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sábado, 2 de março de 2013

VIRTUDE - O FRIO QUE VEM DE DENTRO


Virtude:
O frio que vem de dentro

            Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve.
         Teriam que esperar até o amanhecer, para poderem receber socorro.
 
         Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse - eles o sabiam - todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.
 
         Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
 
         O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles era negro. Então ele raciocinou consigo mesmo:
 
        - "Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro".
 
          E guardou-as protegendo-as dos olhares dos demais.
 
         O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um círculo em torno do fogo bruxuleante, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:
 
        - "Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso"
 
       O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento
       Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensinava. Seu pensamento era muito prático:
 
    - "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenha com cuidado.
 
        O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve.
 
        Ele pensou:
 
      - "Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."
 
       O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava.
 
Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
 
       O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosa das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido.
 
       - "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos meus gravetos".
 
      Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
 
      Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
 
      Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de Socorro disse:
"O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro".

CONTO - O CONTO ÁRABE DOS SONHOS


CONTO:

O CONTO ÁRABE DOS SONHOS

Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa vez, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.
         - Que desgraça, senhor! - Exclamou o adivinho. - Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.
         - Mas que insolente - Gritou o sultão, enfurecido. - Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!
         Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites.
          Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
        - Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
        A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
      - Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
      - Lembra-te meu amigo -- respondeu o adivinho -- que tudo depende da maneira de dizer... Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.
       A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade.

sexta-feira, 1 de março de 2013

TEOLOGIA - SINCERIDADE SEM DISFARCES

TEOLOGIA

SINCERIDADE E SEM DISFARCES

            O  Apóstolo Pedro, quando o Senhor JESUS foi preso, o seguiu de longe e chegou a entrar no pátio onde ELE foi levado. Então, foi reconhecido por algumas pessoas. Acompanhe o relato bíblico:
            “E os que prenderam JESUS o levaram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e os anciãos. Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se entre os serventuários, para ver o fim (...) e, aproximando-se uma criada, lhe disse: também tu estavas com JESUS,o galileu. Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: não sei o que dizes. E, saindo para o alpendre, foi ele visto por outra criada, a qual disse aos que ali estavam: Este também estava com JESUS, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem. Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, és também um deles,porque o teu modo de falar o denuncia.
Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo. Então, Pedro se lembrou da palavra que JESUS lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. E, saindo dali,chorou amargamente.”
MATEUS 26:54-75
            Observe que uma daquelas pessoas disse que o modo de falar mostrava que Pedro era um seguidor do SENHOR JESUS. Isso mostra que a nossa postura, as nossas palavras e as nossas atitudes fazem o mundo nos  reconhecer como filhos de DEUS.
            Naquela situação em que Pedro se encontrava, ser reconhecido como discípulo era muito inconveniente, porque, afinal de contas, o Senhor JESUS estava prisioneiro das autoridades romanas. Ser discípulo de alguém considerado criminoso é o mesmo que ser criminoso também, não é verdade? Por esta razão Pedro negou o Senhor JESUS, e até tentou mudar sua maneira de falar, para parecer que era o mundo.
            Muita gente faz o mesmo nos dias de hoje, procurando esconder dos vizinhos e colegas de trabalho que frequenta uma igreja evangélica. São como as pessoas que escondem o rosto com maquiagem pesada, para disfarçar a idade ou até mesmo a cor.
            Para o mundo o que importa são as aparências  Existe até quem diga que é melhor parecer do que ser. Mas um dia a casa cai, como diz popularmente, e aí a máscara é retirada e a verdade aparece. Entenda que para DEUS é sempre o  contrário do mundo: Importa quem você é, não quem você parece ser.
            Compreenda também que quando você segue o Senhor Jesus com sinceridade e sem disfarces, você é precioso para ELE. EU lhe pergunto: O SENHOR JESUS alguma vez deixou de ser sincero? É claro que não! Quando os soldados romanos o prenderam, ELE disse que eles estavam enganados, que estavam prendendo o homem errado? Não!
            Aceite, por favor, o que eu lhe digo: Seja sempre uma pessoa sincera, sem disfarces ou mentiras. Siga o SENHOR JESUS com  integridade de coração, e você se tornará um vaso precioso para ELE.
            Então. Aonde que que você vá, estará feliz e abençoado.
BISPO AMAURY DE FARIAS/SP

FÁBULA DOS PORCOS

FÁBULAS

FABULAS
A Fábula dos Porcos Assados
Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir daí, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque...
. . .
Mas o que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o SISTEMA para implantar um novo...
Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: às vezes, os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assá-los. 
Portanto, o SISTEMA simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, mais parecia falhar e maiores eram as perdas causadas.
           Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA. Congressos, seminários e conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o melhoramento do mecanismo.
          Assim, no ano seguinte, repetiam-se os congressos, seminários e conferências.
As causas do fracasso do SISTEMA, segundo os especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou à inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas.
          As causas eram, como se vê, difíceis de determinar - na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado, indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores que eram também especializados (incendiadores da Zona Norte, da Zona Oeste, etc, incendiadores noturnos e diurnos - com especialização matutina e vespertina - incendiador de verão, de inverno etc). 
          Havia especialista também em ventos - os anemotécnicos. Havia um diretor geral de assamento e alimentação assada, um diretor de técnicas ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um administrador geral de reflorestamento, uma comissão de treinamento profissional em Porcologia, um instituto superior de cultura e técnicas alimentícias (ISCUTA) e o bureau orientador de reforma ignecooperativas.
           Havia sido projetada e encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas.
           Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia especialistas estrangeiros estudando a importação das melhores árvores e sementes, o fogo mais potente etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno.
           Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades para que os professores fossem especializados na construção das instalações para porcos. Fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações para porcos etc.
As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus e posicionar ventiladores gigantes em direção oposta à do vento, de forma a direcionar o fogo. Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavam de acordo entre si, e que cada um embasava suas idéias em dados e pesquisas específicos.
          Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso) chamado João Bom-Senso resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então numa armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.
          Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o diretor geral de 'assamento' mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouvi-lo pacientemente, disse-lhe:
         "Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas não funciona na prática.
          O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?".
        "Não sei", disse João.
         "E os especialistas em sementes? Em árvores importadas? E os desenhistas de instalações para porcos, com suas máquinas purificadores automáticas de ar?".
         "Não sei".
         "E os anemotécnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país? Vou mandá-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Heim?".
          "Não sei", repetiu João, encabulado.
          "O senhor percebe, agora, que a sua ideia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê que se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo atrás? O senhor, com certeza, compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores não dão frutos e nem têm folhas para dar sombra? Vamos, diga-me?".
           "Não sei, não, senhor".
           "Diga-me, nossos três engenheiros em Porco pirotecnia  o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?".

           "Sim, parece que sim".
           "Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porco pirotecnia indica que nosso sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o país?"
           "Não sei".
           "Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemotécnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (nossa maior carência) ou como construir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o sistema, e não transformá-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!".
           "Realmente, eu estou perplexo!", respondeu João.
           "Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina.
           Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua ideia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende.
           Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?".
          João Bom-Senso, coitado, não falou mais um 'a'...
          Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sua sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu...
           Por isso é que até hoje se diz, que quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos nas quais não se admite a possibilidade de mudar o Sistema, falta o Bom-Senso...!

LENDA - O PRIMEIRO HOMEM

LENDA



Baiame, o Pai Celestial. Ele desceu dos céus, criando terra, floresta e rios, e finalmente a humanidade. Depois ensinou leis e regras de convivência, criando também o primeiro local sagrado para os rituais de iniciação.
Um dia Baiame resolveu viajar através da terra que ele havia criado, e estava solitário pois não havia ninguém para conversar. Ele juntou terra vermelha em suas mãos e a moldou na forma de seres humanos. Dois homens ele fez, e então só havia terra bastante para fazer uma única mulher.
Isso significava problemas, mas Baiame não conhecia suficiente a respeito dos filhos de sua criação para perceber isso. Ele morou um tempo com eles, ensinando-lhes quais plantas eram boas para comer, como cavar raízes da  terra, e onde encontrar as melhores larvas “.
“Com isto, e a água para beber, vocês podem viver, e suas barrigas nunca estão vazias. “disse. Depois que ele os deixou, e retornou para sua casa no céu. Por algum tempo as três pessoas viveram felizes juntas, mas depois de um tempo, veio uma seca longa e severa. As plantas murcharam, as raízes estavam difíceis de encontrar, e as larvas parecia ter desaparecido.
“Temos de encontrar algo para comer, ou vamos morrer de fome “, disse a mulher.
“Mas não há nada.”
“Há animais. Nós deve caçá-los e, em seguida haverá carne para comer e sangue para beber. “
O homem olhou-a consternado. “O Pai Espírito não nos deu permissão para matar os animais que ele fez”, eles se opuseram.
“Mas ele também não disse que não podíamos matá-los”, respondeu ela. “Tenho certeza que ele espera que nós pensemos por nós mesmos.” Um dos homens se convenceu. Ele espreitou um pequeno canguru pequeno e o matou com uma pedra afiada.
“Agora o que vamos fazer?” ele perguntou.
“Vou mostrar a vocês,” disse a mulher. Ela cavou um buraco raso e queimou madeira nele até que um montão de brasas incandescentes e pedras quentes aparecesse no fundo. Ela chamuscou a pele do canguru e assou a carne.
“Aqui estamos nós”, disse ela. “Vamos encher a barriga com a boa comida que Baiame nos deu”.  O caçador se agachou ao lado dela, e afundou os dentes na carne semi-cozida. “É boa!” disse o homem, seus olhos acesos em aprovação. “Venha saborear o novo alimento,” disse ele ao seu companheiro.
O outro homem afastou-se. ‘Este não é o que Baiame nos ensinou. Uma coisa terrível vai acontecer, porque vocês fizeram isso. Eu prefiro passar fome do que comer um dos filhos do Baiaime.”
Grande foi a comoção da árvore ao ser atingida pelo corpo, que as raízes saíram da terra e a arvore flutuou para os céus, carregando o homem e o espírito do mal.
Nada do que eles pudesse dizer o faria mudar de ideia  O cheiro de carne assada o enjoou e ele correu pela planície. Os outros seguiram-no à distância. Ele estava fraco, com fome e acabou caindo no pé de um eucalipto(1)  e tombou imóvel.
Os outros olharam para ele com espanto que passou a ser medo quando um espírito escuro com os olhos piscando deslizou dos galhos da árvore. Ele pegou o corpo de seu amigo e atirou-o de tal modo que ele caiu no tronco de uma árvore oca. Então surgiu atrás do corpo. Duas cacatuas brancas, perturbadas pelos movimentos do espírito do mal, gritaram e voaram em círculos.
A árvore gemeu, o solo se perturbou tanto que as raízes foram empurradas para fora da terra. Ela se levantou no ar, seguida pelo cacatuas, e sumiu no espaço infinito do céu. A escuridão caiu, e nada podia ser visto, além dos pontinhos brancos que eram as cacatuas, e quatro olhos de fogo que brilhavam fora do tronco oco. Eles eram os olhos de seu amigo e do espírito do mal.
A árvore se perdeu de vista, mas os quatro pontos de luz, que eram os olhos do homem e do espírito maligno, e as asas brancas das cacatuas ficaram no  céu. Os olhos permaneceram dentro da árvore de eucalipto que é conhecida como Yaraan-do, e tornaram-se as estrelas da constelação do Cruzeiro do Sul, enquanto o cacatuas brancas, que lhe seguiram, são Alfa e Beta Centauri(1)(3).


(1) No original white gum tree, ou seja, uma espécie de eucalipto, que na Austrália são chamadas de árvores de goma. Essa espécie é a Eucalyptus alba que tem folhas largas e flores creme, sendo encontrada ao nordeste do país.
(2) Beta Centauri (também conhecida como Hadar) é uma gigante azul de aproximadamente 4,000 anos.  As duas estrelas, Alfa e Beta, parecem dois olhos. Elas são chamadas “estrelas indicadoras” porque elas apontam para o Cruzeiro do Sul ao oeste. Alguns aborígenes australianos as chama de “Os Dois Homens Que Antes Foram Leões”. Outros as chamam de gêmeos que criaram o mundo.
(3) De acordo com o site Earthsong, a lenda diz respeito à santidade da vida animal e o advento da morte no mundo. Baiame criou o homem e mulher para viver de plantas, e quando um dos homens matou um canguru para comer, provocou o medo do outro, que correu para longe. Ele caiu morto e apareceu Yowi, O Espírito da Morte, que saiu da árvore e tragou o corpo, assustando duas cacatuas que tinham o ninho ali. A árvore ascendeu ao céu  As duas cacatuas até hoje tentam retornar ao seu ninho na árvore, que agora é o Cruzeiro do Sul, por isso Alfa e Beta Centauri (que são as duas cacatuas) estão apontando ou indo em direção ao Cruzeiro. Elas são um aviso para não comer o fruto proibido.

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LENDA - A isca de sapos e o Bunyip


LENDA

A isca de sapos e o Bunyip

 

Abaixo do billabong  (1) tinha uma cabeça entre os juncos. E assim permaneceu sem que ninguém tenha notado. Três patos passaram. Na escuridão, não houve movimento brusco. Duas mãos saltaram e agarraram suas pernas, puxando os patos para o lago e torcendo o pescoço de modo tão rápido e silencioso que o terceiro pato afastou sem saber o que tinha acontecido com os outros.
Mascote do Jogos das Escolas do Pacífico, que aconteceu em 2008, Bidja the Bunyip.
O homem sapo se levantou, tremendo um pouco por causa da brisa fresca da noite. Amarrou os patos seu cinto e estava prestes a ir para a terra, onde sua esposa estava esperando por ele, quando ele viu um vulto enorme e cinza sair do pântano. Era um Bunyip (2), o monstro terrível dos pântano e billabongues.
O rapaz não desperdiçou o fôlego gritando. Ele nadou na água rasa numa pressa frenética em direção à margem. Sua esposa também tinha visto o Bunyip.
“Dê-me os patos”, ela disse assim que ele se aproximou.
Ele os entregou a ela, jogando-se na areia, ofegante.
“Não há tempo para esperar aqui”, disse ela. “O monstro está se aproximando.”
“Espere até eu recuperar o fôlego”, ele suspirou.
“Vamos”, ela pediu a ele. “O Bunyip vai nos pegar se você não se apressar.”
Ela puxou ele pelos pés, mas assim que ela o fez o  Bunyip esticou o braço longo, e suas garras fecharam no corpo dela. O marido a agarrou pelo braço e tentou salvá-la, mas o Bunyip a levantou, a enfiou debaixo do braço, e desapareceu na escuridão.
O homem estava desesperado. Ele mergulhou na água e nadou entre os juncos, mas se fechavam atrás do monstro, sem deixar vestígios de sua passagem.
Assim como que a  manhã luziu o homem rã reuniu um fornecimento de pequenas criaturas que eram o seu totem e as amarrou a uma longa vara que ele prendeu na lama.  Elas choravam e grasnavam miseravelmente, agitando os braços e as pernas em uma luta para libertar-se.
“Isso vai atrair o Bunyip,” pensou o homem rã.  Ele estava agachado entre as canas, com sua lança de guerra ao lado dele, pronto para enfiá-la no Bunyip assim que ele aparecesse.  As horas passavam lentamente. A única coisa que ele conseguia ver era as pernas das rãs se contorcendo. A luz enfraqueceu e lá pelo meio da noite, o coaxar dos sapos ficaram mais fracos. Pela manhã, eles estavam todos mortos. Cabisbaixo, ele os desamarrou, pegou um pouco mais, e os amarrou ao poste. O ar estava cheio com o doce murmúrio dos sons, ele foi para seu acampamento para dormir.
O Bunyip saiu da água, com o olho ferido e foi em direção às árvores. A mulher o acompanhava, apesar do marido gritar para ela parar. Isso porque ela estava sob o encantamento da criatura, e não tinha vontade própria.
Quando ele voltou naquela noite os sapos foram embora, e a vara estava jogada ao lado dos juncos. Com esperança renovada, ele pegou um fornecimento adicional, erguido o poste mais uma vez, amarrou os sapos no lugar, e sentou-se para esperar.
Manhã após manhã, o homem colocava iscas de rã em sua armadilha, mas nada de avistar o Bunyip. Mas só quando ele não conseguia manter os olhos abertos pela falta de sono que elas foram pegas.  Mas por fim a sua paciência foi recompensada. Era de manhã cedo. O jovem marido estava prestes a terminar sua vigília solitária, quando se uma grande forma separou os véus de neblina, e o Bunyip estendeu suas garras para tirar as rãs.  Atrás dele, a jovem seguiu com os olhos distante, sujo e despenteado, com os cabelos espalhados pelo seu rosto.
“Fique longe,” o marido gritou, e atirou sua lança contra o monstro. Ele mergulhou na carne macia de modo que somente a extremidade do cabo estava mostrando. O Bunyip gemeu e jogou os sapos no sua agressor. Um deles atingiu o homem rã no olho, cegando-o por um momento. Ele ainda tinha a sua vara de arremesso. Ele atirou-a Bunyip, e teve a satisfação de vê-la acertar em um dos olhos do Bunyip é. A criatura contorceu-se de dor, e nadou de volta de onde veio.
“Vem comigo mulher,” o homem rã implorou. “Você estará segura comigo.
Para seu espanto, a jovem não deu atenção, mas seguiu o Bunyip na neblina. O marido correu atrás dela. Não havia como esconder a trilha agora. Com apenas um olho, o Bunyip escorregou e caiu, se levantou e cambaleou, deixando um rastro de vegetação esmagada por trás dele. A mulher acompanhou de perto, nos seus calcanhares, pois o Bunyip tinha lançado um feitiço sobre ela, o que a deixou ligada a ele.
Eles chegaram ao outro lado da lagoa. O Bunyip saiu da água e começou a subir em uma árvore de goma. Ele chegou ao topo, sentado em um galho, e olhou para baixo para o homem rã com seu único olho maligno. A jovem estava no pé da árvore, como se petrificada.
“Você está segura agora”, disse o marido, segurando seus braços. “Venha comigo e vamos voltar ao nosso acampamento.
Ela colocou os braços ao redor dele, mas não conseguia mover os pés, que pareciam ter congelado no chão.
Ele deu um passo em direção a ela, e de repente parou. Ele tinha entrado no círculo do poder que unia a sua esposa ao Bunyip, e ele foi incapaz de se mover.
Os corpos petrificados do homem rã e a sua mulher ficaram como tocos de árvores finos. O dia se tornou noite, noite se tornou dia, tempestades varreram o Billabong, a água subiu e caiu com a mudança das estações, mas ainda assim o cenário ainda era o mesmo na árvore. Os corpos petrificados do homem rã e a sua esposa  ficaram como tocos finos de árvores, com braços estendidos para o outro no desejo de se alcançarem, enquanto acima deles, permanecia o olho único do Bunyip encarando-os do meio das folhas da árvore.
Depois veio uma grande tempestade que derrubou a árvore de goma. O olho ficou onde estava, mas o encanto foi quebrado e, finalmente, o casal foi reunido. Seus descendentes nunca  mais tocaram os sapos.  Eles os deixaram como alimento para o bunyips de modo que os monstros do pântano, não iria molestá-los.
E onde o rio Murray agora flui, o aborígenes dizem que a lua é o olho do Bunyip que uma vez roubou a esposa de um homem rã de sua tribo
Billabong é uma palavra do inglês da Austrália que significa lago, especificamente um lago oxbow (lago em forma de cana de boi), um seção de água parada adjacente a um rio, cortada por uma mudança de curso da água. Os billabongs são geralmente formados quando o curso de um riacho ou rio muda, formando um beco sem saída.  Billabongs, refletem o clima árido australiano onde esses “rios mortos” são encontrados, cheio em uma estação do ano e seco nas demais.
O bunyip é um espírito ou criatura lendária do folclore aborígene australiano. Bunyips assombrar rios, brejos, riachos e billabongues. Seu principal objetivo na vida é para causar terror comendo pessoas ou animais na sua vizinhança. Eles são famosos por seus berros aterrorizantes e gritos nturnos e é conhecido por assustar os aborígines ao ponto onde não deixar eles se aproximar de qualquer fonte de água onde um bunyip podem estar esperando para devorá-los.
Há muitos relatos de colonos brancos que viram Bunyips, assim como cryptologistas, que ainda estão procurando por essas criaturas. Eles podem ter alguma dificuldade em localizar um dessa criaturas, pois as tribos aborígenes dão as mais variadas descrições dela. Alguns dizem que o bunyip parece uma cobra enorme, com uma barba e uma juba, outros dizem que parece uma enorme criatura humanóide e peluda, com um pescoço longo e uma cabeça como a de um pássaro. No entanto, a maioria dos australianos consideram a existência do bunyip como lenda. Alguns cientistas acreditam que o bunyip era um animal real, o diprotodon , extinto há 20 mil anos, e que talvez ainda existisse na época dos colonizadores, assustando os primeiros colonos.
De acordo com Oodgeroo Noonuccal (Kath Walker) em Stradbroke Dreamtime , o bunyip é uma punição ou espírito mau do “Tempo de Sonhar” – Dreamtime aborígene. Hoje, o bunyip aparece principalmente na literatura australiana para as crianças e é mencionado em comerciais de televisão.


LENDA - Como o Équidna Ganhou Seus Espinhos

LENDA

Como o Équidna Ganhou Seus Espinhos


Ele antes havia sido um homem como outros, mas foi castigado pela tribo por cometer um crime contra os de sua própria raça. Équidna foto de Reilly (Flickr).
Piggiebillah, o équidna, foi um homem antes de ser o que é. Quando ficou velho, tão velho que todos os seus amigos tinham morrido, ele foi viver com os homens que tinham sido meninos quando era de meia-idade. Eles eram todos fortes e incansáveis, e capazes de caçar durante todo dia sob o  sol escaldante, e para percorrer longas distâncias em busca de alimento, mas Piggiebillah era velho demais para assumir o seu papel no suprimento de comida para a tribo.
Ninguém lhe dava nada para comer, e era surpreendente que ele continuasse saudável.  À medida que envelhecia, ele parecia mais bem nutrido do que qualquer outro.  Na verdade, era tão surpreendente que algumas das pessoas começaram a suspeitar e mantiveram uma estreita vigilância sobre ele. Depois de algum tempo eles descobriram algo que Piggiebillah manteve em segredo durante anos.
Quando ele deixou o campo em uma manhã, ele foi seguido e viu-se que ele se dirigia para uma rocha a alguma distância do acampamento, e se escondia em sua sombra.  Ficaram observando ele por detrás dos arbustos, imaginando o que ele estava esperando.  Eles logo descobriram.  Uma jovem veio ao longo do caminho.  Piggiebillah saltou sobre ela, e antes que alguém pudesse se mover ou dar uma mensagem de advertência, ele mergulhou a sua lança em seu corpo.  O velho arrastou-a para fora da trilha,  comeu seus membros, e escondeu o resto de seu corpo fora comer mais tarde.
O desaparecimento de muitas pessoas de sua tribo e de visitantes que eram esperados e nunca chegaram, foi finalmente explicada.  Uma reunião secreta foi realizada e foi decidido por unanimidade que Piggiebillah devia ser morto. Ele era tão ativo, apesar de sua grande idade, que tinha de ser pego de surpresa.
Eles esperaram até que houvesse uma noite escura, sem lua. O velho estava deitado em uma certa distância do fogo.  Os homens se reuniram em silêncio ao redor dele.  Ele estava dormindo de costas com sua boca fechada para evitar o seu espírito vagueasse.  Ele moveu-se no sono, e murmurou: “Eu ouço as borboletas batendo na grama.”
Enquanto ele sonhava com borboletas, os homens espetaram as suas lanças em seu corpo. Piggiebillah gemeu enquanto eles batiam nele com seus tacapes.  Osso após osso em seu corpo, braços e pernas foram quebrados e,  enfim o terrível canibal ficou imóvel.

A esposa dele bateu na própria cabeça e o sangue que escorreu tingiu o peito dela de vemelho. Ela fugiu para longe transformada em um pássaro. Robin Red Breat foto de circulating.
Sua esposa olhou aterrorizada.  Ela bateu a cabeça com a sua pá (1) até que o sangue correu sobre o peito.  O nome dela era Guineeboo, e quando ela fugiu de lá tornou-se Guineeboo, o Pisco-de-Peito-Ruivo australiano.
Os homens se ajuntaram ao redor do fogo, rindo e conversando sobre a sua fácil vitória.  Mas Piggiebillah não estava morto.  Ele arrastou-se penosamente nas sombras mais profundas até que chegou à toca da aranha armadeira gigante, Muggai Murga.  Ele caiu no buraco, e ficou no fundo até que seus ferimentos foram curados.
A única coisa que ele não podia fazer era tirar as lanças do seu corpo, nem consertar os ossos quebrados dos seus membros.  Ninguém reconheceu Piggiebillah quando ele saiu à luz do dia novamente.  Ele se arrastou de quatro, com as pernas quebradas espalmadas para fora, e as lanças eram uma floresta eriçada nas costas.  Para se alimentar ele teve de cavar com as mãos, e teve de ser contentar com  formigas e outros insetos e restos de comida.
Piggiebillah tinha se transformado em um équidna, o pequeno animal que cava para comer formigas, porque ele não podia comer outros alimentos, e fazia tocas subterrâneas para escapar de seus inimigos.