virtudes
Leitura
Quero
nomes
O
novo é visto como uma ameaça. As pessoas não acolhem, mas se encolhem nas
velhas modinhas de sempre. Nas velhas conversas, no hábito hostil de não se
permitir conhecer o "outro".
Tenho
me cansado das aparências, de não ter tempo de ter minhas próprias impressões
sobre as coisas e sobre quem não conheço, porque há um costume de sentenciar
antes mesmo do primeiro contato.
Tenho
tentado silenciado as vozes dos outros e ouvido mais as minhas. Estas daqui de
dentro que, embora nem sempre certeiras, me dão a oportunidade de errar ou de
enxergar o que ainda não tinha notado.
Tudo
traz um aprendizado que nem sempre está diante dos olhos, mas está por trás do
que não é tão óbvio assim.
Às
vezes também sinto este embrutecimento que nos contamina, que chega no olhar de
gente corriqueira ou que fica pairando no ar e é sorvido, pouco a pouco, nos
dias de desalento. Eu não desejo isto para mim. Nem para você.
As
pessoas não sorriem mais. Riem dos outros. Enquanto isto a miséria de espírito
cresce e alimenta mais o desamor e aquela vontade de enriquecer, custe o que
custar.
As
pessoas não têm mais nomes ou qualidades que a gente possa apreciar. Elas são
títulos, posses, cargos, nobreza ou pobreza. Entulho ou pão de ló. E é disto
que a gente precisa?
Eu
quero nomes.
Quero
histórias.
Quero
gente de verdade, que se importa com o ser humano, não com a mesquinhez do
interesse fútil, mas com a nobreza dos bons sentimentos, estes que a gente tem
esquecido.
Quero
abraçar nos dias de frio.
Quero
aperto de mão, mesmo que ela esteja gelada.
Quero
flor, quero plantas.
Quero
plantio de paz.
Quero
paz para mim.
Quero
paz para você.
E
mais disto tudo.
Na
vida que é tão breve.
Mas,
não deve ser pequena.
Mônica Kikuti