VIRTUDES
Não molha…
Debaixo da chuva, era difícil carregar tudo o que havia em
si. Havia um peso a mais, naquela água que encharcava a roupa.
Enquanto uns se abrigavam como
podiam, outros viam as angústias escorrerem pela face, sem medo de molharem-se
de novo.
Debaixo da chuva, todos eram iguais,
embora houvesse tanta diferença.
O peso aliviou-se, quando, após um
tempo, a chuva tinha virado mero detalhe. A roupa molhada não era mais do que
tecido ensopado em um corpo ávido por uma quentura que vem dos bons
sentimentos.
As pequenas luzes de Natal irradiavam
uma energia de bons presságios, daquelas descobertas bem próximas, embora ainda
não se saiba quanto tempo ainda vai levar para que venham à tona.
Não importa.
Se chove lá fora, não molha aqui
dentro.
Se chove lá fora,
não molha sentimentos, já encharcados de tudo o que é bom.
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