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quinta-feira, 25 de abril de 2013

FAMÍLIA - DEZ MANDAMENTOS PARA DESEDUCAR SEU FILHO


Família

Dez mandamentos para deseducar seu filho

1.      Dê a seu filho tudo que ele queira;
2.   Não lhe dê nenhuma educação espiritual;
3.   Não aponte os erros que ele comete;
4.   Junte tudo o que  ele deixa espalhado pelo chão: livros, cadernos, roupas, sapatos, brinquedos, etc.;
5.    Deixe que leia toda matéria que lhe caia nas mãos;
6.   Brigue e discuta na sua presença;
7.    Dê-lhe quanto dinheiro pedir;
8.   Satisfaça todos os caprichos em matéria de bebidas, comida e conforto;
9.   Tome sempre o partido de seu filho em conflitos. Com a polícia, professores, vizinhos e outras crianças.
10.                     Quando seu filho se envolver numa briga mais séria, justifique suas atitudes com essas palavras: “ Essa criança sempre foi impossível, ela é assim mesmo!”

A relação entre drogas e outros problemas sociais é inegável. A dependência além do usuário, a família e a sociedade. Os crimes relacionados com drogas sobrecarregam os tribunais, os órgãos de assistência social e a polícia. Mas sabemos que o problema pode ser diminuído. A polícia não pode fazer a tarefa sem ajuda dos pais, das escolas, da justiça e de outros grupos comunitários. Todos devem estar unidos no combate às drogas.
 (

EDUCAÇÃO - A CHAVE DO CONHECIMENTO


EDUCAÇÃO

A CHAVE DO CONHECIMENTO
    
         Você que é estudante, recebe instruções de seus professores que nem sempre consegue cumprir. Muitas vezes é por nem ter  ideia do que acontece com uma palavra “dentro de você”. O sim entra pelos ouvidos e vai até o cérebro onde vira conhecimento. Conhecimento é tudo aquilo que você sabe. É a soma de tudo que usa para poder viver. Algumas coisas você nem percebe que sabe... aprendeu sem nem sentir! Mas, há um conhecimento que é dirigido a cada um dos alunos nas escolas. Para ficar com esse saber algumas ações são necessárias. Entre elas, precisa saber como cada conhecimento passa a fazer parte de sua vida. Como isso acontece?
         Cada coisa sabida serve de base para conhecer novas coisas. A palavra planta, por exemplo, serve de base para entender flor, fruta, vegetal, vegetação, capim, mato, samambaia, alface. Sem ter ter a ideia do que seja uma planta seria difícil ou até impossível compreender tudo o que for do mundo das plantas. É como se uma palavra servisse de mãe para que outras palavras pudessem existir em nossa mente. Interessante não é mesmo? Sim, mas e como foi que começamos a montar esse depósito de palavras que funcionam como mães de outras palavras?
         Antes de aprendermos essas primeiras palavras, foi preciso que aprendêssemos o funcionamento da fala e o que seriam as palavras. Aprendemos esse mecanismo junto com o aprendizado das primeiras palavras. E foi nossa mãe quem nos ensinou como tudo funciona. Como? Bem, quando ainda estávamos em  crescimento na barriga de nossa mãe, o calor do corpo dela pode ter sido a primeira informação de carinho que recebemos, como se nos dissesse o tempo todo que nos amava. Depois que nascemos o mesmo calor nos era dado em seu colo enquanto estávamos mamando. Ali, em seu volo ela passava a mão em vosso corpo e falava alguma coisa em tom carinhoso. Esses sons vindos de alguém que nos alimentava, fazia carinho e que nos amava, era outra forma de carinho que nos esforçávamos para entender.
         Repetindo tantas vezes o mesmo gesto e mesmo som, acabamos por entender como funcionava a coisa toda. Cada som era uma palavra. Cada palavra queria dizer uma coisa. Cada palavra era o modo de se comunicar conosco: Vem nenê, vem... vem mamãe. Ma-mãe... dá... pa-pa... Cada palavra era o nome de uma imagem que reconhecíamos – ela é mamãe... eu ... sou nenê. Fixamos então em nossa imaginação uma figura e a ela um som, uma palavra. Pronto ... funcionou... começamos a brincar de ouvir, depois a brincar de falar, depois a brincar de pensar. Pensar?
         Pois é, o pensamento funciona com figuras e palavras que nomeiam essas figuras. Pensamos a palavra bola pela imagem de uma bola. Cada palavra nova cai precisar de uma nova imagem para podermos registrar na memória. O que é ZPTYX ? Não sei! Só vou poder saber depois que você me disser o que é ... depois de ter associado sua imagem com o nome que recebe.
         Então, pense bem... Será que não é mais fácil para aprendermos aquilo que podemos saborear, cheirar, tocar, ouvir  e ver? Foi fácil saber o que era banana... e não é a mesma coisa aprender que o Universo não tem começo e nem fim. O que há de diferente entre esses dois “objetos” de conhecimento? Bana é fruto, alimento, palpável, que tem odor, densidade, forma, cor... enfim, algo concreto. Universo, ao contrário, é uma ideia nova, que não temos a que comparar – ou seja, que não tem na nossa cabeça uma palavra mãe – e que fica difícil fazer uma figura para criar a ideia do que seja algo sem começo e nem fim. É difícil por ser abstrato, não dá para sentir, cheirar, tocar, saborear ou ver... Não se preocupe, todos  temos sempre algo difícil para aprender... mas nunca deixar de tentar!

Eduardo Paulo Bernardi Junior

quarta-feira, 24 de abril de 2013

TEOLOGIA - leitura - OS MANDAMENTOS


Teologia
Leitura
Os mandamentos

ÊXODO 20:01-06

Deus falou, e foi isto o que ele disse:
— Meu povo, eu, o Senhor, sou o seu Deus. Eu o tirei do Egito, a terra onde você era escravo.
— Não adore outros deuses; adore somente a mim.
— Não faça imagens de nenhuma coisa que há lá em cima no céu, ou aqui embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não se ajoelhe diante de ídolos, nem os adore, pois eu, o Senhor, sou o seu Deus e não tolero outros deuses. Eu castigo aqueles que me odeiam, até os seus bisnetos e trinetos. Porém sou bondoso com aqueles que me amam e obedecem aos meus mandamentos e abençoo os seus descendentes por milhares de gerações.

VIRTUDE - SOLIDARIEDADE - CASACO DE PASSARINHO


Virtude
Casaco de passarinho

       Era uma árvore interessante, bonita e absolutamente disciplinada.
       Todos os anos seguia a mesma rotina: se enchia de folhas e flores e na primavera, continuava alegremente vestida no verão, e quando chegava o outono começava a tirar a roupa: quando mais o tempo esfriava, mais roupa ela tirava. No inverno, todas as folhas caíam e ela, completamente nua, aguentava o frio, sem dar um pio.
       Um dia porém, a árvore se manifestou: “atchim!”, “Saúde”!, responderam os passarinhos aflitos; recolhendo seus ovos dos ninhos. Foi aí que alguns pardais, com pena da pobre árvore pelada, tiveram a ideia de ficar um pertinho do outro, asa com asa.
       Perfilados e juntos, os passarinhos fizeram um enorme cachecol para a árvore. O inverno terminou, as folhas voltaram, e quando veio a primavera, a árvore agradeceu mandando mais flores. No verão seguinte, ela deu muitos frutos a mais do que sempre tinha dado. Os passarinhos comeram como nunca, tiveram grandes ninhadas e, no inverno seguinte, além do cachecol, a árvore ganhou casaco, luvas e até um gorro, feito do corpo quente dos passarinhos felizes.

EDUCAÇÃO - A CANOA


EDUCAÇÃO
A CANOA

         Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
         - Companheiro. Você entende de leis?
         Responde o barqueiro:
         -Não.  Responde o barqueiro.
         E o advogado compadecido:
         - É pena, você perdeu metade da visa!
A professora muito social entra na conversa:
         - Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
         -Também não. Responde o remador.
         - Que pena!
         Condói-se a mestra.
         -Você perdeu metade da vida!
         Nisso chega uma onde bastante grande e vira o barco.
         O canoeiro preocupado, pergunta:
         - Vocês sabem nadar?
         -Não! – Responderam eles rapidamente.
         - Então é uma pena. Conclui o barqueiro.
         - Vocês perderam toda a vida!
         “ Não há saber mais ou caber menos: Há saberes diferentes”.(Paulo Freire)
         Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato. Cada uma delas tem algo de diferente para ensinar...


terça-feira, 23 de abril de 2013

LENDAS - O SOLITÁRIO e o SOLIDÁRIO


LENDA CHINESA

O SOLIDÁRIO E O SOLITÁRIO

O CÉU E O INFERNO

Diz uma lenda chinesa:
Naquele tempo um discípulo perguntou ao vidente:
- Mestre, qual é a diferença entre o céu e o inferno? E o vidente respondeu:
- Ela é muito pequena e contudo com grandes consequências.
Vi um monte de arroz cozido e preparado como alimento. Ao redor dele muitos homens famintos, quase a morrer. Não podiam se aproximar do monte de arroz. Mas possuíam longos palitos de dois a três metros de comprimento – os chineses naquele tempo, já comiam arroz com palitos – Apanhavam, é verdade, o arroz, mas não conseguiam levá-lo a própria boca, porque os palitos em suas mãos eram muito longos. E, assim, famintos e moribundos , juntos, mas solitários permaneciam curtindo uma fome eterna, diante de uma fartura inesgotável. É isso era o inferno.
Vi outro grande monte de arroz cozido e preparado como alimento. Ao redor dele muitos homens famintos, mas cheios de vitalidade. Não podiam se aproximar do monte de arroz, mas possuíam longos palitos de dois a três metros de comprimento. Apanhavam o arroz, mas não conseguiam levá-lo à própria boca, porque os palitos em suas mãos eram muito longos. Mas com seus longos palitos, em vez de levá-los a própria boca,  serviam –se uns aos outros o arroz. E assim matavam sua fome insaciável. Numa grande comunhão fraterna. Juntos e solidários gozando a excelência dos homens e das coisas. E isso era o céu.

HISTÓRIA - TIRADENTES

HISTÓRIA
                  Tiradentes

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Fazenda do Pombal, batizado em 12 de novembro de 1746 — Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro,minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial (1530-1815), mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil, patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional.
O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade  mineira  de  Tiradentes,  antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua homenagem.
Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais.
Joaquim José da Silva Xavier era filho do português Domingos da Silva Xavier,proprietário rural, e da brasileira Maria Paula da Encarnação Xavier (prima em segundo grau de Antônio Joaquim Pereira de Magalhães), tendo sido o quarto dos nove filhos.
Em 1755, após o falecimento de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São Antônio; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um primo, que era cirurgião dentista. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes.
Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão sudestino. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781 foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos corruptos e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de marechal da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.
Na crônica "Memórias da Rua do Ouvidor"-capítulo 7, o médico e escritor carioca Joaquim Manuel de Macedo relata que neste mesmo ano de 1787, Tiradentes conhece e se apaixona por uma certa "Perpétua Mineira", dona de uma "casa de pasto" (restaurante) na rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro. Segundo a crônica, Perpétua foi vista pela última vez em 21 de abril de 1792 nas proximidades da forca onde havia sido executado seu amante.
Após a licença da cavalaria, Tiradentes morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento de água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Fez parte de um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.
Além das influências externas, fatores mundiais e religiosos contribuíram também para a articulação da conspiração nas Minas Gerais. Com a constante queda na receita institucional, devido ao declínio da atividade da cana de açúcar, a reforma econômica a metrópole portuguesa de D.João V instituiu medidas que garantissem o Quinto, imposto que obrigava os residentes das Minas Gerais a pagar, semestralmente, cem arrobas de prata, destinadas à Real Fazenda. A partir da nomeação de Antônio Oliveira Meneses como governador da província, em 1782, ocorreu a marginalização de parte da elite local em detrimento de seu grupo de amigos. O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos , mesmo que preciso fosse prender o cobrado, a ser executada pelo novo governador das Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, 6.º Visconde de Barbacena (futuro Conde de Barbacena), o que afetou especialmente as elites mineiras. Isso se fez necessário para se saldar a dívida mineira acumulada, desde 1762, do quinto, que à altura somava 768 arrobas de ouro em impostos atrasados.
O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da "confidência" sairiam às ruas de Vila Maria dando vivas à República, com o que ganhariam a imediata adesão da população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, em 15 de março de 1789 foi delatada aos portugueses por Joaquim Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago, tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, luso-açoriano, em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Anos depois, por ordem do novo oficial de de milícia Ernesto Gonçalves, planejou o assassinato de Joaquim Silvério dos Reis.
Entrementes, em 14 de março, o Visconde de Barbacena já havia suspendido a derrama o que de esvaziara por completo o movimento. Ao tomar conhecimento da conspiração, Barbacena enviou Silvério dos Reis ao Rio para apresentar-se ao vice-rei, que imediatamente (em 7 de maio) abriu uma investigação (devassa). Avisado, o alferes Tiradentes, que estava em viagem licenciada ao Rio de Janeiro escondeu-se na casa de um amigo, mas foi descoberto ao tentar fazer contato com Silvério dos Reis e foi preso em 10 de maio. Dez dias depois o Visconde de Barbacena iniciava as prisões dos inconfidentes em Minas.
Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim José dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.
Os principais planos dos inconfidentes eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar industrias no país que surgiria, uma universidade em Vila Rica e fazer de São João del-Rei a capital. Seu primeiro presidente seria, durante três anos, Tomás António Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar que os inconfidentes visavam a autonomia somente da província das Minas Gerais, e em seus planos não estava prevista o direito de autonomia da população feminina.
Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela "inconfidência", inocentando seus companheiros. Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino: Tiradentes foi enforcado.
Os réus foram sentenciados pelo crime de "lesa-majestade", definida, pelasordenações afonsinas e as Ordenações Filipinas, como traição contra o rei. Crime este comparado à hanseníase pelas Ordenações Filipinas:
Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham culpa.”
Por igual crime de lesa-majestade, em 1759, no reinado de D. José I de Portugal, a família Távora, no processo dos Távora, havia padecido de morte cruel: tiveram os membros quebrados e foram queimados vivos, mesmo sendo os nobres mais importantes de Portugal. A Rainha Dona Maria I sofria pesadelos devido à cruel execução dos Távoras ordenado por seu pai D. José I e terminou por enlouquecer.
Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não era tido como maçom.
E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Bóris Fausto aponta essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidar a população para que não houvesse novas revoltas.
Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.
“JUSTIÇA que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Gerais, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberana e Suprema Autoridade da mesma Senhora, que Deus guarde.
MANDA que com baraço e pregão seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos e pregados em iguais postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha e Sebollas; que a casa da sua habitação seja arrasada, e salgada e no meio de suas ruínas levantado um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito e que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para a Coroa e Câmara Real. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792, Eu, o desembargador Francisco Luiz Álvares da Rocha, Escrivão da Comissão que o escrevi. Sebão. Xer. de Vaslos. Cout.
Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que o Brasil continuou sendo uma monarquia após a independência do Brasil, e, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, contra a qual Tiradentes conspirara, e, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes e comutado as penas dos demais inconfidentes. Durante a fase imperial do Brasil, Tiradentes também não era aceito pelo fato de ele ser republicano. O "Código Criminal do Império do Brasil", sancionado em 16 de dezembro de 1830, também previa penas graves para quem conspirasse contra o imperador e contra a monarquia:
Art. 87. Tentar diretamente, e por fatos, destronizar o Imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez anos no mínimo. —Código Criminal de 1830
Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos. Também, o nome do movimento, "Inconfidência Mineira", e de seus participantes, os "inconfidentes", foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança. Outra versão diz que por inconfidência era termo usado na legislação portuguesa na época colonial e que "entendia-se por inconfidência a quebra da fidelidade devida ao rei, envolvendo, principalmente, os crimes de traição e conspiração contra a Coroa", e, que para julgar estes crimes eram criadas "juntas de inconfidência".
Historiadores como Francisco de Assis Cintra e o brasilianista Kenneth Maxwell procuram diminuir a importância de Tiradentes, enquanto autores mineiros como Oilian José e Waldemar de Almeida Barbosa procuram ressaltar sua importância histórica e seus feitos, baseando-se, especialmente, em documentos sobre ele existente no Arquivo Público Mineiro.
Atualmente, onde se encontrava sua prisão, funcionou a Câmara dos Deputados na chamada "Cadeia Velha", que foi demolida e no local foi erguido o Palácio Tiradentes que funcionava como Câmara dos Deputados até a transferência da capital federal para Brasília. No local onde foi enforcado ora se encontra a Praça Tiradentes e onde sua cabeça foi exposta fundou-se outra Praça Tiradentes. Em Ouro Preto, na antiga cadeia, hoje há o Museu da Inconfidência. Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.