VIRTUDES
Leitura
ENGAVETADAS
Na gaveta havia um calhamaço de escritos.
Detritos do que haviam sido.
Escárnios recorrentes, de gente agora
ausente.
Gente que não morreu. Mas, matou.
Matou
o "eu" em letra maiúscula.
Matou o verbo.
Matou o substantivo.
Matou as frases construídas sob a
superfície dos sentimentos.
Que
viraram pó.
Um pó sacudido pela flanela amarela.
Nas
folhas de papel encardido.
Nas folhas esquecidas.
Engavetadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário