VIRTUDE
MORAL
MORAL – Da
raiz latina “ mores” = costumes, conduta, comportamento, modo de agir.
É o conjunto
sistemático das normas que orientam o homem para a realização de seu fim. Não
se deve confundir fim, com objetivo. OBJETIVO
é um determinado alvo que um homem se propõe a conquistar pelos seus esforços,
ou por toda a sua visa, por exemplo: o conforto, as honras, o poder político,
etc. Em função do objetivo fixado, o homem adota os modos de agir que lhe
parecem eficazes para conquistá-lo. FIM é uma destinação imanente
a cada ser, mesmo independentemente de sua vontade, caso se trate de um ser
livre; é a razão de ser de uma existência, é o seu sentido profundo. Assim, o
problema fundamental da moral, é definir se o homem tem um fim, e,
eventualmente, qual é este fim. O homem é o único ser no qual se verifica uma
distância entre sua existência e sua essência, entre o que ele é e o que deve
ser. A flor é perfeitamente flor, desde o botão evolui inelutavelmente para
realizar sua essência de flor. O homem, quando nasce, traz em si uma imensa
ambiguidade, ou melhor, plurivalência: poderá ser um sábio ou um ignorante, um
santo ou um viciado, um herói ou um bandido. Daí se induz uma primeira
conclusão: qualquer que seja o seu fim, como sujeito é o homem que deve
realizá-lo, é ele mesmo que deve superar a distancia entre sua existência e sua
essência, não em virtude de determinismos de forças físicas, químicas ou
biológicas, mas livremente, pelo exercício de sua responsabilidade, diferenciando-se,
assim de todos os seres. Todas as coisas do mundo infra-humano não tem sentido
em si mesmas; só adquirem sentido quando são assumidas como: objeto da
consciência humana, e integradas de certo modo numa visão humana.
O homem só adquiri
sentido a partir do momento em que, além de sujeito, ele passa a constitui-se
objeto de uma consciência que o apreende e o investe e integra numa visão
conjunta. Do mesmo modo, o mundo, como um todo, nele incluído o homem, só tem
sentido quando objetivado por uma consciência extracósmica, que só pode ser
DEUS, a própria inteligência CRIADORA. Assim, é DELE que o mundo e o homem
recebem uma significação, uma razão de ser, um fim, que não é outro senão o de
realizar-se para aquilo que foram criados, ou seja, a perfeição de sua essência.
O fim do homem é, pois, o de realizar, pelo exercício de sua liberdade, a
perfeição de sua natureza. É desta norma que cada uma das suas ações tira a sua
moralidade. Através de uma experiência milenar, a humanidade veio acumulando um
conjunto de preceitos que se têm revelado como eficazes para a realização da
perfeição da pessoa humana.
A formulação
coerente destes preceitos constitui o que se chama MORAL. Ele define as
condições do ato livre, e o pauta em tods as suas dimensões: na sua dimensão
interior ao homem, enqunato comanda o exercício de todas as suas faculdades
físicas e mentais; na sua dimensão exterior, enquanto tem por objeto as coisas,
os outros homens, DEUS. Em todas essas reações, ela define os deveres que incumbem
ao homem, no reto uso de suas faculdades, no reto uso das coisas, nas relações
com DEUS, com a família e com a sociedade.
A MORAL é, pois,
uma ciência normativa, e por este aspecto, se distingue da ÉTICA, ciência
especulativa, que tem por objeto o estudo filosófico da ação e da conduta
humana procurando a justificação racional dos juízos de valor sobre a
moralidade. A MORAL se distingue, também, da ciência dos costumes que é
positiva, puramente constatativa e que, utilizando os métodos da pesquisa
sociológica, descreve o modo de agir de um grupo humano, num determinado tempo
ou época. Distintas entre si, pelos seus respectivos objetos, estas ciências,
entretanto, se completam e se beneficiam mutuamente. Do que precede se pode
verificar o erro dos que concebem a MORAL como um mero e fastioso catálogo de proibições.
Ela não é negativa, mas essencialmente construtiva, neste sentido que orienta o
homem na construção de seu próprio destino, na realização de sua própria
plenitude.
Para usar uma
comparação: se cada geração fosse obrigada a descobrir as regras para tocar
piano, a humanidade jamais chegaria a criar uma “Fuga” de Bach, ou um minueto
de Mozart. Assim, também, se cada geração devesse redescobrir as normas do bem
viver, estaríamos ao nível dos trogloditas e a humanidade jamais conseguiria
elevar seu nível de moral. Desprezar a MORAL é sempre uma tentativa de
racionalizar uma decadência ou degradação humana.
O termo MORAL
empregado como substantivo masculino refere-se ao estado psicológico de um
grupo. Deste sentido, se diz, por exemplo, que o moral da tropa é alto, para
significar que ela se encontra em boas disposições de coragem e de capacidade
para a ação.
O postulado básico
da MORAL é, pois, a liberdade, ou seja, o fato de que a vida humana se situa entre
o determinismo e a espontaneidade. O homem não é encaminhado a seu fim por leis
cósmicas rígidas e inexoráveis, como acontece com o mundo infra-humano. Mas não
é também, abandonado a um absoluto espontaneísmo, como se não tivesse um fim,
mas apenas objetivos. Ele é solicitado a um fim por uma necessidade, não
física, mas moral, que se chama dever.
A MORAL postula,
assim, a liberdade como risco pessoal, como opção voluntária, como
autodeterminação.
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