HISTÓRIA
História de Embu das Artes
Até o século
XVI, a região era habitada pelos índios tupiniquins. Em 1554, um grupo de jesuítas fundou o aldeamento de Bohi,
depois M’BOY Mirin, a meio caminho do mar e do sertão paulista. Como toda a
missão jesuítica no interior do Brasil de então, esta tinha objetivos
missionários e pretendia catequizar os índios locais, aproveitando-os também
como força de trabalho para as fazendas que se foram criando na região.
Em 1607, as
terras da aldeia passam para as mãos de Fernão Dias (tio do bandeirante Fernão
Dias, o Caçador de Esmeraldas), mas, poucos anos mais tarde, em 1624, foram
doadas à Companhia de Jesus. Em 1690, o Padre Belchior
de Pontes iniciou a construção da Igreja do Rosário, transferindo, ao
mesmo tempo, o núcleo da aldeia original. Já no século XVIII, entre
1730 e 1734, os jesuítas construíram a sua residência anexa à igreja, formando
um conjunto arquitetônico contínuo de linhas retas e sóbrias. Mas, em 1760, por
ordem da Coroa Portuguesa, os jesuítas foram expulsos do Brasil.
A vocação
artística da cidade começou a projetar-se em 1937; quando Cássio M’BOY,
santeiro de Embu, ganhou o Primeiro Grande Prêmio na Exposição Internacional de
Artes Técnicas em Paris. Já antes, no entanto, Cássio foi professor de vários
artistas e recebia em sua casa expoentes do Movimento Modernista de 1922 e
das artes em São Paulo, incluindo Anita Malfatti, Tarsila do
Amaral, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Alfredo Volpi e Yoshiya
Takaoka. A Cássio M'Boy seguiu-se Sakai de Embu, que começou por ser
discípulo de Cássio e veio a ser reconhecido internacionalmente como um dos
grandes ceramistas-escultores brasileiros. Sakai forma um grupo de artistas
plásticos, ao qual pertence Solano Trindade.
Este chegou a
Embu em 1962 e trouxe consigo a cultura negra, congregando um grupo de artistas
em seu redor e introduzindo a tradição dos orixás.
A tradição
artística da cidade institucionaliza-se e ganha projeção dentro e fora do
Brasil em 1964, com o Primeiro Salão das Artes. Paralelamente, a partir dos
finais dos anos 1960, a cidade passou a polo de atração para hippies,
que expunham os seus trabalhos de artesanato nos finais de semana, dando origem
à Feira de Artes e Artesanato, que se realizam todos os fins de semana desde
1969 e que é um dos principais motores da projeção turística da cidade.
Embu foi
elevada à categoria de município em 1959, quando se emancipou de Itapecerica da
Serra.
Significado de M’BOY
Muitas são as
interpretações da origem do nome M’BOY (nome original do município até 1943)
quando por um Decreto-lei foi aportuguesado para Embu.
A confusão existe
porque segundo alguns autores M’BOY significa cobra e enquanto outros creem que
seja uma corruptela de M'Beiu "agrupamento de montes".
Sem dúvida a
palavra Boy ou Boya, ou ainda Móya significa cobra. Já em 1648, o cientista Georgi
Marcgravi de Liebstad que participou da expedição de Mavritii Com Nassau
"Maurício de Nassau" na ocupação holandesa, em seu livro Historia
Naturalis Brasiliae fala das serpentes brasileiras e dá seus nomes nativos:
Boy-guaçu (que se supõe seja a Jibóia ou
a Sucuri), Boi-obi "anotada por Martius como 'Boioby' e classificada como
'Coluber viridissima'", Ibiroboca "Cobra Coral já descrita com
este nome por Anchieta", Boicininga "a nossa Cascavel", Boitiapó
"também grafado como Boitiapóa por R. Garcia, a 'Cobra cipó'",
Também conhecemos a
lenda do Boitatá e na Europa, segundo Affonso de Taunay, conta-se a história
que um tal John Browne, na Bahia, encontrou uma serpente monstruosa a Ibibaboca
que lhe roubou a noiva!
Estância turística
Embu
é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos
definidos por lei estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado
para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de
agregar junto a seu nome o título de estância turística, termo pelo qual passa
a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas
referências estaduais.
Embu
das artes
Em 23 de Outubro de
2009, o prefeito de Embu, Chico Brito, deu início ao processo para que Embu
fosse, oficialmente, chamada de Embu das Artes. Em 25 de novembro, o prefeito e
o vice deram início ao ato pró-plebiscito para a coleta de assinaturas.
Para
que o município recebesse o sobrenome "das Artes", foi necessária a
realização de um plebiscito em que ao menos um por cento dos eleitores deveriam
participar. O plebiscito foi anexado a um projeto de lei que foi enviada pelos
poderes executivo e legislativo embuense para sanção do prefeito. Em seguida, o
documento foi protocolado no Tribunal Regional Eleitoral, que convocou uma
eleição para mudança do nome.
Segundo
o prefeito, a oficialização do município para Estância Turística de Embu das
Artes foi para que a cidade tivesse sua identidade e que não fosse mais
confundida com Embu-Guaçu.
As
três primeiras assinaturas do abaixo-assinado foram de Chico Brito (prefeito de
Embu), Annis Neme Bassith (um dos articuladores da emancipação do município) e
Silvino Bornfim (presidente da câmara municipal), que declarou:
“Isso é um desejo
da população e dos vereadores. Dificilmente você vai encontrar alguém contra” –
Chico Brito.
O abaixo-assinado
passou por toda a cidade através da campanha Embu das Artes - Todo Mundo Quer,
lançada pela prefeitura.
O plebiscito ocorreu em primeiro de maio de 2011 e 66,48 por cento da
população optou pela nova denominação.
Em
seis de setembro de 2011, o governador Geraldo Alckmin sancionou a Lei Estadual 14 537/11, que, oficialmente, passou a
denominar o município como Embu das Artes.
http://www.embudasartes.sp.gov.br/e-gov/secretaria/desenvolvimento_urbano/files/Mapa_Bairros.pdf
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Igreja Nossa Senhora do Rosário, hoje museu, onde a cidade foi fundada |
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CAPELA DE SÃO LÁZARO |
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FEIRA |