LEITURA
ESPELHO DA ALMA
Por um triz o tempo parou. Eu ri das minhas coisas. Ri de mim e
das minhas risadas, num gozo incontido da graciosidade de viver.
Esqueço
das coisas que me machucaram. As farpas foram retiradas e algumas cicatrizes
persistem, embora sejam apenas marcas da vida que vem sendo vivida, com tudo o
que se tem direito.
Lá do
outro lado, uma melodia embala as minhas lembranças mais serenas e permite
retirá-las de recônditos até então intocados. Eu me orgulho de tantas coisas...
e tantas coisas se orgulham de mim.
O sol
se encanta e eu me encanto mais com cada raio de luz. E mesmo na sombra, a vida
segue sem que o tempo pare. Eu respiro, inspiro, me deixo levar...
O
vento acaricia meus cabelos, me renova e, por alguns segundos, me desnorteia
também, até que eu me recomponha na caminhada da existência, sem mediocridades.
Olho
pro espelho da alma. Eu sorrio. Ainda me farto de muita doçura e muita acidez.
Agridoce, eu sei. Mas sem amargor. E amargura.
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