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segunda-feira, 17 de junho de 2013

EDUCAÇÃO - QUEM QUER SER PROFESSOR?

EDUCAÇÃO

Quem quer ser professor?

08 de maio de 2013 | 2h 05
O Estado de S.Paulo

O governo federal alardeia que ser professor é exercer "a profissão que pode mudar o País", mas o que se comprova é que se trata de uma carreira que vem perdendo prestígio e pela qual há cada vez menos interessados.
O problema é especialmente grave no ensino de ciências exatas, essencial para o crescimento de qualquer país. Embora não se trate de algo novo, o fenômeno tem se acentuado nos últimos tempos, e há novos levantamentos mensurando o grande desinteresse dos jovens pelo desafio de ensinar e, dessa forma, "construir um Brasil mais desenvolvido", como diz a propaganda oficial destinada a atrair mão de obra para as salas de aula.
Uma pesquisa recente feita com ingressantes nos cursos de licenciatura em matemática e física na Universidade de São Paulo (USP) mostra que cerca de 50% deles não estão muito dispostos a dar aula nas respectivas áreas. O resultado é particularmente importante quando se leva em conta o fato óbvio de que os cursos de licenciatura são justamente aqueles que formam professores para o ensino fundamental e o médio.
A pesquisa constatou que a maioria dos ingressantes nesses cursos de licenciatura optou por eles porque a exigência do vestibular era bem menor, porque o curso é gratuito, porque têm afinidade com matemática ou física e porque abrem caminho para a pós-graduação. O levantamento mostra ainda que os ingressantes em licenciatura se enquadram num perfil socioeconômico mais baixo do que o dos demais cursos na USP, situação que, de acordo com o estudo, se repete em cursos semelhantes em outras partes do Brasil. É, portanto, uma porta de acesso ao ensino superior para as faixas mais pobres da população.
Os estudantes que se disseram em dúvida sobre abraçar a carreira de professor destacaram que podem se sentir estimulados se a escola for "reconhecida por ter um bom trabalho educacional" ou se tiver "autonomia para elaborar projetos educativos, ensinando com certa liberdade". As respostas denotam idealismo dos entrevistados, mas, na prática, impõem condições que hoje não são atendidas na rede pública de ensino, mas apenas nas escolas particulares.
O sistema educacional público no Brasil padece de um erro de enfoque: privilegiam-se os controles de desempenho dos professores - inclusive com a distribuição de prêmios em dinheiro - sem, no entanto, valorizar a carreira em si. Os salários são considerados baixos em vista da importância da profissão. Pretende-se exigir dos professores que sejam conscientes de sua importância social, mas o magro contracheque diz outra coisa.
Além disso, a precariedade das instalações da maioria das escolas públicas evidencia o descaso do Estado com os profissionais de educação, obrigados a lidar com a crônica falta de material e de equipamentos para enfrentar o desafio diário de estimular seus alunos a aprender.
Outro aspecto que foi levantado pelos entrevistados na pesquisa diz respeito ao desprestígio da profissão de professor na educação básica. Estudantes de medicina ouvidos pelos pesquisadores disseram que não se tornariam professores porque, entre outros motivos, a remuneração é baixa, a possibilidade de ascensão profissional é mínima e as condições das escolas são ruins. No entanto, esse mesmo grupo de entrevistados, assim como os demais, enfatizou que considera o professor muito relevante para o País, por ser o responsável pela transmissão de valores e conhecimentos.
Há, portanto, um abismo entre o ideal de uma carreira e sua realidade, demonstrado cabalmente pelo desinteresse dos estudantes de licenciatura. Assim, o déficit de professores de matemática, física e química, que já é de 170 mil, tende a crescer.
O resultado disso é que o desempenho dos alunos da rede pública em ciências exatas, que já é um dos mais fracos do mundo, tem tudo para piorar - a não ser que o governo aja radicalmente e, sem mais delongas, restitua ao magistério o orgulho profissional.


EDUCAÇÃO - DIRETOR DA ESCOLA: O PROTAGONISTA ESQUECIDO

Educação


Diretor da escola: o protagonista esquecido

17 de abril de 2013 
Autor:
 Gustavo Ioschpe
Quando se fala em educação, logo se pensa em professores e alunos. Cada vez há mais indícios, porém, de que esse foco na sala de aula é o ípico caso em que não conseguimos ver a floresta por estarmos tão preocupados com as árvores. Salas de aula não flutuam por aí, afinal: o locus do ensino é a escola, uma organização bastante complexa. que precisa reter bons profissionais, interessar e estimular alunos e agradar a pais e líderes políticos. Quem rege essa orquestra toda é o diretor escolar.
Sabemos relativamente pouco sobre ele. Alguns estudos mostram que a maneira como um diretor chega ao cargo é importante: escolas que têm diretor escolhido por processos que envolvem provas seguidas de eleições, ou pelo menos via eleição, têm alunos que aprendem mais do que aquelas em que o diretor é fruto de indicação política. Como costuma acontecer no Brasil, privilegiamos o caminho errado: os últimos dados mostram que 46% dos diretores de nossas escolas chegaram ao posto por indicação de alguém.
Outro erro que cometemos é imaginar que o diretor é um mero burocrata responsável por administrar as instalações físicas da escola e passar um corretivo nos baderneiros. O bom diretor, porém, faz bem mais do que isso. No livro “Organizing Schools for Improvement”. os autores definem bem as quatro áreas que o gestor escolar deve dominar: capacitação dos professores, criação de um clima propício ao aprendizado, envolvimento com a família e ensino ambicioso, visando ao ingresso na universidade.
Alguns desses quesitos são difíceis de medir e quantificar. O trabalho de um bom diretor é indireto: assim como se nota o trabalho de um bom técnico pelo desempenho de seus jogadores, a virtuosidade de um diretor se manifesta pelo trabalho de seus professores. Um bom diretor consegue criar um clima ordeiro e organizado, em que alunos e professores podem dar o seu melhor com o mínimo de interrupções. Pesquisas demonstram que alunos aprendem mais naquelas escolas em que há um clima positivo e onde os professores reconhecem a liderança do seu diretor. Pesquisas internacionais (todas disponíveis em twitter.com/gioschpe) comprovam que, quando o diretor tem poder para contratar e demitir professores, os alunos têm desempenho melhor. Outra pesquisa mostra que os diretores têm boa capacidade para prever, antes da contratação, quais serão os professores excelentes e quais os ruins. Faria sentido, portanto, mudar o processo de seleção de professores, que hoje se resume a um concurso público que avalia quase tudo — menos a capacidade do sujeito de ensinar um determinado conteúdo —, para um processo que envolva uma entrevista com os bons diretores escolares.
“Um erro que cometemos é imaginar que o diretor é um mero burocrata responsável por administrar as instalações físicas da escola
O bom diretor escolar é um líder pedagógico, além de ser um bom gestor. Nas escolas de primeiras séries, há evidências de que o conhecimento do diretor sobre as matérias ensinadas e sua intervenção nas práticas dos professores — especialmente aqueles com dificuldades — melhoram o desempenho dos alunos. Nos anos mais avançados, é impossível para um diretor dominar todas as áreas, de forma que seu impacto precisa ser indireto, mas não por isso ele é menos importante. Pesquisas sugerem, por exemplo, que em aulas de linguagem uma estratégia em que os alunos se engajam através de questionamentos e uma postura interativa facilita o aprendizado, enquanto em aulas de matemática ocorre o oposto: estratégias em que o professor passa mais tempo explicando conceitos, formalizando o conhecimento, têm melhores resultados. O mau diretor acha que cada professor deve fazer o que bem entender. O bom diretor julga que todos precisam de orientação e que a escola deve ter um padrão. Por isso é que normalmente não se veem escolas com resultados muito díspares entre séries ou disciplinas. Ainda faltam pesquisas para esmiuçar esse fenômeno, mas em minhas andanças por escolas Brasil afora ficam claros dois fatores. Primeiro, os semelhantes se atraem: professor descompromissado procura escola de diretor idem, e bons diretores fazem o possível para afastar os maus professores e atrair os bons. Uma diretora arretada de escola pública de Fortaleza me contou que uma de suas professoras tirava licença médica atrás de licença médica. Ela também trabalhava em uma escola particular, só que a essa comparecia sempre. Quando a professora estava de licença, a diretora ligava para a escola particular e descobria se ela estava trabalhando. Depois de alguns meses em que teve seu comportamento desmascarado, a professora malandra pediu para sair. O segundo mecanismo é através do exemplo. Quando um professor sabe que seu diretor está batalhando e que vai cobrá-lo, isso é motivador. E vice-versa: visitei uma escola em Goiânia em que a diretora resolveu afrouxar as cobranças sobre alunos e professores porque queria se candidatar a vereadora e não convinha antagonizar ninguém. Os professores ficaram tão desmotivados, e trataram seus alunos com tanta indiferença, que logo a escola saiu do controle: os alunos, enraivecidos, começaram até a riscar o carro de professores.
Outra marca do bom gestor escolar é a relação com a comunidade. Em linhas gerais, os bons diretores atraem os pais, trazendo-os para peno da escola. Só assim um pai ou mãe poderá monitorar, cobrar e ajudar os filhos. Os maus gestores só se lembram de que os pais existem quando precisam culpar alguém pelo insucesso da escola. Eles costumam tratar os pais com menosprezo e distância: para um pai marcar uma reunião com um diretor desses, é missão impossível. Bem diferente de uma marca freqüente do bom diretor: ele espera pais e alunos no portão da escola, todos os dias, na entrada e na saída. É uma oportunidade de estreitar o contato com os pais. comentar os problemas do dia a dia antes que cresçam e simplesmente se colocar à disposição de todos.
Ainda estamos longe de desvendar todos os mistérios da boa gestão escolar, mas a pesquisa traz três achados encorajadores. O primeiro é que, no Brasil, onde a bagunça administrativa é generalizada, iniciativas muito simples para pôr a casa em ordem têm efeito significativo. Um programa de intervenção na gestão das escolas estaduais de São Paulo que se encontravam entre as 5% piores trouxe melhoras no aprendizado dos alunos de até incríveis 40%. Resultados que vêm com medidas simples como oferecer mais aulas de reforço, coibir faltas de professores e passar mais tempo visitando e acompanhando as salas de aula. O segundo é que o salário do diretor está diretamente relacionado com o aprendizado dos alunos, ao contrário do salário dos professores. É bem mais barato e eficaz mexer no salário de diretores (menos de 200.000 pessoas) do que no de professores e funcionários (mais de 5 milhões). Terceiro, o impacto da gestão escolar é enorme: pesquisas americanas sugerem que um quarto da disparidade de desempenho entre escolas é diretamente atribuível a diferenças de gestão. Depois das ações dos professores em sala de aula (que respondem por um terço), esse é o quesito mais importante na determinação do sucesso acadêmico dos alunos.
Fonte: revista “Veja”

LEITURA - BALAÃO, A JUMENTA E O ANJO

Teologia
LEITURA

Balaão, a jumenta e o anjo

Portanto, no dia seguinte Balaão se aprontou, pôs os arreios na sua jumenta e foi com os chefes moabitas.
Deus ficou irado porque Balaão foi. Balaão ia montado na sua jumenta, e dois dos seus empregados o acompanhavam. De repente, o Anjo do SENHOR se pôs na frente dele no caminho, para barrar a sua passagem. Quando a jumenta viu o Anjo parado no caminho, com a sua espada na mão, saiu da estrada e foi para o campo. Aí Balaão bateu na jumenta e a trouxe de novo para a estrada. Então o Anjo do SENHOR ficou numa parte estreita do caminho, entre duas plantações de uvas, onde havia um muro de pedra de cada lado. Quando a jumenta viu o Anjo, ela se encostou no muro, apertando o pé de Balaão. Por isso Balaão bateu de novo na jumenta. Depois o Anjo do SENHOR foi adiante e ficou num lugar mais estreito ainda, onde não havia jeito de se desviar nem para a direita nem para a esquerda. A jumenta viu o Anjo e se deitou no chão. Balaão ficou com tanta raiva, que surrou a jumenta com a vara. Aí o SENHOR fez a jumenta falar, e ela disse a Balaão:
— O que foi que eu fiz contra você? Por que é que você já me bateu três vezes?
Ele respondeu:
— Foi porque você caçoou de mim. Se eu tivesse uma espada na mão, mataria você agora mesmo!
Então a jumenta disse a Balaão:
— Por acaso não sou a sua jumenta, em que você tem montado toda a sua vida? Será que tenho o costume de fazer isso com você?
— Não — respondeu ele.
Aí o SENHOR Deus fez com que Balaão visse o Anjo, que estava no caminho com a espada na mão. Balaão se ajoelhou e encostou o rosto no chão. O Anjo do SENHOR disse:
— Por que você bateu três vezes na jumenta? Eu é que vim como se fosse seu inimigo, para fazer você voltar, pois você não devia estar fazendo esta viagem. Mas a sua jumenta me viu e se desviou três vezes de mim. Se ela não tivesse feito isso, eu já teria matado você, e ela teria ficado viva.
Números 22.21-33
   




domingo, 16 de junho de 2013

LEITURA - ORAÇÃO DE EZEQUIAS

Teologia
LEITURA

Oração de ezequias

Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente; e o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.

Então virou o rosto para a parede, e orou ao SENHOR, dizendo:

          Ah, SENHOR! Suplico-te lembrar de que andei diante de ti em verdade, com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.

          Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do SENHOR dizendo:

          Volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do SENHOR.

         E acrescentarei aos teus dias quinze anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo.

        Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos. E a tomaram, e a puseram sobre a chaga; e ele sarou.

         E Ezequias disse a Isaías: Qual é o sinal de que o SENHOR me sarará, e de que ao terceiro dia subirei à casa do SENHOR?

          Disse Isaías: Isto te será sinal, da parte do SENHOR, de que o SENHOR cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-á a sombra dez graus, ou voltará dez graus atrás?

          Então disse Ezequias: É fácil que a sombra decline dez graus; não seja assim, mas volte a sombra dez graus atrás.
           Então o profeta Isaías clamou ao SENHOR; e fez voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que tinha declinado no relógio de sol de Acaz. 

2 Reis 20:1-11


sexta-feira, 14 de junho de 2013

EDUCAÇÃO- O TEÓRICO DO ENSINO COMO PROCESSO SOCIAL

Educação
Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social

A obra do psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea


O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) morreu há mais de 70 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. "Ele foi um pensador complexo e tocou em muitos pontos nevrálgicos da pedagogia contemporânea", diz Teresa Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ela ressalta, como exemplo, os pontos de contato entre os estudos de Vygotsky sobre a linguagem escrita e o trabalho da argentina Emilia Ferreiro, a mais influente dos educadores vivos. 
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.
 Surge da ênfase no social uma oposição teórica em relação ao biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), que também se dedicou ao tema da evolução da capacidade de aquisição de conhecimento pelo ser humano e chegou a conclusões que atribuem bem mais importância aos processos internos do que aos interpessoais. Vygotsky, que, embora discordasse de Piaget, admirava seu trabalho, publicou críticas ao suíço em 1932. Piaget só tomaria contato com elas nos anos 1960 e lamentou não ter podido conhecer Vygotsky em vida. Muitos estudiosos acreditam que é possível conciliar as obras dos dois.
Relação homem-ambiente


              Os estudos de Vygotsky sobre aprendizado decorrem da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Ele rejeitava tanto as teorias inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá ao longo da vida, quanto as empiristas e comportamentais, que vêem o ser humano como um produto dos estímulos externos. Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor - ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.
          Segundo Vygotsky, apenas as funções psicológicas elementares se caracterizam como reflexos. Os processos psicológicos mais complexos - ou funções psicológicas superiores, que diferenciam os humanos dos outros animais - só se formam e se desenvolvem pelo aprendizado. Entre as funções complexas se encontram a consciência e o discernimento. "Uma criança nasce com as condições biológicas de falar, mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais velhos da comunidade", diz Teresa Rego. 

             Outro conceito-chave de Vygotsky é a mediação. Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos - como, por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a natureza - e da linguagem - que traz consigo conceitos consolidados da cultura à qual pertence o sujeito.

O papel do adulto


               Todo aprendizado é necessariamente mediado - e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo própria aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" dele, tornando-o voluntário e independente.

               Desse modo, o aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro, provocando saltos de nível de conhecimento. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho, porque, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes. É a isso que se refere um de seus principais conceitos, o de zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender - potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa ter, segundo Vygotsky. 


Expansão dos horizontes mentais


              Como Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora o pensamento do psicólogo bielo-russo, com sua ênfase no aprendizado, ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento. Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, "puxando" dela um novo conhecimento. "Ensinar o que a criança já sabe desmotiva o aluno e ir além de sua capacidade é inútil", diz Teresa Rego. O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo não se resume à aquisição de uma habilidade ou de um conjunto de informações, mas amplia as estruturas cognitivas da criança. Assim, por exemplo, com o domínio da escrita, o aluno adquire também capacidades de reflexão e controle do próprio funcionamento psicológico.

Biografia


             Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia (e que só se tornou independente em 1991, com a desintegração da União Soviética, adotando o nome de Belarus). Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Ele teve um tutor particular até entrar no curso secundário e se dedicou desde cedo a muitas leituras. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia - área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o mataria em 1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de William Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.

Tempo de revolução


Em menos de 38 anos de vida, Vygotsky conheceu momentos políticos drasticamente diferentes, que tiveram forte influência em seu trabalho. Nascido sob o regime dos czares russos, Vygotsky acompanhou de perto, como estudante e intelectual, os acontecimentos que levaram à revolução comunista de 1917. O período que se seguiu foi marcado, entre outras coisas, por um clima de efervescência intelectual, com a abertura de espaço para as vanguardas artísticas e o pensamento inovador nas ciências, além de uma preocupação em promover políticas educacionais eficazes e abrangentes. Logo após a revolução, Vygotsky intensificou seus estudos sobre psicologia. Visitou comunidades rurais, onde pesquisou a relação entre nível de escolaridade e conhecimento e a influência das tradições no desenvolvimento cognitivo. Com a ascensão ao poder de Josef Stalin, em 1924, o ambiente cultural ficou cada vez mais limitado. Vygotsky usou a dialética marxista para sua teoria de aprendizado, mas sua análise da importância da esfera social no desenvolvimento intelectual era criticada por não se basear na luta de classes, como se tornara obrigatório na produção científica soviética. Em 1936, dois anos após sua morte, toda a obra de Vygotsky foi censurada pela ditadura de Stalin e assim permaneceu por 20 anos.

 Márcio Ferrari 




LEITURA - A MORTE DE MÍRIAM E A ÁGUA DE MERIBÁ

Teologia
Leitura

A morte de Míriam e a água de Meribá

No primeiro mês todo o povo de Israel foi para o deserto de Zim e acampou em Cades. Ali Míriam morreu e foi sepultada.
Naquele lugar não havia água; por isso o povo se reuniu e começou a reclamar contra Moisés e Arão. Eles diziam:
— Teria sido melhor se tivéssemos morrido na frente de Deus, o SENHOR, com os nossos companheiros, os outros israelitas! Por que você trouxe o povo do SENHOR para este deserto? Será que foi para morrermos junto com os nossos animais? Por que você nos trouxe do Egito para este lugar terrível, onde não há cereais, nem figueiras, nem parreiras, nem romãs? E além de tudo não há água para beber!
Então Moisés e Arão saíram dali, onde o povo estava, e foram para a porta da Tenda Sagrada. Eles se ajoelharam, encostaram o rosto no chão, e a glória do SENHOR apareceu. E o SENHOR disse a Moisés:
— Pegue o bastão que está em frente da arca da aliança, e depois você e Arão reúnam o povo. E na frente de todos eles deem ordem à rocha, e dela sairá água. Assim, vocês tirarão água da rocha e darão de beber ao povo e também aos animais.
Então, como Deus havia ordenado, Moisés pegou o bastão que estava diante de Deus, o SENHOR. Moisés e Arão reuniram o povo em frente da rocha, e Moisés disse:
— Agora escute, gente rebelde! Será que vamos ter de fazer sair água desta rocha para vocês?
Moisés levantou a mão, bateu na rocha duas vezes com o bastão, e saiu muita água. E o povo e os animais beberam.
Porém o SENHOR disse a Moisés e a Arão:
— Vocês não tiveram fé suficiente para fazer com que o povo de Israel reconhecesse o meu santo poder e por isso vocês não vão levá-los para a terra que prometi dar a eles.
Isso aconteceu em Meribá, onde o povo de Israel reclamou contra Deus, o SENHOR, e onde Deus lhes deu uma prova do seu santo poder.

Números 20.1-13
   




VIRTUDE - DÊ CORDA NO AMOR

Virtudes

Dê corda no amor
Publicado por Mônica Kikuti em Uncategorized
O amor está no ar de novo. Ou melhor, o sentimento de consumismo que volta à cena exacerbando tudo como se fosse o único a resistir em tempos de tanta confusão entre ter, ser, gostar, amar. Não há mais criatividade em nada. É tudo sempre igual. E, se estes casais de hoje em dia se fazem de “pombinhos”, sinto informar, mas uma hora vai dar merda. Ué… pombo faz caca!! Tá… todo mundo também faz e este é o problema. Será que estou sincera demais? 
        E, em se tratando de amor, ele está tão difícil de encontrar! Parece que foge da gente o tempo todo. E quando aparece alguma coisa meio parecida, acaba naquela mesmice de sempre, porque a maioria das pessoas se acostumou com “o de sempre” e isto é um negócio muito chato. Parece que as pessoas apenas se aturam e não compartilham as coisas boas da vida. E se aturam sem dizer a verdade: têm medo de ser sinceras. É… porque sinceridade demais assusta. O duro é que também lima o diálogo sadio que poderia existir entre duas pessoas que, em tese, se gostam. E a verdade fica ali, sem sair do armário, junto com tudo o que se queria dizer. Até que uma hora o armário fica frágil, a porta se rompe e sai dali um mar de ofensas. 
        Será que era isto que a gente esperava de nós e do outro? Um mero “passar o tempo”, sem aprender nada? Sem crescer de verdade, sem amadurecimento? Não, né? Vamos acordar. Hello!
         Os tempos mudaram, mas algumas coisas fazem sentido desde o tempo da vovozinha. Não dá para manter um namoro, ou sei lá o quê, sem aprender um pouco, sobretudo, sobre respeito. É preciso respeitar as diferenças, mas sem maquiar outros sentimentos: o que não agrada deve ser dito. Claro que não com a sutileza de um neandertal, mas com a inteligência e sensibilidade de um ser que é capaz de amar o outro. 
       Aliás, um sentimento bom, qualquer que seja, é como o relógio de corda. É preciso estar mexendo nele, vez por outra, para não parar. Não é automático como tudo que temos visto e feito. É claro que diante de nós surgem desafios. Temos momentos meio difíceis, como a árvore que se desfolha no inverno e se desnuda. Entretanto, renasce na primavera com suas cores e flores vigorosas. E isto vale a pena.
       Vamos gostar de verdade. Amar. Dar uma chance para algo novo, mas com sinceridade acima de tudo. Sinceridade de dentro para fora. Uma sinceridade que desabrocha até um poema feito de próprio punho, melhor do que aquele cartão que custou dez pilas, mas que não passava de mais um na prateleira. Vamos fazer a diferença. E marcar o tempo, no relógio de corda. Sem parar de cuidar do tempo e do amor. E também de tudo que é bom.