VIRTUDES
Solidariedade estimula gentileza e gera mais saúde
Veja oito maneiras de
fazer o bem ao próximo e ainda ganhar mais disposição
Ninguém discute a importância de
parar uns instantes e ajudar o próximo. Mas o atropelo das tarefas diárias nem
sempre abre espaço para isso - a correria ganha cara de egoísmo e a
possibilidade de dedicar um pouco mais de atenção a quem precisa fica para trás.
"A solidariedade precisa ser mais estimulada, ela
desencadeia um novo padrão de comportamento entre as pessoas", afirma a
psicóloga Sâmia Maluf, especialista em dependência, depressão e síndrome do
pânico, além de trabalhar com aromaterapia na clínica By Samia Aromaterapia.
"Quando recebe um gesto de carinho, você tende a agir da mesma forma e
despertar a tolerância em quem está por perto".
Mas o
bem-estar não se limita à condição emocional. Quando você se engaja numa causa
saudável para apoiar alguém próximo, não resta dúvida: seu corpo também sente
os efeitos dessa postura mais gentil e responde com mais disposição. Veja
algumas situações em que vale a pena se envolver.
Doe sangue
Ao doar sangue você poder salvar muitas vidas - de
familiares, amigos e desconhecidos. ?A quantidade de sangue retirada é muito
pequena, o corpo só precisa de dois dias para fazer a reposição?, afirma o
cardiologista Bruno Pereira Valdigem, do Hospital Albert Einstein. Quando sua
doação chega ao banco de sangue, ela fica disponível para ser usada em outras
pessoas sempre que houver compatibilidade. "Situações de emergência, como
acidentes, cirurgias ou doenças graves, exigem sangue suficiente no estoque do hospital.
Isso pode ser a diferença entre ter alta ou morrer no pronto-socorro
mesmo", afirma o especialista. Sempre que se dispõe a doar sangue, você
recebe uma avaliação diagnóstica indicando como anda a sua saúde - uma chance
de descobrir se há necessidade de algum tratamento especial, como a reposição
de vitaminas ou mesmo o uso de medicamentos. De acordo com dados da Fundação
Pró-Sangue de São Paulo, os pré-requisitos para quem quer doar sangue são:
estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 67 anos e pesar mais de 50
quilos.
Exercício em turma
Uma pessoa próxima descobriu que está com um
problema de saúde e parte do tratamento inclui a prática regular de exercícios.
Que tal acompanhá-lo nesse projeto? "Fazer atividade física com quem você
gosta dá mais motivação. As faltas ao treino diminuem e a qualidade dos
exercícios tende a ser superior, o progresso vem em ritmo acelerado",
afirma a endocrinologista Glaucia Duarte, da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia. A especialista só lembra que não é
necessário esperar um diagnóstico
preocupante para abandonar o sedentarismo: o bem-estar aumenta, o sono melhora
e a boa forma rende elogios que
melhoram
ainda mais sua autoestima quando você passa a praticar exercícios.
Emagreça junto
Para vencer a balança, nada melhor do que
conquistar aliados. Se os seus amigos e a família estão engajados na dieta, as
tentações vão passar longe da sua mesa e não é preciso gastar energia
resistindo aos doces e às frituras, por exemplo. "Um companheiro de dieta
elimina aquele sentimento de exclusão que, geralmente, está associado aos novos
hábitos alimentares", afirma a psicóloga Sâmia Maluf. Se compra a briga de
um amigo, além de ajudá-lo a emagrecer, você aprende a fazer boas escolhas
durante as refeições e se previne contra uma série de doenças crônicas, como a
hipertensão e o colesterol alto.
Aproveite para largar um vício
Largar um vício é desafio que mexe com o humor, e
não só pelas alterações físicas que a abstinência provoca. A própria sensação de
incapacidade de abandonar o cigarro, os jogos ou a bebida, por exemplo, afeta a
autoestima. Dividir essa meta com os amigos e a família é uma maneira de evitar
situações que exponham você ao vício e também de pedir apoio. "Quando
evitar acender um cigarro na frente de um amigo que decidiu parar de fumar, por
exemplo, você está sendo solidário", afirma a psicóloga. De acordo com a
especialista, os primeiros 21 dias de abstinência são os mais difíceis.
"Nessa fase, o suporte afetivo tem importância ainda maior. Fazer elogios
ao hálito ou ao perfume de quem parou de fumar, normalmente abafados pelo
cheiro do cigarro, é uma maneira de reforçar o bom comportamento."
Doe o que você não usa mais
Seu armário é do tipo que vive abarrotado? Vale a
pena fazer uma revisão nas peças que estão encostadas há mais tempo e se
desfazer do que está só ocupando espaço. "Além de acumular muitos
micro-organismos que causam alergias, roupas e cobertores que permanecem
guardados aumentam a necessidade de cuidados com a manutenção - colocar no sol
e lavar com regularidade mesmo sem uso", afirma o infectologista Milton
Lapchik, do Núcleo Municipal de Controle de Infecção Hospitalar da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA). Fazer doações para moradores de
rua ou para associações, por exemplo, é uma maneira de deixar sua casa mais
organizada e ainda ajudar quem precisa.
Dietas restritivas
Quando há o diagnóstico de doenças crônicas, como
diabetes, colesterol alto e hipertensão, a reeducação alimentar é uma das
primeiras recomendações médicas. Se a família entra no mesmo ritmo, fica mais
fácil combater a doença: alimentos fritos, cheios de açúcar ou sódio
desaparecem da mesa e todo mundo ganha mais saúde. "A alimentação
balanceada vai ajudar a recuperação do paciente que teve um diagnóstico
negativo e prevenir o problema entre as outras pessoas", afirma a
endocrinologista Glaucia Duarte. Só vale um cuidado: ao pegar carona na
reeducação alimentar de outras pessoas, atente para restrições mais radicais e
que podem, ao contrário, provocar algum tipo de carência nutricional. O ideal é
sempre consultar um especialista antes de fazer qualquer mudança, como abolir o
consumo de algum alimento.
Ceder lugar no ônibus
Muita gente passa o dia sentado, como rotina de
trabalho. Mesmo assim, na hora de ir embora, faz questão de permanecer ainda
mais tempo nessa posição no ônibus ou no metrô. "Os músculos do quadril
tendem a ficar encurtados se você fica muito tempo sentado. Realizar o percurso
de ida e volta de casa para o trabalho em pé pode ajudar a aliviar as tensões
dessas musculaturas e da coluna lombar, as vértebras ficam menos comprimidas se
você está em pé, em postura alinhada", afirma o professor de educação
física Ricardo Wesley, da Cia Athletica Estádio do Morumbi. Experimente ceder
seu lugar de vez em quando. Além de fazer uma gentileza, você contribui para
que seu corpo fique mais ajustado - só tome cuidado se você carrega bolsas ou
sacolas muito pesadas, sustentar isso em pé por muito tempo pode provocar dores
ou desvios na sua coluna.
SARAH USKA –