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segunda-feira, 16 de junho de 2014

VIRTUDES - ESPERE A SUA VEZ

VIRTUDES


Espere a sua vez

Conversar ao vivo dá trabalho quando as pessoas estão viciadas nos WhatsAppsda vida. Mas é sempre mais interessante conversar com alguém cara a cara. Olhar nos olhos, observar as nuances de voz, os gestos. Escutar de verdade. Ver de verdade. Estar diante de alguém com tudo o que se é. Sem aplicativos. Sem gravador. Sem corretor automático. Sem emoticons. Sem fotinho com tudo consertado e sorriso feliz.
É bom encontrar pessoas, amigos, gente. Num destes encontros, nestas conversas de boteco, ouvi sobre o comportamento e educação das pessoas, como eles podem ser diversos em se tratando de bairro ou região específica. E em como as pessoas têm pressa e como a pressa incomoda imensamente quando, no meio do caminho, há alguém mais lento. “Odeio gente lerda pegando comida no self-service. Parece que ficam contando ervilha”, disse uma amiga, lançando mão, talvez, de uma TPM incubada. 
Logo depois de sua fala, outra interlocutora foi mais além. Contou de um destes almoços apressados e em como ficou desconcertada com apenas uma frase. “Eu estava com pressa e a mulher na minha frente, como a escolher alface. Daí eu estiquei a mão para pegar o prato, sabe, em cima? Ela olhou bem para mim e disse, educadamente: ‘você poderia esperar a sua vez?’ Aquilo me desconcertou. Acabou comigo. Nem consegui comer.”
E ela falou sério. Deu para notar uma magoazinha na voz e no olhar – coisa que eu não teria como reparar se fosse numa conversinha de celular para celular. O jeito como a frase ficou ali martelando, tocou-lhe em um ponto fraco, justamente por trazer-lhe à luz o imediatismo que a gente tem das coisas. A pressa de fazer tudo, mesmo quando existe tempo para ir com calma. 

É impressionante, mas as pessoas exigem que ajamos rápido, como se tivéssemos que pular etapas sem pensar, sem medir consequências e, na besteira, botar tudo a perder. Nós também exigimos isto dos outros, desrespeitando a calma com frieza incalculável. 
“Você vai esperar até quando?” é o que mais se escuta. Haja paciência! Entretanto, não seria prudente esperar a nossa vez, sem atropelos?Esperar aquele start de dentro, quando se tem consciência plena de seus atos e enxerga, claramente, que é hora de agir? Que é a aquela hora? Que é a sua vez? 
Cada um tem seu tempo. Há urgências e emergências. E há um tempo certo para todas as coisas. O passo ritmado, bem dado. Preciso e precioso na nossa jornada de vida. E se preciso for, dê a vez. Porque todos têm a sua. Na hora exata, que tem de ser.

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