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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

LEITURA - A Festa da Páscoa

Teologia

A Festa da Páscoa

O rei Josias ordenou que todo o povo comemorasse a Festa da Páscoa em honra do SENHOR, o Deus deles, conforme estava escrito no Livro da Aliança. Desde a época em que os juízes governavam o país, nunca havia sido feita uma Festa da Páscoa como essa, por nenhum dos reis de Israel ou de Judá.
 Foi no ano dezoito do reinado de Josias que essa Páscoa foi festejada em Jerusalém, em honra de Deus, o SENHOR. Outras reformas feitas por Josias A fim de cumprir as leis escritas no livro que Hilquias, o Grande Sacerdote, havia achado no Templo, o rei Josias retirou de Jerusalém e do resto de Judá todos os médiuns e adivinhos e todos os deuses do lar, os ídolos e todos os outros objetos de adoração pagã. Não houve antes nenhum rei como ele, que servisse a Deus, o SENHOR, com todo o seu coração, mente e força, obedecendo a toda a Lei de Moisés; e depois nunca houve outro rei igual a ele.
Mas a ira terrível do SENHOR havia sido provocada contra Judá por causa das coisas que o rei Manassés havia feito e essa ira ainda não havia passado. O SENHOR disse: — Eu farei com Judá o mesmo que fiz com Israel: expulsarei da minha presença o povo de Judá e rejeitarei Jerusalém, a cidade que escolhi, e o Templo, o lugar onde eu disse que seria adorado. 
2Reis 23.21-27
   




sexta-feira, 25 de outubro de 2013

EDUCAÇÃO - Inclusão: o valor da palavra

Educação

Inclusão: o valor da palavra

A terminologia para se referir às pessoas com deficiência foi mudando de acordo com o que se entendia sobre o tema. Saiba o que dizem os especialistas e navegue pela linha do tempo interativa.




Palavras como "inválido", "defeituoso" e "incapaz" hoje soam terrivelmente pejorativas e desrespeitosas aos nossos ouvidos quando nos referimos a pessoas com deficiência. Antigamente, no entanto, elas compunham a nomenclatura vigente e eram utilizadas de forma natural em conversas e textos, como leis e matérias de jornal. Ao longo dos anos, esses termos foram sendo substituídos por outros, chegando a "pessoas com deficiência" - atualmente adotado por órgãos oficiais e recomendado por especialistas.
Longe de caminhar sozinha pelo tempo e ser escolhida ao gosto do falante, a nomenclatura de inclusão -- aquela usada para se referir a pessoas com qualquer tipo de necessidade especial -- acompanha a evolução do que se entende por deficiência. E, portanto, cada mudança de terminologia agrega um valor diferente à palavra. "Essa nomenclatura e seu valor refletem a cultura do momento. Nem sempre a mudança é para melhor e ela pode até significar uma regressão", explica Romeu Kazumi Sassaki, consultor de inclusão há mais de 50 anos e autor de diversos artigos sobre o tema.
Para os especialistas no assunto, a discussão sobre terminologia é muito importante, porque mostra os avanços na forma como as pessoas com deficiência são vistas pela sociedade da qual fazem parte. "Quando você muda o modo de falar sobre alguém, de nomear alguém, você também muda o comportamento em relação àquela pessoa", explica a professora Rossana Ramos, doutora em linguística e autora do livro Inclusão na Prática: Estratégias Eficazes para a Educação Inclusiva (Ed. Summus, 128 págs.).
"Politicamente correto" não deve motivar mudança
Ainda que a mudança de terminologia vise deixar claro o conceito de deficiência e fugir do preconceito, algumas pessoas ainda confundem a transformação com o politicamente correto. A jornalista Cláudia Werneck, autora de 14 livros sobre inclusão e superintendente da Escola de Gente, organização que promove projetos de comunicação inclusiva, é enfática sobre isso. "Eu sou contra o politicamente correto. Eu trabalho com o inclusivamente correto", diz. Essa confusão pode levar a criação de eufemismos, bons exemplos da má compreensão do conceito. "A pessoa entende [a deficiência] quase como um castigo, mas não quer que ninguém saiba disso e começa a criar metáforas", explica. Um dos exemplos é o termo "pessoa especial". "Em termos de política pública de Estado democrático, toda pessoa é uma pessoa de direito e não um ser especial. É preciso entender que as pessoas com deficiência têm necessidades específicas inerentes à deficiência", explica Cláudia.
O consultor Romeu Sassaki entende que os eufemismos podem nascer com uma boa intenção, procurando diminuir o impacto da palavra deficiência, mas, no fundo, terminam sendo uma camuflagem para a realidade. Além disso, eles não são exclusivos para as pessoas com deficiência. "Os eufemismos não conseguem atingir o objetivo de dar um nome correto àquele grupo, não o caracteriza em relação aos demais grupos", diz o consultor.
A hora certa de usar
Depois de se familiarizar com a terminologia mais aceita, é preciso também saber quando usá-la para não cair na rotulação. "Quando você coloca a deficiência na frente da pessoa, você a está rotulando", diz Daniela Alonso, psicopedagoga e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. Frases como "cego ganha na loteria" em uma notícia seria um exemplo, já que o fato de a pessoa ter deficiência visual não é o mais importante para o texto. Por isso, é necessário contextualizar sobre o que se está falando para dizer que alguém é uma pessoa com deficiência.
Após toda essa discussão, é importante lembrar que a nomenclatura de inclusão é mutável e a escolha desta ou daquela palavra traz consigo um valor. Evitar termos já superados ajuda a não propagar preconceitos, ainda que por desconhecimento. "A linha do tempo mostra as mudanças que ocorreram e não necessariamente que a sociedade aprendeu a não usar os que foram superados", diz Sassaki.
Raissa Pascoal


VIRTUDES - Pelo retrovisor

VIRTUDES

Pelo retrovisor


Há buscas incontidas. Esquecidas.
Mas o acaso ou a coincidência se incumbem de reavivar. O motivo não se sabe. Quem saberia?
Por onde andarias?
Pelo lado de fora há apenas expectativas. 
9h30. Era cedo.
Um dia qualquer. Um qualquer dia. Escolhido.
Vejo-te pelo retrovisor. Por onde andarias?
O cabelo reluz. 
Que luz é esta?
Mais uma daquelas que a gente vê e perde, porque era para ser. Ou não ser.
"Oportunidades chegam uma vez". É que o dizem.
Não sei quantificar quantas foram perdidas. Nem quantas foram aproveitadas.
Quem faz conta?
Esqueci.
Andei. Procurei tantas coisas. Vi outras.
O tempo passou e achei que o perdi.
"17h", pensei.
Era tarde...
Adiantei tudo e depois vi que me equivoquei.
16h, em verdade.
O semáforo fechou.
Um teto solar entreaberto no carro preto estacionado no supermercado. E se chovesse?
Um luminoso piscava na lotérica anunciando prêmio milionário. Como eu nunca tinha visto aquilo?
Sinal verde para nós.
E eu te reconheci.
De novo.
Por onde andarias?
"Cedo ou tarde a gente vai se encontrar".
E cedo e tarde.
E quando o acaso quiser. Se é que ele existe.
"Cedo ou tarde a gente vai se encontrar"
"Tenho certeza".
É o que diz a música.
É o que diz algo.
Que não sei.
Ainda.

LEITURA - Josias manda consultar a profetisa Hulda

Teologia
Leitura

Josias manda consultar a profetisa Hulda

Quando ouviu o que o Livro da Lei dizia, o rei [ Josias ] rasgou as suas roupas em sinal de tristeza. Então deu a Hilquias, o sacerdote, e a Aicã, filho de Safã, e a Acbor, filho de Micaías, e a Safã, o escrivão, e a Asaías, o servidor do rei, a seguinte ordem:
— Vão consultar a Deus, o SENHOR, por mim e por todo o povo de Judá a respeito dos ensinamentos deste livro. Deus está irado conosco porque os nossos antepassados não fizeram o que este livro manda.
Hilquias, Aicã, Abdom, Safã e Asaías foram falar com uma profetisa chamada Hulda, que morava no bairro novo de Jerusalém. O marido dela, que se chamava Salum, filho de Ticva e neto de Harás, era o encarregado da rouparia do Templo. Eles contaram a Hulda o que havia acontecido, e ela lhes disse que voltassem e dessem ao rei a seguinte mensagem:
— Eu, o SENHOR, o Deus de Israel, vou castigar a cidade de Jerusalém e todo o seu povo, como está escrito no livro que o rei leu. Eles me abandonaram e têm oferecido sacrifícios a outros deuses e assim me fizeram ficar irado por causa de todas as coisas que têm feito. A minha ira se acendeu contra Jerusalém e não vai se apagar. Eu, o SENHOR, o Deus de Israel, digo isto a respeito do rei:
“Você ouviu o que está escrito no livro, e se arrependeu, e se humilhou diante de mim, rasgando as suas roupas e chorando quando ouviu como ameacei castigar a cidade de Jerusalém e o seu povo. Eu vou fazer com que Jerusalém vire um lugar horrível de se ver, e o nome desta cidade será usado para rogar pragas. Mas eu ouvi a sua oração e por isso só depois da sua morte é que vou castigar Jerusalém. Vou deixar que você morra em paz.”

2Reis 22.11-20a
   




SAÚDE - Dieta da água da berinjela

Saúde
Dieta da água da berinjela
Conheça os incríveis benefícios da água da berinjela! Ela ajuda a diminuir a barriga, a reduzir a celulite, a emagrecer e ainda combate o colesterol.
A berinjela é um alimento versátil. Não foi à toa que tornou-se um dos principais ingredientes da culinária brasileira. Gostosa, tem papel fundamental na manutenção da saúde - e ainda infuencia na perda de peso!
       "O fruto auxilia na redução da gordura da barriga, pois regula o intestino e diminui o colesterol", diz a nutricionista Eliane Collis. Com a ajuda dela e de outras especialistas, separamos para você a receita da água de berinjela que, aliada a um cardápio fácil, fará você secar 2 kg - e com muita saúde!

Por que a berinjela faz bem?

Uma dieta ideal prevê a ingestão de 25 a 30 g de fibras diariamente. "E a berinjela é ótima nesse sentido, pois possui altíssimo teor: uma unidade de 150 g tem cerca de 4,35 g só de fibras - sem contar os outros benefícios", diz Claudete Nyarady.Confira todas as vantagens dos dois tipos de fibra que fazem parte do alimento:

Fibras insolúveis
Presentes principalmente na berinjela crua, "elas demoram mais para serem eliminadas do estômago, o que adia a sensação de fome", esclarece a nutricionista Claudete Nyarady. Resultado: você acaba comendo menos e, assim, ingere menos calorias.

Fibras solúveis
São o grande segredo da água de berinjela, já que se soltam do alimento enquanto ele fica de molho. "A água, então, torna-se rica nessas fibras solúveis, que no organismo viram uma espécie de gel capaz de absorver gordura e eliminá-la," afirma a nutricionista Daniella Barbosa. 
Os benefícios do alimento
1. Tira a gordura do corpo
É que a berinjela tem uma substância chamada saponina, que age como um detergente: quebra as moléculas de gordura presentes no sangue e impede o organismo de absorvê-la.

2. Combate a celulite
O fruto tem substâncias anti-inflamatórias que trabalham para reduzir a celulite, já que os furinhos nada mais são do que uma inflamação nas células, agravada pela ingestão de alimentos gordurosos.

3. Previne doencas
Por ser cheia de compostos fenoicos , substâncias antioxidantes , a berinjela reduz os radicais livres que atacam as células. Dessa maneira, protege o organismo de doenças como o câncer.

4. Faz o intestino melhorar
As muitas fibras do fruto agem como um laxante natural, regulando o intestino e melhorando a digestão. Assim, o corpo todo fica mais saudável e a barriga a diminui.

A água de berinjela

Receita milagrosa
Corte meia berinjela em cubos. Então, deixe os pedaços de molho em 250 ml de água durante a noite. As fibras insolúveis se soltarão e tornarão o líquido poderoso! Logo na manhã seguinte, tome a bebida em jejum. E sem coar! "Para variar a receita, bata meia berinjela com meia laranja e beba o suco durante o dia, à vontade", diz a nutricionista Carla Pedroso.

Outras frutas milagrosas

Eles também auxiliam na queima de gordura
Foto: Divulgação
Existem mais alimentos cheios de fibras, que são ótimas para eliminar gordura, segundo a nutricionista Claudete Nyarady:

Abacaxi: 1 fatia média - 1,10 g de fibras
Ameixa-preta seca: 4 unidades - 0,51 g de fibras
Banana: 1 unidade média - 2,40 g de fibras
Goiaba: 1 unidade média - 5,04 g de fibras
Laranja: 1 unidade média - 2,60 g de fibras
Maçã com casca: 1 unidade - 3,50 g de fibras
Fernanda Marjorie

SAÚDE - Conheça os benefícios da berinjela

Saúde

Conheça os benefícios da berinjela


A berinjela é rica em fibras, tem baixas calorias e promete melhorar o funcionamento  intestinal. Saiba mais!
Segundo historiadores, a berinjela é originária da Índia, local em que era cultivada como planta ornamental, e foi levada para a Europa pelos árabes, seus grandes apreciadores, desde o século XIII, como conta a nutricionista Marisa Resende Coutinho, do Hospital São Camilo (SP)
Roseli Ueno, nutricionista (SP), conta que o vegetal é rico em  água,  vitaminas (A, B1, B2,niacina, C) e  minerais  (cálcio,  ferro,  potássio,  magnésio,  fósforo), saponinas,flavonoides e compostos alcaloides. “Uma unidade de aproximadamente 150 gramas tem apenas 30 calorias e sua  casca conta com antocianina, um composto bioativo que pode colaborar na redução do colesterol ruim", informa. A especialista ainda reforça que, por se tratar de um alimento funcional, a berinjela ajuda a deixar o  organismo mais saudável,previne doenças cardiovasculares e melhora a pressão arterial.
De acordo com a nutróloga Liliane Oppermann (SP), aberinjela, além de conter poucas calorias, tem a consistência de carne, é rico em fibras,  água  e prolífenois, ideal para receitas que levam carne, pois ao serem substituídas,  se transformam em pratos vegetarianos.
        Coutinho recomenda o preparo em forma de  salada,  cozida, assada  ou  refogada e adverte para evitar que seja frita. “A berinjela pode ser consumida  em farinha e cápsula, mas nada substitui comer e apreciar este alimento funcional; basta procurar aprender receitas que sejam de seu agrado”, incentiva Ueno.
Uma unidade de 150 gramas tem apenas 30 calorias e pode ser consumida diariamente, seja em forma de salada, assada, cozida ou refogada.
Reportagem: Kelly Miyazato

EDUCAÇÃO - Empreendedores para a vida toda

Educação
Empreendedores para a vida toda

Atentas aos benefícios para a formação dos estudantes, as escolas estão cada vez mais abrindo espaço para o empreendedorismo em seus currículos.

Pequenas lições de empreendedorismo que começam na escola podem chegar a lugares distantes e transformar vidas. Foi assim que aconteceu com a jovem Maria Vitória Flores dos Santos, de 16 anos, moradora da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, que viu seus desenhos ganharem fama na cidade, descobriu uma nova profissão e, quem sabe, caminha para ser uma das maiores estilistas do Brasil futuramente.
Aluna do 2º ano do ensino médio do Colégio Pedro II, ela ingressou em 2008 no Programa Despertando Talentos, do Instituto Rogério Steinberg (IRS), organização que atua no desenvolvimento de crianças e jovens socialmente vulneráveis na cidade do Rio de Janeiro. Foi considerada a melhor aluna da Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa por dois anos, venceu um concurso de desenho do shopping Rio Design Leblon e, devido aos seus traços criativos, ganhou uma bolsa de estudos no curso de modelagem do Senac-Rio sem nunca ter recebido nenhuma instrução técnica.
Hoje, Maria Vitória segue no IRS, onde frequenta a Oficina de Criação do Programa Desenvolvendo Talentos, participa de um intercâmbio na agência de modas Conceitual para conhecer o trabalho de figurinista e também foi contratada para fazer ilustrações de moda em um blog. Mas o seu emprego oficial mesmo é outro: guia turística na Rocinha, trabalho conquistado principalmente depois de perceber uma oportunidade e ter iniciativa, duas lições adquiridas na sala de aula. “Do ano passado para cá, fiz muitas conquistas depois que aprendi a me comunicar melhor e a desenvolver a minha criatividade. Tive de perder a vergonha e provar para o dono da agência de turismo que eu tinha capacidade. Quando você se conhece, fica mais fácil se expor para os outros”, afirma.
O empreendedorismo popularizou-se no Brasil a partir da década de 1990 e, desde então, vem tendo uma participação crescente na economia do país. Segundo um estudo mensal que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) promove, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os pequenos negócios responderam por 71% dos empregos criados no país em abril. Outro dado impressionante indica que o número de empreendedores cresceu 44% nos últimos 10 anos no país. Não por acaso: uma pesquisa realizada pela Endeavor, organização internacional que atua na área, revela que, a cada quatro brasileiros, três desejam ser os próprios chefes.
E a educação tem influência direta nisso. A relação entre o aumento do índice de escolaridade e a taxa de sobrevivência das empresas foi comprovada recentemente. Um levantamento do Sebrae, baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que, na última década, assim como o percentual de estabelecimentos que sobreviveu até o segundo ano de atividade saltou de 51% para 73%, o retrato da formação dos proprietários também mudou. Em 2001, 62% dos donos tinham somente até o ensino fundamental e apenas 38% haviam atingido o ensino médio ou mais. Já em 2011, o número de empresários com ensino médio ou mais cresceu para 53%, em contrapartida à redução para 47% daqueles que interromperam os estudos durante o ensino fundamental. “A educação está intimamente ligada à qualidade do empreendedorismo em todos os países. Ao desenvolver competências empreendedoras, as pessoas ampliam sua visão, planejam melhor e aumentam as chances de sobrevivência e crescimento do negócio próprio”, aponta o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Espaço no currículo
Engana-se quem pensa que empreendedorismo tem a ver apenas com pessoas que já tenham experiência profissional ou que desejem tornar-se empresárias. O conceito de empreendedorismo, primeiramente, relaciona-se com a iniciativa e com a capacidade de inovar, favorecendo o desenvolvimento pessoal. Atentas a todos os benefícios que podem contribuir para a formação dos estudantes, as escolas estão cada vez mais abrindo espaço para o conteúdo em seus currículos.
Conforme Wilma Resende Araújo Santos, diretora superintendente da Junior Achievement — uma das mais antigas organizações de educação prática em negócios, economia e empreendedorismo do mundo, presente em 120 países —, mais de duas mil escolas são parceiras da entidade em todos os 27 estados e a procura tem aumentado gradativamente. “No Brasil, três milhões de alunos já foram beneficiados, havendo 115 mil voluntários envolvidos”, aponta.
Marcelo Feres, diretor de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), destaca que as diversas redes de educação profissional já vêm incluindo a temática do empreendedorismo em suas grades. “No âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), isso está sendo realizado para garantir que esse tema seja abordado”.
Sócia e criadora da Escola de Empreendedorismo Zeltzer, Carla Zeltzer reitera que a valorização do tópico tem acontecido de maneira gradativa. Segundo ela, alguns estados e municípios já contam com legislações específicas que indicam a inclusão do assunto na prática educacional, mas não necessariamente como disciplina. “Muitas escolas trabalham o empreendedorismo de forma transversal, realizando projetos pontuais ou atividades extracurriculares”, observa.

Benefícios desde cedo
A gerente de Capacitação Empresarial do Sebrae, Mirela Malvestiti, ressalta a importância das primeiras lições na fase escolar. Em sua opinião, a sociedade contemporânea exige pessoas empreendedoras, autônomas, que tenham competências múltiplas, saibam trabalhar em equipe, tenham capacidade de aprender com situações novas e complexas, enfrentem novos desafios e promovam transformações. “Estudar empreendedorismo estimula competências que ajudam os futuros profissionais a desenvolver essas características”.
Na opinião de Wilma Araújo Santos, o Brasil é um país com potencial para gerar um grande número de empreendedores, por isso é importante preparar os jovens, desde cedo, para o mundo dos negócios. “Imaginem se os estudantes pudessem ter, além das aulas de matemática, ciências e português, acesso a conhecimentos sobre o funcionamento de um processo produtivo, livre iniciativa e comercialização. Isso seria despertar o espírito empreendedor desde jovem”.
A atitude empreendedora, conforme destaca Carla Zeltzer, é a base da realização de projetos empreendedores e, quanto mais cedo for desenvolvida, melhor é incorporada à vida de crianças e jovens. “Quanto antes os jovens tiverem a oportunidade de vivenciar experiências que aumentem seu portfólio de ações empreendedoras, mais preparados estarão para atuar de forma empreendedora na vida, como jovens e adultos, em projetos de suas comunidades, em seus empregos ou em suas próprias empresas”.
Segundo Fernanda de Amorim Oliveira, analista de Educação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Rio de Janeiro, essas habilidades, quando estimuladas entre as crianças desde cedo, aumentam a capacidade de criar soluções, lidar com problemas e ainda incentivam a criatividade dos pequenos. “Na idade escolar, a atitude empreendedora ajuda em atividades do dia a dia, como a organização dos estudos e a realização de atividades em grupo”, salienta. 
Em paralelo com as vantagens para os alunos, a economia também se beneficia com os profissionais egressos de instituições onde a disciplina é oferecida. Mirela Malvestiti salienta que o mercado recebe profissionais mais preparados tanto para empreender quanto para desenvolver carreira em uma instituição. “São formados profissionais que sabem planejar, buscar informações e estabelecer metas. Além disso, são persistentes, proativos, independentes e autoconfiantes”, enumera. Somados a esses fatores, ela ainda acrescenta que estudantes empreendedores estarão mais aptos para identificar e aproveitar as oportunidades de um mundo em transformação. “Em vez de disputarem empregos, criarão inovações, novas soluções para os problemas existentes, gerando riqueza e novos postos de trabalho”.
No entanto, para que o empreendedorismo continue sendo fomentado nas instituições escolares, é preciso superar desafios. Romper paradigmas é o primeiro deles. “A cultura empreendedora não tem a ver com status quo, com estagnação, mas sim com transformação”, avalia a gerente do Sebrae. Assim, para que seja estabelecida uma cultura empreendedora, ela observa que é preciso haver docentes empreendedores que sonhem e que estimulem esse sonhar em seus alunos. “Tal processo requer dedicação, vontade de fazer diferente, de buscar desenvolver autonomia em si e nos estudantes. Os professores são protagonistas dessa transformação”.

Cultura empreendedora
A educação empreendedora tem sido um dos principais focos de atuação do Sebrae. O mais recente programa oferecido pela instituição chama-se Pronatec Empreendedor e foi elaborado em conjunto com o MEC para “criar a cultura do empreendedorismo na juventude”, como disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante o lançamento da parceria em maio deste ano. Serão incorporados às capacitações já oferecidas pelo Pronatec conteúdos sobre o tema (com carga horária de 24 a 52 horas), que abordarão plano de vida, plano de carreira e atitude empreendedora. As primeiras turmas do Pronatec Empreendedor começarão a partir do segundo semestre em 15 cursos, como cabeleireiro, cuidador de idosos, promotor de vendas e fruticultor. A expectativa para 2014 é de que cerca de 1,3 milhão de estudantes tenha acesso aos conteúdos e cinco mil professores sejam capacitados.
O Serviço Social da Indústria (Sesi) do Rio de Janeiro também tem alcançado ótimos resultados com o Programa Pequenos Empreendedores. A iniciativa surgiu para propiciar a iniciação profissional de adultos e jovens a partir de 14 anos em diversas áreas, oportunizando geração imediata de renda com pequeno investimento. Os módulos podem ser feitos de acordo com a disposição de horário e recursos financeiros do participante e contemplam os segmentos de artesanato, culinária, estética, serviços, hotelaria e turismo. “Os cursos do programa são oferecidos às empresas e comunidades pacificadas do entorno das escolas do Sesi. Temos hoje cerca de 15 turmas com 15 alunos cada”, informa Fernanda Oliveira.
Outra instituição que desenvolve metodologias inovadoras para a criação de ambientes de aprendizagem do tema, como o próprio nome diz, é a Escola de Empreendedorismo Zeltzer. Além de atividades lúdicas para o desenvolvimento de habilidades empreendedoras, nas quais utiliza ferramentas como o game Aventura Empreendedora e o jogo Talento Único, por exemplo, a Zeltzer promove oficinas de empreendedorismo social, de negócios e de projeto profissional no ensino médio. A próxima novidade será a Escola de Empreendedorismo Digital, em que será feito um crowdfunding (financiamento coletivo) com o objetivo de colocar no ar o portal que permitirá o acesso ao conteúdo pedagógico para aplicação por professores de todo o Brasil. 

Talentos despertados
Surgido no Rio Grande do Norte e promovido pelo Sebrae, o Projeto Despertar, em fase de nacionalização, está conseguindo cumprir o objetivo de preparar os seus participantes para assumir um comportamento empreendedor ao enfrentar situações do cotidiano. Magnólia Nascimento da Silva, de 20 anos, que participou da iniciativa quando cursava o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Professor Paulo Freire, em Baía Formosa (RN), confirma tal dado: é dona de uma soparia e tapiocaria.
Acadêmica de Gastronomia na Universidade Potiguar (UnP), Magnólia conta que a experiência contribuiu para que ela tivesse uma visão diferenciada do mercado e se tornasse mais persuasiva na hora de apresentar suas ideias, tanto no ambiente familiar quanto no empresarial. “O programa possibilitou-me ser uma empreendedora. Hoje sei lidar com situações específicas e aprendi que uma oportunidade é única”, conta.
Conforme a diretora da escola, Josidalva Irineu de Brito, este é o 9º ano de parceria com o Sebrae e, durante esse período, já foram capacitados cerca de 280 alunos. A seu ver, o principal ganho é que os jovens possam visualizar novas perspectivas para eles, seus familiares e a comunidade. “Inclusive uma das primeiras professoras capacitadas para trabalhar no projeto atualmente é aposentada e proprietária da maior lan house do município, segundo ela, graças às perspectivas deixadas através do Projeto Despertar”, destaca a diretora.
Abrir o seu próprio negócio também deverá ser o caminho natural de Maria Vitória Flores dos Santos. Além de ter talento nato para desenhar e criar modelos, ela adianta que já está inscrita em um curso de costura, pois assim poderá conhecer um pouco da parte prática do trabalho. Para chegar lá, porém, ela sabe o quanto as primeiras lições foram essenciais. “O ensino de empreendedorismo deve ser ampliado”. E acrescenta: “Ele permite ter uma visão diferente e a descobrir o que queremos. Muitas pessoas da minha comunidade poderiam ter um futuro brilhante, mas acabam desistindo por não saber tudo o que poderiam fazer”, testemunha a provável empresária.  

Crédito da imagem:
Foto: Daniel Kullock
Reportagem // Marcos Giesteira