LEITURA
AMIGOS DEFENDEM SEUS
AMIGOS
"Quando o inimigo de Jesus tenta destruir uma vida, ele
direciona todos seus esforços para a conquista da mente humana, porque ela
significa a vontade. O território de nossa mente é o campo de batalha. Se ele
conquista a nossa mente, conquista também nossa vida. Por isso, ele fará de
tudo para capturá-la. Usará drogas, álcool, cigarro, promiscuidade, teorias,
filosofias. O método não importa, também não importa o preço, o que importa é
nos vencer, derrotar e arruinar.
Você pode perceber que a luta não é fácil e que há momentos na
vida em que você se sentirá como uma plantinha em meio ao deserto tentando
resistir a um furacão que o levará para a destruição. O que fazer? Deus tem
alguma solução?
O apóstolo Paulo escreveu em Efésios, capítulo 6, versos 10 a 12 o seguinte: "No
demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue,
mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das
trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais."
Segundo a promessa que o apóstolo Paulo traz neste texto,
podemos ser revestidos do poder de Deus. Mas a luta na vida espiritual não
cessará porque nosso inimigo é um inimigo astuto, persistente e traiçoeiro.
Nunca mostra o rosto. Ele se disfarça, se esconde e usa como instrumento para
chegar ao controle de nossa vida algo muito sutil chamado tentação.
O que é tentação? É todo esforço que o inimigo faz para
levar-nos a pecar. Mas tentação não é pecado. Ninguém precisa se sentir um
pecador pelo fato de experimentar a tentação. Se você está deitado na cama e de
súbito aparece um pensamento pecaminoso em sua mente, você não precisa pensar
que está perdido e se condenar pelo fato de um pensamento negativo aparecer por
um ou dois segundos. Martinho Lutero tem uma ilustração muito simples a
respeito: "Você não pode impedir que os passarinhos voem em cima de sua cabeça,
mas você pode impedir que eles façam seu ninho nela."
Existem muitos tipos de tentação. Na realidade Satanás tem uma
fábrica delas. Uma fábrica onde são elaboradas tentações personalizadas, uma
especialmente preparada para cada indivíduo. Isso acontece porque o inimigo
conhece muito bem o lado fraco de cada ser humano. Para um será o álcool, para
outro a inveja, para outro as drogas, para outro a deturpação do sexo. Enfim, a
nossa luta é contra um ser inteligente. Ele conhece as nossas origens, o ambiente
que crescemos, a herança que recebemos de nossos pais. E através desse
conhecimento fará de tudo para nos enganar. Ele se esconderá atrás de uma
música sensual, atrás de uma mulher bonita, de um rapaz maravilhoso, de uma
teoria fascinante. Ele se vestirá de luz, se for preciso. Para os propósitos
dele, vale tudo. O fim justifica os meios.
Mas tudo que ele fizer para enganar você é apenas tentação, e
tentação não é pecado. O inimigo nunca poderá vencer, a menos que conte com a
colaboração do ser humano. Aí ele pode fazer o que quiser. Pode rodear a nossa
vida de tentações. Dinheiro, glória, fama, prazer, luzes. O que quiser. Mas
tudo não passa de tentação. Ele não pode obrigar-nos a pecar. Se cairmos é
porque aceitamos cair. É porque cedemos voluntariamente aos feitiços da
tentação. Por maior que seja a pressão exercida sobre a alma, a transgressão é
o nosso próprio ato. Satanás ataca nossos pontos fracos, mas não precisamos ser
vencidos. Por mais severo ou inesperado que seja o ataque, Deus proveu auxílio
e em Sua força podemos vencer.
Podemos ilustrar a diferença entre tentação e pecado com o
telefone: o telefone pode chamar (a tentação é o telefone chamando). O pecado
acontece se você atender. Se você não atender, não existe pecado. Mas o
telefone continua chamando. Incomoda? Claro que incomoda, mas não passa de
simples tentação.
Consideremos agora alguns conselhos que podem ser úteis ao
enfrentarmos a tentação: "quando a tentação vier, procure pensar em outra
coisa". Já explicamos que a luta é para ocupar o território da mente,
então coloque em sua mente promessas bíblicas. Há uma lei física que diz:
"um espaço vazio só pode ser ocupado por um corpo ao mesmo tempo". O
espaço é a nossa mente. Ela nunca pode estar em branco, a não ser quando estamos
dormindo. Toda vez que a tentação vier, peça socorro divino, relembre um salmo,
cante um hino, repita o verso da meditação daquele dia, coloque pensamentos e
promessas bíblicas em sua mente. De acordo com a lei física, a tentação não
terá vez.
O que não podemos é permitir que o pensamento negativo, chamado
de tentação, permaneça em nossa mente mais de dois segundos. Não devemos
acariciá-lo, não devemos deleitar-nos com ele, porque aí a tentação vira
pecado. Primeiro em forma de desejo pecaminoso, que depois nos levará ao ato
pecaminoso, e se repetido pode conduzir-nos ao vício.
Outro conselho que devemos lembrar é que: "o período
crítico da tentação não dura mais de 3 minutos". Toda tentação tem um
processo. Começa aos poucos e vai batendo cada vez mais forte à porta da
cidadela de nossa mente. Há um momento que parece que não vai dar para
resistir. Mas toda tentação chega ao ponto máximo de sua intensidade num
período de 3 minutos. Lembra do exemplo do telefone? Ele toca, toca e se você
não atender, ele pára de tocar.
O bom de tudo é que após passar a investida da tentação, você
pode ficar muito mais forte. Cada vez que somos tentados, vencemos ou
fracassamos, conquistamos ou somos conquistados. A resposta que dermos à
tentação pode deixar-nos mais fortes ou mais fracos. Se nos entregarmos nos
braços de Cristo e vencermos, estaremos melhor preparados para a próxima
tentação. Se pelo contrário lutarmos sozinhos e fracassarmos, estaremos mais
fracos e vulneráveis quando vier a próxima tentação.
E agora o conselho mais importante de todos: "não olhe para
você, por favor olhe para Cristo". Isto é básico porque o resultado final
dependerá de quem ocupa os nossos pensamentos. Olhar para nós mesmos só trará
fracasso e frustração. Aí está a tragédia da humanidade. O mundo diz:
"olhe para você, descubra seu potencial, concentre-se para conseguir a
força mental, descubra a si mesmo, explore sua energia interna."
Mas dentro de nós, querido amigo, só existe angústia, vazio,
desequilíbrio e muitas vezes desespero. Deus tem um caminho melhor. Ele pede
que você olhe para Cristo, que é um caminho simples, porém seguro.
Conta-se a história de certo faquir da Índia, que um dia chegou
a uma pequena vila declarando que podia fabricar ouro. As pessoas correram para
ver o estranho visitante. O homem colocou num prato grande um pouco de água,
algumas gotas de tinta e começou a mexer o prato em círculos, repetindo algumas
palavras mágicas. Num momento em que a atenção do público estava distraída, o
faquir deixou escorregar da manga um pedaço de ouro dentro do prato, e depois
tirou a água da vasilha e mostrou a todos o pedaço de ouro. Todo mundo olhava
incrédulo.
Um comerciante esperto da cidade quis comprar a fórmula por 500
dólares e o faquir vendeu. Só que disse o seguinte para o comprador:
- Você não pode pensar no macaco de rosto vermelho quando mexer
o prato, porque se você pensar nele o ouro nunca aparecerá.
O comerciante prometeu que "lembraria sempre que devia
esquecer o macaco" mas quanto mais se esforçava por esquecer, tanto mais
forte ficava em sua mente a imagem do macaco de rosto vermelho. E ele jamais
conseguiu o ambicionado ouro.
Não lhe parece familiar este fato? Quanto mais queremos esquecer
nossos erros, quanto mais queremos jogar fora a tentação, mais firme ela fica.
Amigo querido, olhe para Cristo. Que Ele ocupe o território completo de sua
mente através de promessas bíblicas.
Tenho uma experiência que marcou minha vida de garoto. Devia ter
seis ou sete anos de idade naquela época. Na escola todas as crianças tinham
mais ou menos a minha idade. Só havia dois rapazes grandes, de dezesseis anos.
Um deles era muito mau, batia nas crianças e tirava as coisas delas à força.
Minha mãe costumava me dar 20 centavos para o lanche. Com 20
centavos naquele tempo dava para comprar um sorvete de morango e ainda restava
troco para comprar amendoim. Tenho a impressão de que cada dia eu me levantava
com uma ansiedade tremenda de ir à escola por causa do sorvete e do amendoim e
não por causa da aprendizagem. Um sorvete era a maior alegria que um garoto de
seis anos podia ter.
Um dia, no caminho da escola, aquele rapaz mau saiu ao meu
encontro e me pediu a moeda. Resisti, mas ele me dobrou o braço e à força tirou
a minha moedinha.
Depois ele disse:
- Você está vendo aquele homem sem braço?
Lá no bairro havia um rapaz que não tinha um braço.
- Sabe por que não tem braço? Eu cortei o braço dele. E se você
contar para sua mãe ou para a professora que tirei sua moeda, corto também seu
braço.
Foi aí que a minha tragédia começou. Dia após dia eu entregava a
moedinha para ele. Isso causava uma revolta dentro de mim. O pior de tudo era
que não podia avisar ninguém, porque não queria perder o braço. Tornei-me uma
criança triste, chorava à noite sozinho. Não tinha mais motivação para ir à
escola. Às vezes, na hora do recreio, aquele rapaz mau comprava um sorvete e
com meu dinheiro tomava esse sorvete perto de mim, zombando de mim e me fazendo
sofrer. O que podia fazer uma criança de seis anos contra um rapaz de
dezesseis?
Certo dia, na hora do recreio, eu estava contemplando as
crianças brincando, quando aquele rapaz mau bateu numa delas. Naquele momento
apareceu o outro rapaz grande da escola e deu-lhe um tapa. E para minha
surpresa o rapaz mau não teve coragem de enfrentá-lo. Naquele momento uma idéia
brilhou na minha mente. Procurei o outro rapaz e disse:
- Você gostaria de ganhar 10 centavos todo dia?
E contei a história para ele. O rapaz prometeu me proteger.
Combinamos que no dia seguinte ele me esperaria no lugar onde o rapaz mau me
aguardava diariamente.
Aquela noite quase não dormi. "Amanhã", pensava,
"será meu grande dia. Nunca mais ninguém vai me tirar a moeda".
No dia seguinte levantei-me cedo. Recebi a moeda de minha mãe e
me dirigi para escola. Lá, no lugar de sempre, o rapaz perverso estava me
aguardando. Dessa vez não olhei para ele. Segui meu caminho, mas ele me
alcançou e me pediu a moedinha.
- Nunca mais, ouviu? Nunca mais vou lhe entregar a moeda - disse
olhando para os olhos dele desafiadoramente.
Meu inimigo quase não podia acreditar no que estava ouvindo.
Começou a me dobrar o braço. Mas, naquele instante, do outro lado da rua saiu
meu amigo e nós dois demos uma surra nesse grandão.
Você achou engraçado? Eu também acho isso engraçado, mas tremo
pensando nas horas de angústia e de impotência que uma criança de seis anos
viveu.
Nós somos a criança e o diabo é aquele rapaz de dezesseis anos.
Às vezes ele vem e nos tira, não a ilusão de um sorvete, mas a alegria da vida.
Derruba nossos castelos, nossos sonhos, estraçalha nossos planos. Rouba-nos os
valores morais, o respeito próprio, arranca de nós a paz, o equilíbrio interno
e ri, ri porque se considera vitorioso. Sua gargalhada é como uma bofetada no
rosto de Cristo.
Às vezes brinca conosco, como o gato com o rato. Deixa-nos sair
um pouco, quando pensamos que estamos livres, ele nos traz de novo com força
para nos ferir, machucar e humilhar.
Por quê? Por que tem que ser assim? Do outro lado da rua, lá na
montanha solitária foi pendurado um Deus-homem não só para nos dar perdão, mas
também para nos dar poder. Quando Ele morreu, o inimigo pensou que tinha
vencido, mas ao terceiro dia, Jesus ressuscitou das entranhas da terra
completamente vitorioso. E hoje vive. Vive para dar poder.
Por favor querido amigo, olhe para a tumba vazia. Olhe para o
Céu e veja o gigante da História disposto a vencer em seu favor. Cristo venceu!
Venceu Seu inimigo no deserto. Venceu-o na cruz. Venceu-o na morte. Só resta
vencer em nosso coração. E aí a decisão é nossa. Ele não pode vencer em nosso
coração se não permitirmos.
Nosso inimigo é um inimigo vencido. E está lutando
desesperadamente tentando vencer. A Bíblia diz: "Sede sóbrios; vigiai;
porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar. (I Pedro 5:8).
Como leão buscando a quem devorar sabendo que tem pouco tempo
porque ele reconhece que está vencido.
Conta uma lenda antiga que um guerreiro estava lutando na
batalha com a cabeça decepada, mas estava tão envolvido na luta que mesmo sem
cabeça estava matando muita gente, até que alguém olhou para ele e disse:
- Você está sem cabeça. Você está morto. Aí o guerreiro caiu e
parou de lutar.
Estamos lutando contra um inimigo sem cabeça. Cristo já o
venceu. Justamente por isso ninguém tem o direito de estar derrotado para
sempre. Ninguém tem o direito de pensar que já é tarde demais para começar de
novo.
Clame a Deus agora mesmo e reclame dEle a promessa de perdão e
de poder. Ele sabe que as inclinações de seu coração são fortes e o ajudará na
hora da tentação.
ORAÇÃO
Pai querido, não permita que eu fique com a sensação de fracasso na vida. Cristo derrotou o inimigo para que eu pudesse conhecer o maravilhoso sabor da vitória. Não importa a tentação; não importa o tempo que permaneci escravo do pecado. Posso ser vitorioso. Agradeço por isso em nome de Jesus. Amém.
Pai querido, não permita que eu fique com a sensação de fracasso na vida. Cristo derrotou o inimigo para que eu pudesse conhecer o maravilhoso sabor da vitória. Não importa a tentação; não importa o tempo que permaneci escravo do pecado. Posso ser vitorioso. Agradeço por isso em nome de Jesus. Amém.
Pr. Alejandro Bullón
http://jesusvoltara.com.br/sermoes/bullon13_amigos_defendem.htm
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