TEOLOGIA
LEITURA
O LIMITE DA PACIÊNCIA DE DEUS
Acontecimentos
recentes testemunham grandes mudanças no cenário mundial, em todos os setores
da atividade humana. A recente crise econômica que abalou sistemas financeiros
em todo o mundo ameaça a estabilidade mundial. As ditaduras islâmicas do norte
da África e do Oriente Médio, principalmente, vacilam sob intensas
manifestações populares, até recentemente impensáveis. Nações governadas por
extremistas desequilibrados e que dominam ou dominarão em breve tecnologias
nucleares. A crescente religiosidade egoísta que enriquece seus líderes na
pregação de uma mensagem que não contempla a transformação do caráter. Enfim,
condições que permitem prever horizontes sombrios para nossa espécie e mesmo
para nosso planeta.
O alarmante aumento e escalada da
violência em todo o mundo, o crescimento desenfreado da corrupção humana em
todos os sentidos e o desamor explícito que toma conta de todas as camadas da
sociedade descambam, inevitavelmente a uma constatação que não se pode refutar:
A Bíblia tem razão! Sim, as Sagradas Escrituras estão certas, pois foram
enviadas pelo próprio Criador para sinalizar os tempos para os Seus filhos,
especialmente os tempos derradeiros da história da humanidade que se traduzem
como: AGORA.
Em pouco mais de meio século o
mundo tem testemunhado um recrudescimento espantoso de fatos horrendos que, dia
após dia, têm-se se tornado normais na mente e na vida das pessoas, banalizados
por sua repetição e popularizados pela televisão, cinema, teatro, revistas e
jornais, principalmente.
A inconcebível matança de mais de
seis milhões de judeus no chamado holocausto nazista, os incontáveis milhões de
vidas ceifadas por uma guerra de alcance planetário, a exacerbação do uso de
drogas que transformou cartéis em verdadeiros estados paralelos, são alguns dos
fatos que não se podem esconder como sinais inequívocos de que a Bíblia tinha e
tem razão.
O terrorismo que mata
indiscriminadamente em nome de Deus e da religião, ceifando milhares de vidas
inocentes, não poupando em sua voracidade insana nem crianças, nem mulheres e
nem idosos, é o lado mais visível da loucura coletiva que tomou conta de
considerável parte do planeta.
Crimes os mais abomináveis
cometidos a cada dia e que imediatamente caem no esquecimento por serem
suplantados por outros mais hediondos, mostram onde tem chegado a capacidade
humana de desafiar o limite da paciência e longanimidade de Deus. Crimes
cometidos no âmbito da própria família, inconcebíveis, inacreditáveis. Filhos
assassinando pais e vice-versa por motivos os mais banais; pai estuprando filha
sob o olhar condescendente e aprovador da própria mãe; filhos assando a mãe
para receber seguro de vida; grupos de extermínio formados por pessoas
encarregadas de promover o bem e a segurança das pessoas; enfim, a maldade
crescente e envolvente que por fim alcançará todos os recantos da terra.
Várias vezes o mundo testemunhou
situações semelhantes, idênticas ou quase. Em todas elas houve uma resposta
direta, firme e fulminante do Juiz de Toda a Terra, que não pode suportar o
pecado e cuja habitação é na luz imarcescível. Jeová é o Seu nome, o Senhor,
Deus dos Exércitos. Assim, vêm à mente algumas perguntas:
Pode Deus, o supremo Criador de
todas as coisas, cansar-Se, arrepender-Se ou esquecer-Se de alguma coisa? O
grande EU SOU, infinito em poder e sabedoria, cuja justiça e misericórdia são
sem medida, usar de parcialidade com indivíduos ou nações?
Alguns textos nas Sagradas
Escrituras podem causar estranheza e mesmo perplexidade a um leitor menos
avisado que não consegue apreender o propósito para o qual a expressão foi
manifesta. Ao analisar-se o contexto, porém, chegamos à conclusão de que o Ser
Supremo utilizou expressões semelhantes num sentido didático, para ser
entendido na linguagem humana por suas criaturas, em lições a elas destinadas.
Ao criar a vida na terra e o
ambiente para acolhê-la o Deus Eterno deixou expresso em Sua Palavra: “Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. Havendo
Deus acabado no sétimo dia a obra que fizera, DESCANSOU nesse dia de toda a
obra que tinha feito. E abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou, porque nele
DESCANSOU de toda a obra de criação que fizera” (Gênesis 2:1-3).
Cerca de dois milênios após a Sua
obra de criação “viu o Senhor que a maldade do homem se
multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu
coração era má continuamente. Então ARREPENDEU-SE o Senhor de haver feito o
homem sobre a terra”(Gênesis 6:5 e 6).
Após destruir toda a vida
existente sobre a terra, com exceção das pessoas e animais preservados em uma
arca, tendo feito chover torrencialmente meses a fio, a ponto de todo o planeta
ser totalmente encoberto pelas águas “LEMBROU-SE Deus de Noé, e de
todos os animais selvagens e de todos os animais domésticos que com ele estavam
na arca” (Gênesis 8:1).
A extrema corrupção do gênero
humano foi a causa de sua destruição pelas águas do dilúvio. Semelhantemente,
muitos séculos depois, a mesma devassidão tomou conta de algumas cidades que
ultrapassaram os limites da tolerância divina. Sodoma e Gomorra foram
fulminadas quando o “Senhor fez chover enxofre e fogo” (Gênesis 19:24) sobre as ímpias cidades, destruindo-as completamente.
Jesus, referindo-se aos dias que
antecederiam a Sua volta à terra mencionou essas duas ocasiões, como referência
à extrema corrupção que estaria imperando na época mencionada:“Quando,
porém, vier o Filho do homem, achará fé na terra?” (Lucas 18:8). “Como foi nos dias de Noé, assim será também a
vinda do Filho do homem” (Mateus 24:37). “A mesma coisa aconteceu nos dias
de Ló. Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas no dia
em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos.
Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar”. (Lucas 17:28-30).
A pergunta que teima e queima nos
lábios é sobre a comparação entre os dias atuais e os dias de Ló e Noé. A
maldade do homem pode ainda atingir patamares mais elevados do que os que hoje
se manifestam? A barbárie que assola o planeta e faz os homens temerem e
tremerem pode ainda ser maior? Chamemos o testemunho daquele que, honrado
sobremaneira pelo Céu, foi cognominado de “O Apóstolo dos Gentios, Paulo de
Tarso.
Eis como ele anteviu a impiedade
dos últimos tempos e a situação dos homens nos últimos dias da nossa história
humana: “Nos últimos dias sobrevirão dias difíceis;
pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos,
blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeição
natural, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, sem amor
para com os bons, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos prazeres do
que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder”. ( II Timóteo 3:1-5).
Não é esse um diagnóstico fiel
dos nossos dias? Como podem as pessoas se despirem do mais forte, sublime e
enobrecedor dos sentimentos, que é o amor que liga pais a filhos e filhos a
pais? Pois esse sentimento manifesta a mais autêntica marca de Seu Criador: a
capacidade de renúncia incondicional e o doar-se em benefício de sua
felicidade, uns para com outros. Este sentimento está se embotando, definhando,
em extinção.
O que leva as pessoas a cometer
atos de desatino como os que se noticiam diariamente e que já não escandalizam
por sua banalização e frequência é a ausência de Deus no coração. As pessoas
são comparadas a águas nas profecias bíblicas. João, o apóstolo revelador e que
recebeu as verdades incontestáveis em símbolos no livro do Apocalipse escreveu: “As águas que viste... são povos, multidões, nações e línguas”. (Apocalipse 17:15). Então,
mares podem muito bem significar as grandes cidades, as megalópoles da terra,
assim como rios e riachos serem as cidades menores e vilas.
O apóstolo antes citado descreve
dentre as sete últimas pragas que sobrevirão ao mundo antes do fim, a seguinte: “O segundo anjo saiu e derramou a sua taça no mar, que se tornou em
sangue como de um morto...O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas
fontes das águas, e se tornaram em sangue”. (Apocalipse 16:3 e 4). À medida em que o tempo
passa e vemos o recrudescimento da violência na terra fica cada dia mais
evidente que é chegado o tempo do cumprimento dessa profecia.
Primeiramente as grandes cidades
têm-se tornado lugar quase impossível de se viver. Assaltos, balas-perdidas,
estupros, latrocínios e homicídios sem fim prenunciam o princípio das dores.
Nas pequenas cidades aonde a vida pacata era um convite à paz e harmonia entre
as pessoas a violência chegou prá ficar e já não se dormem, como antigamente,
de janelas abertas. Tudo são sinais dos tempos.
A paciência de Deus, título do
presente comentário, tem, sim, um limite. Sua palavra afirma de maneira direta,
clara e indiscutível que Ele não muda e nem Se arrepende: “Eu, o Senhor, não mudo” (Malaquias 3:6). “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1:17). As afirmações antes mencionadas são retóricas, para o
entendimento daqueles a quem se destinam.
Deus não pode esquecer-Se de
coisa alguma, a não ser do pecado confessado e arrependido do pecador contrito.
Assim, ele muda o juízo impendente sobre o pecador e Se arrepende, ou seja,
deixa de imputar o castigo, consequência do pecado. É o caso da ímpia cidade de
Nínive, Capital dos Assírios, no passado remoto. Diferentemente de Sodoma e
Gomorra, aquela impenitente cidade recebeu as advertências enviadas por Deus,
convertendo-se dos seus maus caminhos e de sua maldade proverbial, sendo
preservada da subversão a que estava destinada.
Os acontecimentos presentes dão
claro testemunho de que chegou a hora do juízo deste mundo. A idolatria moderna
chegou a um ponto em que a paciência do Infinito não pode mais suportar. O amor
às riquezas materiais, a ambição irrazoável, a busca incansável pela satisfação
dos prazeres sensuais, a condescendência dom o próprio eu são formas atuais de
idolatria, que é a substituição de Deus no altar da vida por estas formas de
adoração.
A adoração dos ídolos populares,
atores, atrizes, atletas, cantores, pessoas falíveis e mortais que se destacam
e são colocadas no panteão e nos altares da adoração mundana, tudo clama aos
céus. É certo que Deus visitará a terra com juízos e castigos irrevogáveis,
como está advertido o mundo em incontáveis mensagens dos profetas. O limite da
paciência divina está chegando ao fim.
A apologia às drogas, à
homossexualidade e sensualismo, a indiferença para com os princípios morais, a
Lei eterna pisada, escarnecida e transgredida e o Evangelho Eterno mudado e a
serviço de interesses inconfessáveis são um claro indicativo de que está
próximo o dia da visitação sobre a impiedade.
Deus não se cansa de convidar a
mim e a você ao arrependimento, ao perdão. Ele Se esquece dos nossos pecados
confessados, arrependidos e renunciados. Ele Se lembra sempre de nós. Ele se
arrepende dos juízos impendentes e torna atrás no cumprimento da execução da
sentença que revoga, pelo arrependimento do pecado.
É tempo de todos nos unirmos num
único propósito: buscar ao Senhor de todo o nosso coração e de toda a nossa
alma. Transformados em embaixadores do Seu reino eterno devemos anunciá-lo a
esta geração perversa e impenitente. O fim virá, é fora de dúvida. Para muitos,
o fim definitivo, a morte eterna, da qual não haverá ressurreição. Para outros,
o fim dos sofrimentos, das lágrimas, o recebimento de uma herança eterna, num
mundo novo em que habita a justiça. Uma nova terra, onde o princípio original
de Deus ao criar o homem será restabelecido. O começo da eternidade, com a
bendita volta de Jesus e o convívio com outros que aceitaram o sacrifício da
cruz e que povoarão esta terra renovada.
O resultado da transgressão e
impiedade avassaladora e da violência e corrupção incontroláveis que tomou
conta da terra será semelhante ao de Sodoma e Gomorra e dos habitantes do mundo
antediluviano. Ouvi de alguém, pouco tempo atrás, que se Jesus
demorar-Se na promessa de sua volta, deveria Ele pedir perdão àqueles ímpios
povos por sua destruição. Se tal não pode acontecer é certo que a paciência do
Infinito chegou ao limite. Motivo de esperança e de alegria para alguns e de
terror e terrível expectação de juízo para quase todos.
Lindolfo Dias
http://www.oevangelhoeterno.com.br/2011/05/o-limite-da-paciencia-de-deus.html