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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

VIRTUDES - DEFICIÊNCIA DE QUE^?

VIRTUDES


Deficiência de quê?

Nestes dias, a foto de uma mulher com o namorado chamava atenção na internet. Não muito por ela, embora fosse daquelas bonitonas, mas pelo cara a seu lado, sobre uma cadeira de rodas. Pipocavam comentários masculinos depreciativos e também cunhados pela inveja. “Como um cara naquela situação poderia estar com aquela gostosa? Como ela poderia gostar dele?”, indagavam, com o despeito particular de quem só enxerga pessoas e uma vida inteira sob uma couraça de aparências e pré-julgamentos, como se todos fossem uma massa igual, que não tem suas particularidades. 
Embora todo mundo diga que não tem preconceito, sempre existe um, guardadinho, que uma hora ou outra se apresenta e faz a máscara cair. É difícil encarar nossos preconceitos de frente, quando achamos 
puramente “normal” depreciar os outros, seja pela raça, condição financeira, orientação sexual, religião e estilo de vida. “Mulher com tatuagem não presta”. “Quem anda de skate é drogado”. “Ah, não tenho nada contra gays, desde que não seja meu filho”. “Quem mora na favela é ladrão”. E por aí vai.  
Frases que costumamos ouvir e, por vezes, reproduzir, sentenciam o preconceito e sentenciam também uma crescente conduta de explicar as “diferenças” com o propósito de gerar conflito. Com o propósito de
machucar, denegrir, humilhar, numa violência gratuita, indigna e contraditória com o conceito de humanidade.
Somos muito diferentes, embora adotemos estilos de vida parecidos, mas nem por isso podemos nos julgar os “donos da verdade” e sentenciar a vida – e também a morte de alguém.
Há gente que mora em mansão, mas nem por isso é honesto. Há gente que tem tatuagem e nem por isso é criminoso. Há gente que é cego, mas nem por isso deixa de enxergar as belas coisas da vida. Há gente que se locomove em cadeira de rodas, mas nem por isso deixa de ir longe. 
Somos deficientes em tolerância: nossa opinião é a que vale, mesmo que argumentos e fatos mostrem o contrário. Assim, nos fechamos em 
velhos conceitos que há muito já não condizem com a realidade do mundo. Somos deficientes em paciência: perdemos o pouco que há com as miudezas das coisas e os desafios da convivência com o outro.  Somos deficientes em respeito: vociferamos coisas indizíveis a quem sequer conhecemos, só pelo fato do outro ser “diferente”. Somos deficientes em amor aos “semelhantes” e aos que não são.

Enfim, somos deficientes em tanta coisa e em tantos sentimentos, que é hora de chegar ao coração e arrancar de lá tantos de nossos preconceitos. Fazer uma limpeza e ver que, diante de Deus, somos muito pouco para querer ser tão grande diante dos outros. 


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