VIRTUDES
ACESA
Na
volta para casa, há frio na barriga. Há fome de tantas coisas.
O
universo ainda se descortina nas paradas que sacolejam os pensamentos.
À
noite, não se sabe para onde ir quando não há luz.
Das
centelhas borbulham ideias deixadas adormecidas só até o próximo amanhecer.
Quanto
tempo leva isto?
A
bagagem é pesada e há uma série de sentidos onde nunca se viu nada.
A
pressa da caminhada não alivia a fome de chegar. Fazer. Ser diferente.
As
luzes são intensas. E a noite também.
Procuro
estrelas para me apaixonar. E elas não estão mais à vista. Quem sabe amanhã?
Enquanto
tudo dorme, algo está aceso por dentro.
Tem
insônia. Tem vontades.
Não
dorme, não desiste.
Insiste,
mesmo na escuridão.
Porque
há luz dentro do peito.
Luz
de sentimentos que não se sabe onde apagar.
Pra
que apagar?
Deixa
estar.
Acesa.
Afeita.
Afoita.
Aqui.
Mônica Kikuti
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