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quinta-feira, 3 de julho de 2014

VIRTUDES - NÃO SE DISTRAIA

VIRTUDES

Não se distraia

Mais dia menos dia a gente ouve alguma historinha sobre relacionamentos. É aquela coisa que vai vir à tona em algum momento, seja no ponto de ônibus, no chororô da amiga na rede social, no carinha pedindo conselho sentimental, na mulher gritando ao telefone com o bofinho ou naquela pessoa que você não vê há séculos e vai te perguntar: “E aí? Tá namorando? Casou?”. Tisk, tisk. Sempre a mesma coisa. As pessoas não se conformam com alguém que não namora, que não tá pegando ninguém. “Minha vida tá mais parada do que água do mosquito da dengue” era a frase que alguém postou na internet e eu ri muito.
Entretanto, um comentário inocente estes dias me fez pensar sobre o rumo dos relacionamentos. Era uma fala boba, que a gente ouve quase sempre, mas, confesso, me bateu um negócio estranho, uma inconformidade, um “peraí, é isto mesmo?”.
O comentário era que, embora não fosse aqueeeela pessoa dos seus sonhos, você poderia estar com ela para “se distrair”. Fiquei pensando em distrações. Distração pode ser assistir a um filme, ver TV, jogar buraco, dominó, estourar plástico-bolha, ir para um parque. Como comparar alguém com “distração”? Parece algo tão fútil, tão insignificante... Segundo o dicionário Aurélio distrair é “atrair a atenção [de alguém] para outro ponto, objeto ou assunto; desviar [a atenção, o pensamento]; livrar de preocupação; divertir, entreter; afastar; descuidar-se.”
Então estar com alguém para se distrair é apenas divertir-se e afastar a atenção do que poderia importar?! É o que muita gente diz: “Vai se divertindo com as pessoas erradas até encontrar a certa”. Quando a gente pensa no outro, tudo bem, né (nem tanto!)? Mas já pensou que você também pode ser uma diversão, a pessoa que está lá na lista das “erradas”? Como um joguinho de dominó: encaixou as peças, acabou. Distração feita. Jogo ganho. Tempo passado. E aquele vazio de novo. Isto não é um jogo e muito menos justo!
Na vida, a gente também pode se distrair com o que não vale a pena e perder o foco. E neste trajeto há pequenas distrações que custam caro. É como perder a atenção um segundo no trânsito. Pode ser fatal, irremediável. 
Pessoas não deveriam ser tratadas como distrações. Ninguém é jogo de dominó, programa de TV, partida de buraco. Pessoas têm singularidades e sentimentos. E a gente sabe o quanto dói ser apenas distração. Distração enjoa: cada hora a gente troca, surgem novas.Lógico que temos que ter entretenimento na vida, mas usar as pessoas para fazer parte disto é muita sacanagem! Que saibamos nos distrair com as coisas boas da vida. E ter boas companhias para isto. Mas que não usemos gente como distração. E que também não sejamos as dos outros. Nem agora, nem nunca!

Mônica Kikuti



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