História
FOLCLORE
Folclore brasileiro
O folclore brasileiro, segundo o Capítulo I da Carta do
Folclore Brasileiro, é sinônimo de cultura popular brasileira, e representa a
identidade social da comunidade através de suas criações culturais, coletivas
ou individuais; é também uma parte essencial da cultura do
Brasil. Embora tenha raízes imemoriais, seu estudo sistemático iniciou somente
em meados do século XIX, e levou mais de cem anos para se consolidar no país. A
partir da década de 1970 o folclorismo nacional
definitivamente se institucionalizou e recebeu conformação conceitual.
Sendo composto por contribuições as mais variadas - com
destaque para a portuguesa, a negra e a indígena - o folclore do Brasil é extremamente
rico e diversificado, sendo hoje objeto de inúmeros estudos e recebendo larga
divulgação interna e internacional, constituindo além disso elemento importante
da própria economia do Brasil, pela geração de empregos, pela produção
e comércio de bens associados e pelo turismo cultural que dinamiza.
Estudos históricos do folclore
brasileiro
O folclore brasileiro, apesar de suas origens se perderem
no tempo, só começou a receber a atenção da elite nacional em meados do século
XIX. Naquele período estava em voga o Romantismo, movimento
cultural que prestigiava as singularidades e as diferenças, consagrando os
vários povos e tradições como objetos dignos de atenção intelectual. Naquele
momento, acompanhando a mesma onda de interesse pela cultura popular que
crescia na Europa e nos Estados Unidos,
alguns estudiosos brasileiros, como Celso de Magalhães, Sílvio Romero e Amadeu Amaral,
passaram a pesquisar as manifestações folclóricas nativas e publicar estudos
sistemáticos, lançando no país os fundamentos do folclorismo, a
disciplina que estuda o folclore, que precisaria de um século para conquistar
prestígio no mundo acadêmico brasileiro.
A partir de um primeiro interesse pelas tradições orais,
depois se passou a estudar a música, e mais tarde as festas, folguedos e outras
manifestações. Ao mesmo tempo, diversos artistas ligados à elite passaram a
empregar elementos da cultura popular na criação de obras destinadas aos
círculos ilustrados, como parte de um projeto, estimulado e desenvolvido pelo
governo de Dom Pedro II, de construção de um corpo de símbolos nacionalistas
que poderia contribuir para a afirmação do Brasil entre as nações civilizadas.
As classes superiores nunca foram inteiramente livres da influência da cultura
popular, mas obras como por exemplo I-Juca-Pirama, deGonçalves Dias, e
a música de Luciano Gallet e Alexandre Levy deram a temas do
folclore brasileiro um papel de destaque na arte culta. Desde então o interesse
pelo assunto só cresceu, e em várias frentes.
O impulso
nacionalista rendeu ainda maiores frutos com o advento do Modernismo,
quando o folclore passou a ser visto como a verdadeira essência da brasilidade. Mário
de Andrade, um dos líderes do Modernismo brasileiro, foi um grande
pesquisador do folclore nacional, procurando colocá-lo em diálogo com as ciências
humanas e sociais, que naquela altura nasciam no país.2 Outros
nomes influentes ligados ao movimento modernista, como os pintores Di
Cavalcanti e Tarsila do Amaral e o músico Villa-Lobos,
também incorporaram elementos folclóricos em suas obras de maneira destacada. Mário
teve a oportunidade de agir oficialmente pelo folclore, criando a Sociedade de
Etnologia e Folclore quando dirigiu o Departamento de Cultura do Estado de São
Paulo entre 1935 e 1938, abrindo cursos para a formação de pesquisadores, onde
palestraram eruditos renomados como Lévi-Strauss.
Na década de 1950
essa movimentação se multiplicou em larga escala, atraindo outras figuras
ilustres como Cecília Meireles, Câmara Cascudo, Edison Carneiro, Florestan
Fernandes e Gilberto Freire,2 além
de estrangeiros como Roger Bastide e Pierre Verger. O
movimento folclorista nesta época encontrou a consagração institucional maior
na Comissão Nacional de Folclore, fundada em 1947 por Renato Almeida,
através de recomendação da UNESCO, vinculada ao Instituto Brasileiro
de Educação, Ciência e Cultura e à própria UNESCO. No contexto do pós-guerra,
a preocupação com o folclore se inseria nas iniciativas em prol da paz mundial.
O folclore era visto como elemento de compreensão entre os povos, incentivando
o respeito pelas diferenças e permitindo a construção de identidades
diferenciadas. Como disse Cavalcanti, o Brasil de então "orgulhava-se de
ser o primeiro país a atender à recomendação internacional no sentido da
criação de uma comissão para tratar do assunto". Em 1958 foi
instituída a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, órgão executivo do Ministério
da Educação, dinamizando os debates e pesquisas através de comissões estaduais
de folclore, e adotando a prática de engajar colaboradores do interior, mesmo
que fossem diletantes, uma vez que se considerou que a intimidade deles com a
cultura interiorana contrabalançaria a sua falta de especialização
profissional.
Paralelamente à
luta pela institucionalização desenvolvia-se um debate a respeito da formulação
dos conceitos delimitadores do folclore como uma ciência, o que dependia
da libertação do folclore em relação à literatura e à história, que
tradicionalmente absorviam o pensamento sobre a cultura popular. Mas a
tarefa foi em muitos pontos inglória. No relato de Travassos, resenhando ideias
de Vilhena,
"A
concepção de sociologia que predominou inicialmente nas universidades
brasileiras destacava as deficiências de rigor científico dos trabalhos de
folclore. De outro, divergências metodológicas entre folcloristas e sociólogos
estavam entrelaçadas a concepções distintas da formação nacional. Enquanto os
primeiros orientavam as pesquisas na direção das formas que evidenciassem
fusões e sincretismos culturais, os segundos indagavam o grau de integração das
camadas sociais e grupos étnicos. Finalmente, a 'tradição cultural nascente'
que os participantes do movimento prezavam não tinha relevância para aqueles
que, na linha dos folcloristas europeus, consideravam folclóricos os fenômenos
identificados com um estrato cultural muito antigo. Assim, o movimento
distanciou-se também das concepções européias e norte-americanas que adotam,
respectivamente, os critérios básicos de antiguidade e oralidade na definição
de folclore. As discordâncias devem-se, mais uma vez, ao peso das preocupações
com a nacionalidade".
Além da pesquisa
requisitou-se a participação das escolas como instrumentos de preservação e
disseminação do folclore, acreditando-se que o caráter intervencionista e
"artificial" dessa medida seria compensado pelas possibilidades de
vivência "real" do folclore nas festas e brincadeiras infantis,
fomentando a inclusividade, o engajamento na defesa de tradições ameaçadas e a
formação de um senso de "fraternidade folclórica", como queriam
Renato Almeida e outros que viam o movimento quase como uma missão sagrada. O
movimento folclórico brasileiro produziu enfim um projeto paradoxal de ciência,
na qual não havia diferença marcante entre leigo e cientista, entre objeto e sujeito,
entre participação efetiva e observação impessoal.9 Essas
ideias e posturas tinham seus riscos e contradições, e deram margem a críticas
que alegavam que a interferência ativa do Estado na interpretação e no fomento
do folclore servia como uma cortina de fumaça para esconder problemas sociais
apresentando-os como realidades folclóricas.
De qualquer
maneira, os trabalhos desses pesquisadores fizeram evoluir as concepções
brasileiras sobre o que é o folclore. Reunidos no Rio de Janeiro em
1951, no I Congresso Brasileiro de Folclore, publicaram a Carta do
Folclore Brasileiro, onde se definiu o folclore como "as
maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular
e pela imitação e que não sejam diretamente influenciadas pelos círculos
eruditos e instituições que se dedicam ou à renovação e conservação do
patrimônio científico e artístico humano ou à fixação de uma orientação religiosa
e filosófica". Benjamin diz que se estabeleceu também como folclore os
fatos sem o fundamento da tradição, bastando que fossem de aceitação coletiva e
essencialmente populares, anônimos ou não, derrubando os requisitos de
antiguidade, oralidade e anonimato e relativizando a condição de
tradicionalidade.
A partir de 1961 os
folcloristas passaram a contar com um importante meio de divulgação e
discussão, a Revista do Folclore Brasileiro, que circulou até 1976
totalizando 41 volumes, e se tornando um catalisador de pesquisas. Mas apesar
das conquistas do folclorismo nacional, ainda lhe faltava credibilidade, o que
só seria conseguido, como pensava Almeida, quando ele penetrasse nas
universidades. Em meio à polêmica que cercava o tema, o folclore foi
gradativamente sendo alijado do modelo acadêmico que se consolidava. Embora
muitos de seus estudiosos permanecessem ligados às universidades, a disciplina
foi se cristalizando como um sub-campo das ciências sociais. A situação ficou
pior com o golpe militar de 1964, que ocasionou a demissão de Edison
Carneiro, o principal folclorista daquele momento, do cargo de diretor da
Campanha, fechada no dia primeiro de abril com um cartaz na porta que dizia: "Fechado
por ser um antro de comunistas". Com isso se encerrava todo um
ciclo do folclorismo brasileiro.
Mas a Campanha foi
finalmente reaberta com Renato Almeida como seu diretor. Incorporada à Funarte,
transformou-se em 1979 no Instituto Nacional do Folclore. Em 1990 o Instituto
passou a ser denominado Coordenação de Folclore e Cultura Popular, hoje chamado Centro
Nacional de Folclore e Cultura Popular, vinculado ao Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tendo como missão declarada "formular,
fomentar e executar programas e projetos em nível nacional voltados para a
pesquisa, documentação, difusão e apoio a expressões das culturas populares
brasileiras".
Desde essa retomada
nos anos 60-70 se acelerou e aprofundou a modernização da sociedade, a
televisão entrou decisivamente no cotidiano, e ao contrário do que temia a
Campanha em seus primórdios, o folclore não acabou, mas adaptou-se e
transformou-se, assim como continuaram em mudança seus conceitos e práticas.
Cavalcanti sumarizou o processo:
"A
cultura não é mais entendida como um conjunto de comportamentos concretos mas
sim como significados permanentemente atribuídos... Uma festa é mais do que a
sua data, suas danças, seus trajes e suas comidas típicas. Elas são o veículo
de uma visão de mundo, de um conjunto particular e dinâmico de relações humanas
e sociais. Não há também fronteiras rígidas entre a cultura popular e a cultura
erudita: elas comunicam-se permanentemente... Na condição de fato cultural, o
folclore passa a ser compreendido dentro do contexto de relações em que se
situa".
Em 1995, numa
revisão da Carta do Folclore Brasileiro realizada no VIII
Congresso Brasileiro de Folclore, reunido em Salvador, os folcloristas
brasileiros definiram folclore como "o conjunto das criações
culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas individual ou
coletivamente, representativo de sua identidade social. Constituem-se fatores
de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva,
tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade".
Aceitação coletiva significa
que deve ser uma prática generalizada, implicando uma identificação coletiva
com o fato, mesmo que ele derive das elites. Tradicionalidade é
entendida como uma continuidade através das gerações, onde os fatos novos se
inserem sem ruptura com o passado, e se constroem sobre esse passado. Dinamicidade se
refere à sua feição mutável, ainda que baseada na tradição. Funcionalidade,
por existir uma razão para o fato acontecer, não constituindo um dado isolado,
e sim inserido em um contexto dinâmico e vivo. Pode-se acrescentar a esses o
critério da espontaneidade, já que o fato folclórico não nasce de
decretos governamentais nem dentro de laboratórios científicos; é antes uma
criação surgida organicamente dentro do contexto maior da cultura de uma certa
comunidade. Mesmo assim, em muitos locais já estão sendo feitos esforços por
parte de grupos e instituições oficiais no sentido de se ressuscitar nos dias
de hoje fatos folclóricos já desaparecidos, o que deve ser encarado com algum
ceticismo, dado o perigo de falsificação do fato folclórico. Também deve ser regional,
ou seja, localizado, típico de uma dada comunidade ou cultura, ainda que
similares possam ser encontrados em países distantes, quando serão analisados
como derivação ou variante.
Apesar da
existência destes critérios, muitas vezes é difícil determinar se um fato é ou
não folclórico, até porque os pesquisadores não raro divergem sobre os
conceitos e suas aplicações. Nesse contexto, disse Cavalcanti que antes do que
tentarmos saber se um dado fato é ou não folclórico, é mais produtivo entender
o folclore como um campo de estudos ainda em expansão, significando que o
elemento folclórico não está tanto no fato concreto, mas em seu entendimento como
folclórico, e por isso a definição do que é folclore varia com o tempo.
A despeito das
polêmicas entre os estudiosos, o resultado dessa evolução continuada é que
atualmente o folclore brasileiro se elevou a uma posição de destaque. Além de
ser a base alimentadora de boa parte do turismo cultural do país,
dinamizando comércio, indústria e serviços, se tornou instrumento de educação
nas escolas, tem museus para ele e está protegido por lei, sendo considerado um
bem do patrimônio histórico e cultural do país. A Constituição do Brasil protege
o folclore através dos artigos 215 e 216, que tratam da proteção do patrimônio
cultural brasileiro, ou seja, "os bens materiais e imateriais,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade,
à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira".
Por outro lado,
como se observa em outras partes do mundo, o folclore brasileiro está
experimentando modificações importantes em virtude do apelo turístico, e da
influência dos novos meios de comunicação de massa e das novas
tecnologias de registro e difusão de informações, ocasionando a
descaracterização de muitos fatos folclóricos e sua transformação em
espetáculos de massa, o que está gerando preocupação. Benjamin esclarece:
"Um
outro processo a merecer atenção é o da espetacularização das manifestações folclóricas
pela pressão dos meios de comunicação de massa e do turismo. Algumas das
manifestações tradicionais guardam a natureza de espetáculos, que têm sido
levados à exacerbação, convertendo-se em produto da cultura de massas. O
exemplo mais evidente é o do boi-bumbá de Parintins. Preocupante, porém, é o
caso de manifestações de natureza ritual, reservadas aos membros de comunidades
religiosas, que por seu exotismo estão sendo cooptadas para converter-se em
eventos de massa. É o caso das panelas-de-Iemanjá, convertidas em festivais
para turistas. Diante desse quadro, torna-se necessária uma nova postura
liberada dos preconceitos etnocêntricos, a reciclagem das técnicas de pesquisa
em trabalho interdisciplinar com a incorporação das contribuições renovadas das
ciências humanas e das ciências da linguagem, o uso de novas tecnologias e
equipamentos disponíveis".
O folclore brasileiro
Como sinônimo de cultura popular, o
folclore brasileiro é o rosto social e identitário de uma vasta população de
cidadãos brasileiros, cada um deles possuindo sua própria história, e seus
próprios referenciais culturais - pois nasceu em uma sociedade - que constituem
sua identidade como pessoa e como
membro dessa sociedade: o folclore é, digamos, o cenário, o enredo geral e o
acervo de apetrechos dos quais depende o ator humano para desempenhar o seu
papel vital, elementos criados pelo próprio ator e que não só estruturam e
articulam a sua vida como em muito a definem, justificam e até pré-determinam,
pois muitos deles foram herdados de seus ancestrais, colorem a cultura onde ele
vive e possuem força atávica, com raízes
cuja origem se perde no tempo e transcende as fronteiras geográficas. Da
combinação perene, viva e ininterrupta, dos cenários de todos os atores de um
dado país surge a cultura deste povo, com
todas as suas variantes regionais e locais, um mosaico multifacetado de
expressões, modos de ser e entender o mundo e de com ele interagir.
O folclore inclui mitos, lendas, contos populares, ritos e
cerimônias religiosos e sociais, brincadeiras, provérbios, adivinhações, as
receitas de comidas, os estilos de vestuário e adornos, orações, maldições,
encantamentos, juras, xingamentos, danças, cantorias, gírias, apelidos de
pessoas e de lugares, desafios, saudações, despedidas, trava-línguas, festas,
encenações, a gestualidade associada à intercomunicação oral, artesanato,
medicina popular, os motivos dos bordados, música instrumental, canções de
ninar e roda, e até mesmo maneiras de criar, chamar e dar comandos aos animais.
A lista do que é folclore não se limita ao que vem do interior, inclui as
expressões próprias da vida em cidades, lendas urbanas, os reclames dos
vendedores de rua, os símbolos, modelos de arquitetura e urbanismo vernáculos. Na apresentação
do folclore brasileiro oferecida pelo IBGE, "através do
folclore o homem expressa as suas fantasias, os seus medos, os melhores e
piores desejos, de justiça e de vingança, às vezes apenas como forma de escapar
àquilo que ele não consegue explicar". Todas essas manifestações se
manifestam peculiarmente em cada cultura e diferem de região para região, e de
indivíduo para indivíduo.
O Brasil possui um folclore riquíssimo, sendo impossível
entrar em detalhes aqui; pode-se outrossim elencar algumas categorias mais
comuns, dando-lhes um ou outro exemplo. Muitas expressões têm uma presença
nacional, ou quase isso, como o carnaval, as farras de boi,
as festas juninas, as cavalhadas, a festa do divino e as lendas do curupira, do saci pererê e da mula sem cabeça;
outras, são restritas a regiões e estados ou mesmo a pequenas comunidades
esquecidas pelo progresso, como os fandangos de tamancos do interior de
São Paulo ou a lenda da Teiniaguá no Rio Grande do
Sul.
Música e dança
Um lundu em 1835, registrado por Rugendas
Frequentemente interligadas, muitas formas musicais, seja
puramente de instrumento ou com canto, são ritmos de dança, como o cateretê, a polca, o maxixe, o lundu, o baião, o samba, o frevo, o xaxado, o fandango, a vanera, o xote, o maracatu, a ciranda, o jongo, a tirana, a catira, o batuque, o pau-de-fita, a quadrilha, as cantigas de roda, sendo bem
conhecidas as melodias Escravos de Jó, Sapo
Cururu, O Cravo e a Rosa, Ciranda-Cirandinha e Atirei o Pau no
Gato. Outros
exemplos de música são os acalantos, como oDorme,
neném, que a Cuca vem pegar; as modinhas, desafios e repentes; as
cantigas de trabalho, velório e cemitério; as serestas, as modas de viola; as ladainhas, responsórios e outros cânticos sacros.
Cantico Salutaris - Festa do Divino de Pirenópolis - Orquestra e Coral
Nossa Senhora do Rosário, Pirenópolis