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domingo, 13 de outubro de 2013

VIRTUDE- PREÇONIFICAÇÃO

VIRTUDES

“Preçonificação”


Tudo tem seu preço. A gratuidade está cada vez mais escassa, sobretudo quando pensamos em sentimentos. Ninguém quer oferecer nada, sem perspectiva de que tenha algo em troca. Há preço. Há sobrepreço. Há inflação. Há juros.
Amizades pedem contrapartidas exorbitantes. Parceiros exigem nossa liberdade em troca de “amor eterno”. Erros do passado e do presente cobram preços altos, justificando as más condutas, a falta de estima, o descontentamento contínuo com tudo.
O preço é cada vez mais alto e a cada dia há um novo valor. Mas, aqueles de outrora, os valores tão simples e tão importantes, se perdem na valorização do efêmero, do incontínuo, da obsolescência de sentimentos que valem a pena. Que valem tudo.
Não temos dito a verdade. Temos feito vontades, que extravasam a racionalidade, não por puramente ser irracional, mas pela bestialidade de suas consequências, pela efervescência de prazeres tão fugazes.
Perdemos valores e criamos dívidas. Dívidas com nossa consciência. Dívidas talvez que não se possa pagar, de pronto. Fazendo cheques. Pré-datando tudo. Como se houvesse a certeza tão crucial de um amanhã.
A “preçonificação” ganha status, porque todo mundo usa dos preços para tudo. Há barganhas por toda parte, como se vivêssemos em uma gôndola disponíveis para sermos jogados nos carrinhos de compras. “Se você me amar, serei fiel”. “Se você se comportar, ganhará presente no Dia das Crianças”. “Se você me prometer...”
Que preço é este? Que jogos temos jogado? O que temos lançado contra as hélices dos nossos pensamentos, formando tornados sem centro algum?
Não temos métricas. Não temos rimas. Não temos fundamentos.
Temos hipocrisia. Preços por preços. Valores que se desfazem em segundos. Condutas que não conduzem. Induzem. Aos maus caminhos de sempre.
Perdemos as contas. Perdemos as raízes, enquanto se consolida a doutrinação pela “preçonificação”. E sempre nos sentimos mal pagos. Mal. Simples, assim.
O dinheiro é uma das fianças dos preços que pagamos. Mas, nem sempre nos afiança. Já que há preços que não se pagam em moedas, embora sejam muito mais caros.
Caros ficamos diante da pobreza de valores. Caros ficamos, como atônitos, diante de máquinas registradoras, de carimbos com preços em tudo. E nos empobrecemos moralmente pelas falsas escolhas. Pelos dividendos contraídos que já não se pode pagar.
E a vida escorre pelas mãos, como a fiança pelos dividendos. Até quando será possível morrer aos poucos, sem ter nada?
É nas escolhas que podemos mudar a toda dos preços. E exigir a gratuidade dos nobres sentimentos, resgatando os valores naqueles cofrinhos das nossas mais singelas lembranças do bem que existiu.

VIRTUDES - ENTREGO-TE OS MEUS PALNOS

VIRTUDES


Entrego-Te os meus planos


Fazemos planos e a vida faz os seus. Traçamos rumos e Deus traça caminhos, passagens, inspirações. Não sabemos de nada, mas a existência se descortina nos mais simples gestos, mostrando que o amor resiste. Nos socorre. Nos afaga e diz: "Ei, eu sou a esperança".
Fiz planos. Comprei marshmallows recheados de frutas vermelhas. Eram para presente. Aquele que a gente quer dar, assim, de surpresa, para alguém que faz a diferença, quando há tanta gente agindo igual.
Parei para guardar o carro e vi um menino chorando. Pequeno, roupas surradas, abrindo o bocão. De repente, uma cena que me tocou o fundo da alma: um outro menino, um pouco mais velho, veio ao seu encontro. Tratou-o com carinho e passou suavemente o braço direito envolvendo-lhe o pescoço. Ele falava com doçura, bem baixinho, como a acalmar o outro que chorava, pedindo pela mãe. Era seu irmão mais velho. Falou-lhe alguma coisa, com uma ternura que havia tempo não via entre crianças, tampouco entre adultos. 
O pequeno resistiu. Empurrou o braço. Mas, o mais velho continuou, com paciência, falando com seu irmão. E eu pensei que, por tantas vezes, a gente perde a paciência com tão pouca coisa, com nossos irmãos de sangue, com nossos irmãos por parte de Deus.
O menino mais velho levou o outro até o pai, que estava arrumando a charrete para partirem. O homem não os repreendeu. Falou com seriedade, mas com aquela mesma ternura. 
Olhei para os marshmallows recheados dentro da sacolinha de presente. Eles eram outros planos, mas a vida mostrava os sinais de Deus.
Entreguei a eles a sacola e, não sei de onde surgiu, um outro senhor, com uma bandeja de um bolo de chocolate recheado, onde havia alguns pedaços. Ele também se comoveu com aquelas crianças tão simples, mas tão grandiosas.
E o dia deles ficou mais doce pelas mãos dos homens, guiadas pelas de Deus.
E assim deve ser o nosso caminho, mudando rotas, mas entregando os planos a quem sabe o que fazer com eles. A quem sabe transformar a existência em amor. Porque fomos criados pelo e para o amor. Amem. Amém!

virtudes - BRANCO e PRETO

VIRTUDES

 

Branco e preto


Nos conformamos com a rotina em boa parte dos nossos dias. Fechamos os olhos para o novo, para os caminhos, para a calmaria que quer empurrar a intranquilidade e joga-la precipício abaixo.
Acostumamos com as planícies e evitamos subidas árduas, mesmo que o destino possa ser o mais bonito de todos.
Ignoramos os picolés coloridos, os pirulitos do Chaves, as frases mais impensadas ditas por crianças em momentos de um regozijo genuíno.
Esquecemos feições como os momentos bons vividos, partilhados, sem culpa. Ninguém sabe mais o quanto perdeu, apenas que ainda não tem o bastante, embora tenha de tudo um pouco.
Ninguém se dá conta da própria ausência dentro de si. Até que a própria insensatez seja a cova rasa a cobrir o que restou de alguém que se foi. Perdeu a essência. Acostumando-se com o branco e Preto enquanto tudo em volta era colorido.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

LEITURA- GOOBYE

VIRTUDES
LEITURA

 

Goodbye


É hora de dizer adeus às sombras ligeiras do caminho.
É hora de dizer adeus às passagens que não passaram.
É hora de dizer adeus, puramente. Somente.
Porque isto é o que resta.
Preparar-se.
Aprontar-se para a chegada, de um alô qualquer.
De um som que não se conhece.
De um dia que chega com a luz que não se vê.
Da noite que escurece os pensamentos. Com os sonhos.
Que vem e vão.
Como um adeus.

LEITURA - O TEMPO PASSADO

VIRTUDES
Leitura

Tempo passado


O copo quebrou.
O fio da roupa puxou.
O fundilho rasgou.
O sapato furou.
Os olhos fechou.
A farra acabou.
O chifre levou.
Chifrado ficou.
O pão amassou.
A batata assou.
O diabo atentou.
O terço rezou.
O Deus perdoou.
O choro chorou.
Arrependido ficou.
O corpo arrepiou.
A mente desatinou.
Roupa nova comprou.
Pro conserto levou.
Tudo o que quebrou.
E arrumado, arrumou.
Tudo o que virado, virou.
Pra ser arranjado.
Como era manjado.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

LEITURA - A CURA DE NAAMÃ (2)

Teologia
LEITURA

A cura de Naamã (2)
O profeta Eliseu soube do que havia acontecido e mandou dizer ao rei:
— Por que o senhor está tão preocupado? Mande que esse homem venha falar comigo, e eu mostrarei a ele que há um profeta em Israel!
Então Naamã foi com os seus cavalos e carros e parou na porta da casa de Eliseu. Eliseu mandou que um empregado saísse e dissesse a ele que fosse se lavar sete vezes no rio Jordão, pois assim ficaria completamente curado da sua doença. Mas Naamã ficou muito zangado e disse:
— Eu pensava que pelo menos o profeta ia sair e falar comigo e que oraria ao senhor, seu Deus, e que passaria a mão sobre o lugar doente e me curaria! Além disso, por acaso, os rios Abana e Farpar, em Damasco, não são melhores do que qualquer rio da terra de Israel? Será que eu não poderia me lavar neles e ficar curado?
E foi embora muito bravo.
Então os seus empregados foram até o lugar onde ele estava e disseram:
— Se o profeta mandasse o senhor fazer alguma coisa difícil, por acaso, o senhor não faria? Por que é que o senhor não pode ir se lavar, como ele disse, e ficar curado?
Então Naamã desceu até o rio Jordão e mergulhou sete vezes, como Eliseu tinha dito. E ficou completamente curado. A sua carne ficou firme e sadia como a de uma criança. Depois ele voltou com todos os seus homens até o lugar onde Eliseu estava e disse:
— Agora eu sei que no mundo inteiro não existe nenhum deus, a não ser o Deus de Israel. Aceite um presente meu, por favor.
Eliseu respondeu:
— Juro pelo senhor, o Deus vivo, a quem sirvo, que não aceitarei nenhum presente.
Naamã insistiu com ele para que aceitasse, mas ele não quis.
Aí Naamã disse:
— Já que o senhor não quer aceitar o meu presente, então deixe que eu leve para casa duas mulas carregadas de terra, pois de agora em diante eu não vou oferecer sacrifícios e ofertas que são completamente queimadas a nenhum deus, a não ser a Deus, o senhor. Mas eu gostaria que ele me perdoasse uma coisa, que é a seguinte: quando eu tiver de acompanhar o meu rei ao templo de Rimom, o deus da Síria, para ali adorar, eu vou ter de adorá-lo também. Que o senhor Deus me perdoe por isso!
Eliseu disse:
— Adeus! Boa viagem!
 2Reis 5.8-19a
   




LEITURA - A CURA DE NAAMÃ (1)

Teologia
LEITURA

A cura de Naamã (1)
Naamã, o comandante do exército da Síria, era muito respeitado e estimado pelo rei do seu país porque, por meio de Naamã, o senhor Deus tinha dado a vitória ao exército dos sírios. Ele era um soldado valente, mas sofria de uma terrível doença da pele.
Num dos seus ataques contra Israel, os sírios haviam levado como prisioneira uma menina israelita, que ficou sendo escrava da mulher de Naamã. Um dia a menina disse à patroa:
— Eu gostaria que o meu patrão fosse falar com o profeta que mora em Samaria, pois ele o curaria da sua doença.
Então Naamã foi falar com o rei e contou o que a menina tinha dito. E o rei ordenou:
— Vá falar com o rei de Israel e entregue esta carta a ele.
Então Naamã saiu, levando uns trezentos e cinquenta quilos de prata, e uns setenta quilos de ouro, e dez mudas de roupas finas. A carta que ele levava dizia assim: “Esta carta é para apresentar Naamã, que é meu oficial. Eu quero que você o cure.”
Quando o rei de Israel leu a carta, rasgou as suas roupas em sinal de medo e exclamou:
— Como é que o rei da Síria quer que eu cure este homem? Será que ele pensa que eu sou Deus e que tenho o poder de dar a vida e de tirá-la? Ele está querendo briga!
 2Reis 5.1-7