao
próprio Cristo Ressuscitado [(Jo 21,9) e (Lc 24,42-43)].
Além
disso, os primeiros cristãos praticavam o costume de trocaralimentos como
presentes, como por exemplo ovos (de galinha, de verdade – não os de chocolate)
e peixes. A palavra peixe na língua grega se pronuncia “ichthys” que se
relaciona as iniciais para a confissão de fé (“IXTYZ” – Jesus Christus Teós
Yiós Soter – Jesus Cristo Filho de Deus Salvador). Portanto, o peixe também
simboliza a fé das pessoas em Cristo.
Já
a substituição do ato de comer carne por peixe procura relembrar acrucificação
de Cristo. A abstenção da carne que foi instituída pelo Papa Pio XII,
na sexta-feira da paixão, a partir 1951. A privação da carne relembra
a crucificação de Cristo e, ao mesmo tempo, celebra a fé no Cristo que voltará
(na Ressureição).