VIRTUDES
Retorno
Decidi retornar, depois de um tempo. Ouvi os soluços das
vozes interiores. Mas, era preciso.
O tempo mostrava que já era o
momento. Certo ou não.
Ninguém sabe.
Retornei ao tempo presente, como quem escava para voltar à
superfície.
Senti as lembranças como argumentos
das devastações que haviam acontecido.
Mas, como uma floresta, podia fazer
o reflorestamento de tudo o que tinha deixado morrer. Ou deixado matar.
Retornei com novos anseios, como
quem ressurge de um adormecimento intenso de uma estada na UTI.
Os sentimentos floresceram como quando me apaixonava. Quase
por nada.
E o tempo trazia consigo algumas
mágoas. Flores secas. Mas, nem tudo estava perdido.
Nem eu me perdi. Nos cantos onde
andei.
Na névoa que me cobriu.
Durante tanto tempo.
Anos a fio.
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