LEITURA
COMO VOCÊ
ME INFERNIZA
Vejo fotos e relembro histórias. Sinto saudade. Mas esta falta é
sempre devastadora. É um vazio, uma lacuna que não se preenche.
Tem dias que eu sinto mais. Tem dias,
menos. Tem dias em que acredito ter aceitado totalmente sua partida. Conheço
esta coisa do "nascimento e morte". Leio, aprendo, reflito. Estou
super filosófica. Sei dar conselho sobre a morte e até me sinto mais resignada
com a minha. Que pode acontecer num dia destes... num destes encontros
casuais...rs
Dou risada sozinha. Lembro da sua
gargalhada, cada vez que eu falava uma das minhas besteiras. Ou quando gritava
"mãe" o tempo todo, só pra te irritar. "Menina, como você me
inferniza!"
É... eu impactava na sua vida. Eu
impactava com tudo. Talvez eu tenha sido seu impacto mais profundo: a filha
careca, que fez tatuagem, botou piercing, que não era convencional. Talvez por
isto eu te infernizasse de um jeito bom, podendo enxergar a vida diferente,
mesmo que a religião, os comportamentos arraigados aparecessem, vez por outra,
pra dar sermão e impor crueldade onde poderia haver amor.
Mas mesmo assim, o amor sempre nos
foi soberano. Por isto que tem dia que dói muito não ouvir sua voz, sentir o
seu abraço, ouvir sua risada, segurar a sua mão. É uma falta que não tem
tamanho. Não tem preço. Não tem fim.
Quando eu choro copiosamente a dor
ameniza. É como se o aperto no peito se diluísse de repente e uma brandura me
invadisse. Eu sei que a senhora cuida de mim e me fortalece, quando eu acho que
tudo é derrocada.
Continue assim e obrigada por ter me
ensinado tanta coisa boa. E por ser minha parte. Pra sempre.
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