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quinta-feira, 30 de abril de 2015

VIRTUDES - PRA GIRAR O MUNDO

VIRTUDES
Leitura
PRA GIRAR O MUNDO
Tenho meia hora ou um minuto.
Vou girar o mundo.
Transformar o que é meu.
Dizer o que até então não deu.
Eu poderia ter dito tanta coisa...
Mas, não quis.
Eu poderia ter escrito.
Mas, me fugiu. Sumiu.
Retirei a exatidão das coisas.
Coloquei um pouco de magia.
Para girar o mundo.
Abri a porta e deixei a inconformidade sair.
Libertei lembranças do calabouço.
E expulsei o que era demais.
Não dá para girar o mundo com tudo isto junto.
Acionei as alavancas da motivação.
Abri as janelas para o vento soprar. Me assoprar.
Para girar o mundo.
Para ser o mundo.
Para ser.
No mundo.
Mônica Kikuti
                                                  

                                         

VIRTUDES - À PORTA

VIRTUDES
Leitura
À PORTA
À tua porta, bati.
Esperei o tempo passar para ver se eu poderia entrar.
A vida se descortinava sinuosamente enquanto as emoções faziam um paralelo dentro do peito.
Posso entrar?
Não toquei campainha, apenas bati. E a hora, urgente, nunca chegou, embora eu tenha esperado até hoje.
Na ante-sala dos sentimentos e das expectativas frustradas, algo se desconstruiu, algo se reconstruiu e uma nova brecha se abriu.
Há amor ainda. Amor para partilhar.
Amor para grudar na porta e amortecer cada batida.
Que eu ainda faço.
Na porta.
Mônica Kikuti
                                                  

                                         

LEITURA - AS VANTAGENS DA SABEDORIA

TEOLOGIA
Leitura
As vantagens da sabedoria
Escute, meu filho. Aceite o que estou dizendo e você terá uma vida longa. Eu lhe tenho ensinado o caminho da sabedoria e a maneira certa de viver. Se você andar sabiamente, nada atrapalhará o seu caminho, e você não tropeçará quando correr. Lembre sempre daquilo que aprendeu. A sua educação é a sua vida; guarde-a bem. Não vá aonde vão os maus. Não siga o exemplo deles. Não faça o que eles fazem. Afaste-se do mal. Desvie-se dele e passe de lado. Os maus não podem dormir sem ter feito alguma coisa má; eles ficam acordados até conseguirem prejudicar alguém. Porque para eles a maldade e a violência são comida e bebida.
A estrada em que caminham as pessoas direitas é como a luz da aurora, que brilha cada vez mais até ser dia claro. Mas a estrada dos maus é escura como a noite; eles caem e não podem ver no que foi que tropeçaram.
PROVÉRBIOS 04:10-19
                                                  

                                         

quarta-feira, 29 de abril de 2015

VIRTUDES - REVOADA

VIRTUDES
REVOADA
A noite comparece.
No calendário, um dia a menos.
Tenho sono.
Tenho frio.
Tenho uma série diante de mim.
Intempéries do dia passado.
Houve Verão. Houve vazio.
Enchente e torrente.
Houve tudo e nada diferente.
O dia desaparece.
Faz noite. Faz frio.
Por que me partiu?
No meio de mim, não há começo.
E também não há fim.
Mas há batida.
Badalação.
Sino que toca.
Sem hora marcada.
Até a próxima revoada.


M. KIKUTI

VIRTUDES - ECOE ESPERANÇA

VIRTUDES
ECOE ESPERANÇA
Nos pequenos detalhes ou nos grandes desastres afetivos descobrimos quem são, realmente, as pessoas. Muitas não agem de acordo com a função que ocupam, seja em se tratando de cargo ou no lugar que conquistaram dentro da gente como “pessoas estimadas”. Ouvi duas histórias nos últimos dias. A conclusão a que cheguei é que tem um monte de bruxa travestida com o “véu da santidade” e que os “amigos da onça” não estão em extinção.
O que seria da nossa vida sem os desafios? Já imaginou aquela rotina perfeita, sem nenhum chato para implicar, para fazer a gente valorizar pai e mãe, educação, respeito, os amigos de verdade? A perfeição é utopia dos apaixonados – que sofrem por tabela. Não tem jeito. Tem gente que vê a vida colorida. Outros em preto e branco. Depende de cada um. E a gente sabe que pode colorir a vida como quiser, embora nem sempre pareça fácil abrir as latas de tinta.
Um padre contou que na época do seminário, por não ter dado banho no cachorro da madre superiora foi detonado por ela no refeitório: “Você não serve para ser padre! Aliás, não serve para nada”, disse ela, deixando escorrer pelo ralo tudo o que deveria pôr em prática. O jovem quase desistiu da vocação. Palavras machucam demais e podem ficar ali, intactas, ecoando a vida inteira. Mas no meio de bruxas também há anjos. E foi assim que um destes emissários de Deus apareceu e acendeu a luz da esperança, do amor e da boa vontade. E o homem se tornou padre.
Na outra história, uma funcionária pública tinha uma amiga no trabalho – bem, ela achava que era amiga, mas era daquelas, da onça. Incentivou-a na carreira e a amiga da onça virou sua chefe. Tomavam café juntas todo dia, naquela cumplicidade de quem convive e se gosta. Mas, numa destas mudanças, a funcionária foi transferida de setor e achava que a “da onça” poderia intervir. Mas não o fez. E aí uma convivência de anos também foi para o ralo da inconformidade, abrindo um buraco de ingratidão no peito remendado com o piche da mágoa.
E mágoa é um negócio sólido. Fica ali como pedra no rim. Dói. Tem que tirar, expelir, dar um jeito. Ninguém quer ficar com um “corpo estranho” dentro, com algo que não deveria estar ali. Mágoa tem que ir para o ralo também. Tem que escorrer, sem direito a ficar resquício. Demora um pouco, mas a gente supera.
O mundo está cheio de ingratidão, de gente que não sabe agradecer e nem reconhecer. Mas, em contrapartida, também está cheio de gente grata, de gente do bem, de amigos que não são da onça. Não dê voz ao desalento. Ecoe esperança. Dentro de si. E para os outros.

Mônica Kikuti

LEITURA - CONSELHO PARA MOÇOS II

Teologia
Leitura
Conselho para moços ii
Sempre que puder, ajude os necessitados. Não diga ao seu vizinho que espere até amanhã, se você pode ajudá-lo hoje. Não planeje nenhum mal contra o seu vizinho; ele mora ao seu lado e confia em você. Nunca discuta sem motivo com alguém que não lhe fez nenhum mal. Não tenha inveja dos violentos, nem faça o que eles fazem, pois o SENHOR Deus detesta os que praticam o mal, mas é amigo dos que são direitos. O SENHOR amaldiçoa a casa dos maus, porém abençoa o lar dos que são corretos. Ele zomba dos que zombam dele, mas ajuda os humildes. Os sábios ganharão prestígio, mas os que não têm juízo passarão cada vez mais vergonha.

PROVÉRBIOS 03: 27 - 35

terça-feira, 28 de abril de 2015

NOTÍCIA - Os professores e os jagunços da mídia

NOTÍCIA
leitura


Os professores e os jagunços da mídia         Diante das lutas dos trabalhadores, a mídia patronal sempre adotou um comportamento padrão. Num primeiro momento, ela invisibiliza as mobilizações. Assembleias, passeatas e greves não são notícias – e, como não aparecem no “Jornal Nacional” da TV Globo, elas não existem. Já num segundo momento, se a mobilização ganha força, a mídia simplesmente criminaliza a categoria. Os grevistas passam a ser culpados pelo congestionamento do trânsito – que são bem raros nos centros urbanos. Este padrão de manipulação é explícito na cobertura “jornalística” da greve dos professores de São Paulo, que já dura mais de 40 dias e enfrenta com coragem a intransigência do governador Geraldo Alckmin.
    Diferentemente da postura adotada nas marchas golpistas – quando a mídia tucana deu manchetes, fez roteiros para os manifestantes e até alterou a sua grade de programação (a TV Globo chegou a mudar o horário de partidas do campeonato paulista) –, a justa paralisação do professorado paulista tem merecido um tratamento criminoso. Durante várias semanas, a greve sequer foi mencionada no “Jornal Nacional”. A diretoria do sindicato da categoria, a Apeoesp, chegou a enviar uma carta ao diretor de jornalismo da emissora, o capacho Ali Kamel, criticando a total ausência de cobertura da mobilização.

    Como a greve cresceu e ganhou força – cerca de 80% da numerosa
categoria está parada e as passeatas e assembleias reúnem mais de 50 mil professores no centro da capital paulista –, agora a mídia patronal partiu para a agressão. Ela exige imediata repressão e tenta jogar a população contra os grevistas. Em editorial neste sábado (25), intitulado “A baderna da Apeoesp”, o oligárquico jornal Estadão voltou a esbravejar que “a luta social é caso de policia” – como fazia no período das greves dirigidas pelos anarquistas, no começo do século passado. Diante de um confronto isolado com a repressão policial, na última quinta-feira (23), o jornal rosnou:

    “As cenas de violência protagonizadas quinta-feira por professores em greve, em frente à sede da Secretaria Estadual da Educação, são muito mais do que um caso de polícia, embora por si só isso já sejam suficientemente graves, tendo em vista a importância social da categoria envolvida. Foi um triste atestado do aviltamento profissional de uma parte do professorado pela militância política, do qual as principais vítimas são evidentemente as crianças e os jovens de cuja formação esses professores devem cuidar”. Após elogiar a conduta do governador tucano Geraldo Alckmin, o editorial rosna: “É altamente preocupante pensar que o futuro dos alunos da rede pública está entregue a pessoas – ressalvadas as exceções – que cultivam a intolerância e cultuam a baderna”.

     Menos hidrófobo e mais maroto na criminalização da greve, o editorial da Folha tucana, com o título “Mestres indisciplinados”, apelou para o fim do impasse. Sem apresentar qualquer crítica ao longo reinado tucano, que já dura mais de 20 anos e agravou o caos na educação em São Paulo – com salários aviltantes, péssimas condições de trabalho e total ausência de segurança nas escolas –, o jornal condenou a demanda “descabida” da categoria e as cenas de confronto. Na conclusão, não escondeu que segue blindando o governador Geraldo Alckmin: “Por mais que se concorde com a necessidade de valorizar a profissão docente, como sempre defendeu esta Folha, parece manifesto que o sindicato aposta num impasse e no prolongamento da greve”.
    Nas emissoras de rádio e televisão, o clima que se tenta criar também é o da demonização da greve da categoria. Alguns jagunços midiáticos estão histéricos e exigem a imediata repressão aos grevistas. Um deles, o famoso pitbull Reinaldo Azevedo – da revista Veja, do jornal Folha e da rádio CBN (que toca mentira), até mereceu mais uma incisiva resposta da presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, que reproduzo abaixo:
*****

    Mais um ataque de Reinaldo Azevedo contra os professores. Até quando?
    Novamente, o pseudo-jornalista Reinaldo Azevedo vem a campo para defender seus patrões, o PSDB. Novamente, ataca com baixeza minha pessoa e os professores estaduais em greve.
   Mentiroso contumaz, este senhor diz que nossa categoria reivindica 75% de reajuste salarial de uma única vez. As pessoas sérias, que leem os materiais do nosso sindicato, já sabem que estamos pedindo um plano de composição salarial para alcançar o aumento de 75,33% necessário à equiparação salarial com os demais profissionais de 
formação com nível superior, como determina a meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), que é uma lei votada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidenta da República. Reinaldo Azevedo propõe, então, que o governo do PSDB não cumpra a lei.
     Ele vocifera contra um grupo de professores que tentou ocupar a sede da Secretaria Estadual da Educação, após uma reunião na qual o Secretário da Educação disse não ou não respondeu aos pontos da nossa pauta de reivindicações. Ao contrário do que ele diz, nosso sindicato não deliberou que fosse feita esta ação, mas é compreensível que professores estejam indignados cansados e estressados com o pouco caso do governo do PSDB para com a nossa categoria e para com a escola pública.
     Por que Reinaldo Azevedo não se mostra indignado com a postura autoritária e irresponsável do Governador e do Secretário da Educação, que ignoram milhares de professores em greve há mais de 
40 dias e milhões de alunos sem aulas? Sim, porque pode estar havendo tudo nas escolas estaduais, menos aulas regulares. Alunos são empilhados em salas superlotadas, com turmas agrupadas, onde professores eventuais tentam manter um falso clima de normalidade, de acordo com a determinação da Secretaria da Educação. É isso que deseja Reinaldo Azevedo para os estudantes das escolas estaduais, porque nutre profundo desprezo pelas camadas pobres da população, usuárias das escolas públicas.
    Este senhor tenta atacar-me utilizando minha trajetória sindical.        Quanta pobreza de espírito! Tenho um enorme orgulho de minha história, que é bem diferente da de Reinaldo Azevedo, que ganha a vida dedicando-se a enxovalhar pessoas. Sim, eu me dedico diuturnamente a defender os professores e a escola pública. Sou professora, estou dirigente sindical, porque fui eleita e reeleita diversas vezes pelo voto direto para esta função. E este jornalista?Que caminhos tortuosos o trouxeram à sua condição atual?
    Todos os anos participo da atribuição de aulas na Escola Estadual Monsenhor Jerônymo Gallo, em Piracicaba, onde sou professora efetiva. Depois disponibilizo as aulas para outro colega, porque tenho direito legal ao afastamento para exercício de mandato sindical. Tenho uma ligação muito profunda com os professores e com os estudantes da rede estadual de ensino, algo que Reinaldo Azevedo e seus patrões nunca conseguirão me tirar, porque faz parte da minha alma.
    O que interessa, mesmo, é que o Governo Estadual do PSDB, Reinaldo Azevedo e outros sabujos jamais conseguirão quebrar a força, a dignidade e espírito de luta dos professores da rede estadual de ensino. Por isso estão tão nervosos. Por isso, cada vez mais, este pretenso jornalista escreve seus textos com lama.

Por: Altamiro Borges - Blog do Miro - 26/04

http://www.apeoesp.org.br/noticias/noticias/os-professores-e-os-jaguncos-da-midia/