VIRTUDES
Na
tinta azul…
O dia passou lento, mesmo que
houvesse tanta rapidez nos gestos corriqueiros.
Nos
pensamentos, as dúvidas agudas cujo timbre é conhecido há tempos.
Não
se desfaça.
Não vire fumaça.
Não
se emaranhe nas teias do sentimento esquecido. Embrutecido dentro de si.
Embrutecido, sofrido.
Chega disto.
O
novo se apresenta num sorriso harmônico, perdido nas curvas de uma face
recém-conhecida.
Por
onde andara, senhor Romantismo?
Perdido ficou. Cansado esteve.
Até hoje. Amanhã... talvez...
Na
ponta porosa da caneta, o rascunho de um amor azul no papel em branco. Ou
um amor em papel branco na tinta azul.
Borrou-se
por um momento. Tinta fresca não combina com lágrima de crocodilo.
Refaça
o escrito, esculpido naquelas linhas disformes de sentimentos que vem e vão.
Como as ondas do mar. Azul como o amor do papel.
O
papel cheio de escritos desconhecidos, que um dia deixarão de ser rascunho.
Deixarão de ser tinta azul.
Só para virar multicor e pintar
o dia que passa lento, com a rapidez de um coração recém-renovado.
Recém-criado.
Aqui
dentro do peito.