LEITURA
EXORTAÇÃO AO PROGRESSO NA FÉ
Cada sumo sacerdote, sendo escolhido dentre os homens, é
constituído nas coisas relacionadas com Deus, a favor dos homens, para oferecer
dons e sacrifícios pelos pecados. Ele é capaz de se compadecer dos
ignorantes e dos que se desviam do caminho, pois também ele mesmo está rodeado
de fraquezas. Por esta razão, deve oferecer sacrifícios pelos pecados,
tanto do povo como de si mesmo. E ninguém toma esta honra para si mesmo, a
não ser quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão.
Assim, também Cristo não glorificou a si mesmo para se tornar sumo
sacerdote, mas quem o glorificou foi aquele que lhe disse:
“Você é meu Filho,
hoje eu gerei você.”
E em outro lugar também diz:
“Você é sacerdote para sempre,
segundo a ordem
de
Melquisedeque.”
Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte
clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, foi
ouvido por causa da sua reverência. Embora fosse Filho, aprendeu a
obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o
Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem. E Deus o nomeou
sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
A esse respeito temos muitas coisas a dizer, coisas difíceis de
explicar, porque vocês ficaram com preguiça de ouvir. Pois, quando já
deviam ser mestres, levando em conta o tempo decorrido, vocês têm, novamente,
necessidade de alguém que lhes ensine quais são os princípios elementares dos
oráculos de Deus. Passaram a ter necessidade de leite e não de alimento sólido. Ora,
todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça,
porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles
que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não
somente o bem, mas também o mal.
Por isso, deixando os princípios elementares da doutrina de
Cristo, avancemos para o que é perfeito, não lançando de novo a base do
arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, o ensino de batismos e da
imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno. Isso
faremos, se Deus o permitir.
É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados,
provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram
a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro e caíram, sim, é
impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão
crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à zombaria. Porque
a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz plantas
úteis para aqueles que a cultivam recebe bênção da parte de Deus; mas, se
produz espinhos e ervas daninhas, é rejeitada e está perto da maldição; e o seu
fim é ser queimada.
Quanto a vocês, meus amados, ainda que falemos desta maneira,
estamos certos de que coisas melhores os esperam, coisas relacionadas com a
salvação. Porque Deus não é injusto para se esquecer do trabalho que vocês
fizeram e do amor que mostraram para com o seu nome, pois vocês serviram e
ainda estão servindo aos santos. Desejamos que cada um de vocês continue
mostrando, até o fim, o mesmo empenho para a plena certeza da esperança, para
que não se tornem preguiçosos, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela
paciência, herdam as promessas.
Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha
ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: “Certamente
eu o abençoarei e multiplicarei os seus descendentes.” E assim, depois de
esperar com paciência, Abraão obteve a promessa. Porque as pessoas juram
pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, põe fim a toda
discussão. Por isso, Deus, quando quis mostrar com mais clareza aos
herdeiros da promessa que o seu propósito era imutável, confirmou-o com um
juramento. Ele fez isso para que, mediante duas coisas imutáveis, nas
quais é impossível que Deus minta, nós, que já corremos para o refúgio,
tenhamos forte alento, para tomar posse da esperança que nos foi proposta. Temos
esta esperança por âncora da alma, segura e firme e que entra no santuário que
fica atrás do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se
tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
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