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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

VIRTUDE - MORAL

VIRTUDE

MORAL

MORAL – Da raiz latina “ mores” = costumes, conduta, comportamento, modo de agir.
É o conjunto sistemático das normas que orientam o homem para a realização de seu fim. Não se deve confundir fim, com objetivo. OBJETIVO é um determinado alvo que um homem se propõe a conquistar pelos seus esforços, ou por toda a sua visa, por exemplo: o conforto, as honras, o poder político, etc. Em função do objetivo fixado, o homem adota os modos de agir que lhe parecem eficazes para conquistá-lo. FIM é uma destinação imanente a cada ser, mesmo independentemente de sua vontade, caso se trate de um ser livre; é a razão de ser de uma existência, é o seu sentido profundo. Assim, o problema fundamental da moral, é definir se o homem tem um fim, e, eventualmente, qual é este fim. O homem é o único ser no qual se verifica uma distância entre sua existência e sua essência, entre o que ele é e o que deve ser. A flor é perfeitamente flor, desde o botão evolui inelutavelmente para realizar sua essência de flor. O homem, quando nasce, traz em si uma imensa ambiguidade, ou melhor, plurivalência: poderá ser um sábio ou um ignorante, um santo ou um viciado, um herói ou um bandido. Daí se induz uma primeira conclusão: qualquer que seja o seu fim, como sujeito é o homem que deve realizá-lo, é ele mesmo que deve superar a distancia entre sua existência e sua essência, não em virtude de determinismos de forças físicas, químicas ou biológicas, mas livremente, pelo exercício de sua responsabilidade, diferenciando-se, assim de todos os seres. Todas as coisas do mundo infra-humano não tem sentido em si mesmas; só adquirem sentido quando são assumidas como: objeto da consciência humana, e integradas de certo modo numa visão humana.
O homem só adquiri sentido a partir do momento em que, além de sujeito, ele passa a constitui-se objeto de uma consciência que o apreende e o investe e integra numa visão conjunta. Do mesmo modo, o mundo, como um todo, nele incluído o homem, só tem sentido quando objetivado por uma consciência extracósmica, que só pode ser DEUS, a própria inteligência CRIADORA. Assim, é DELE que o mundo e o homem recebem uma significação, uma razão de ser, um fim, que não é outro senão o de realizar-se para aquilo que foram criados, ou seja, a perfeição de sua essência. O fim do homem é, pois, o de realizar, pelo exercício de sua liberdade, a perfeição de sua natureza. É desta norma que cada uma das suas ações tira a sua moralidade. Através de uma experiência milenar, a humanidade veio acumulando um conjunto de preceitos que se têm revelado como eficazes para a realização da perfeição da pessoa humana.
A formulação coerente destes preceitos constitui o que se chama MORAL. Ele define as condições do ato livre, e o pauta em tods as suas dimensões: na sua dimensão interior ao homem, enqunato comanda o exercício de todas as suas faculdades físicas e mentais; na sua dimensão exterior, enquanto tem por objeto as coisas, os outros homens, DEUS. Em todas essas reações, ela define os deveres que incumbem ao homem, no reto uso de suas faculdades, no reto uso das coisas, nas relações com DEUS, com a família e com a sociedade.
A MORAL é, pois, uma ciência normativa, e por este aspecto, se distingue da ÉTICA, ciência especulativa, que tem por objeto o estudo filosófico da ação e da conduta humana procurando a justificação racional dos juízos de valor sobre a moralidade. A MORAL se distingue, também, da ciência dos costumes que é positiva, puramente constatativa e que, utilizando os métodos da pesquisa sociológica, descreve o modo de agir de um grupo humano, num determinado tempo ou época. Distintas entre si, pelos seus respectivos objetos, estas ciências, entretanto, se completam e se beneficiam mutuamente. Do que precede se pode verificar o erro dos que concebem a MORAL como um mero e fastioso catálogo de proibições. Ela não é negativa, mas essencialmente construtiva, neste sentido que orienta o homem na construção de seu próprio destino, na realização de sua própria plenitude.
Para usar uma comparação: se cada geração fosse obrigada a descobrir as regras para tocar piano, a humanidade jamais chegaria a criar uma “Fuga” de Bach, ou um minueto de Mozart. Assim, também, se cada geração devesse redescobrir as normas do bem viver, estaríamos ao nível dos trogloditas e a humanidade jamais conseguiria elevar seu nível de moral. Desprezar a MORAL é sempre uma tentativa de racionalizar uma decadência ou degradação humana. 
O termo MORAL empregado como substantivo masculino refere-se ao estado psicológico de um grupo. Deste sentido, se diz, por exemplo, que o moral da tropa é alto, para significar que ela se encontra em boas disposições de coragem e de capacidade para a ação.
O postulado básico da MORAL é, pois, a liberdade, ou seja, o fato de que a vida humana se situa entre o determinismo e a espontaneidade. O homem não é encaminhado a seu fim por leis cósmicas rígidas e inexoráveis, como acontece com o mundo infra-humano. Mas não é também, abandonado a um absoluto espontaneísmo, como se não tivesse um fim, mas apenas objetivos. Ele é solicitado a um fim por uma necessidade, não física, mas moral, que se chama  dever.
A MORAL postula, assim, a liberdade como risco pessoal, como opção voluntária, como autodeterminação.

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