VIRTUDES
LEITURA
MENOS
UM
Tem gente que
oferece migalhas e outros que partilham o pão, mesmo que este seja o único que
dispõem. Há os que em nada acreditam e outros que têm a fé como propulsora da
vida. E as diferenças nos fazem enxergar e sentir, cada instante, de maneira
diferente. Por vezes melhor, noutras, pior. Mas, a magia da vida se descortina
com o aprendizado rotineiro escondido por trás das nuvens, onde nada é por
acaso.
O dia estava lindo. Fazia sol e o céu parecia ainda mais azul. Vi um gatinho preto deitado diante de um portão. Tentei chamá-lo, afinal, quem gosta de gato sempre acha um pretexto para fazer amizade com um bichano novo. A cabeça do gatinho estava um pouco escorada na grade e os olhos entreabertos. Observei-o, tomando distância da morte, embora houvesse uma esperança de que ele estivesse vivo. Enquanto eu ainda pensava nesta possibilidade e absorvia a cena que nunca se quer ver, um homem apareceu ao meu lado. Era um destes moradores antigos da rua. Olhou para o gato e sentenciou: “Está morto! Menos um para fazer algazarra nos nossos telhados.”
Sabe quando se espera uma palavra de conforto e alguém chega e te dá uma pedrada? Foi mais ou menos isto que eu senti, embora eu não quisesse acreditar que ele poderia ser tão insensível. Talvez fosse o momento ou mesmo a antipatia por gatos. É certo, porém, que a gente não ama o que não conhece. E isto também vale para nós mesmos: se não nos conhecemos, pouco nos amamos. Assim, como vamos amar os outros?
Lembrei-me das crueldades que ousamos dizer e fazer, enquanto poderíamos ser“menos um” fazendo. Lembrei-me das discórdias, das fofocas e brigas sem sentido que protagonizamos, enquanto poderíamos ser “menos um” integrando o time dos insensatos. Lembrei-me das más influências e do oportunismo nocivo, que ganham quase sempre “mais um”. Lembrei-me de quanto dói ter “menos um” na seleção dos de bem, dos que respeitam e dos que não perdem tempo com baboseiras, porque sabem que a vida é muito curta e precisa ser bem vivida desfrutando-se da singeleza e magnitude de todas as coisas.
Que sejamos “menos um” a lamentar pelo que não temos, mas “mais um” a ter gratidão pelo que se tem. Que sejamos “menos um” no mau humor e “mais um” a distribuir alegria, com coração generoso e disposto a servir, por pura humanidade. Que sejamos “menos um” para destruir e “mais um” para construir um mundo mais justo, a começar pelo mundo que existe dentro de nós. E que sejamos“menos um” para se desamar, mas “mais um” para se dizer “amo você”!
O dia estava lindo. Fazia sol e o céu parecia ainda mais azul. Vi um gatinho preto deitado diante de um portão. Tentei chamá-lo, afinal, quem gosta de gato sempre acha um pretexto para fazer amizade com um bichano novo. A cabeça do gatinho estava um pouco escorada na grade e os olhos entreabertos. Observei-o, tomando distância da morte, embora houvesse uma esperança de que ele estivesse vivo. Enquanto eu ainda pensava nesta possibilidade e absorvia a cena que nunca se quer ver, um homem apareceu ao meu lado. Era um destes moradores antigos da rua. Olhou para o gato e sentenciou: “Está morto! Menos um para fazer algazarra nos nossos telhados.”
Sabe quando se espera uma palavra de conforto e alguém chega e te dá uma pedrada? Foi mais ou menos isto que eu senti, embora eu não quisesse acreditar que ele poderia ser tão insensível. Talvez fosse o momento ou mesmo a antipatia por gatos. É certo, porém, que a gente não ama o que não conhece. E isto também vale para nós mesmos: se não nos conhecemos, pouco nos amamos. Assim, como vamos amar os outros?
Lembrei-me das crueldades que ousamos dizer e fazer, enquanto poderíamos ser“menos um” fazendo. Lembrei-me das discórdias, das fofocas e brigas sem sentido que protagonizamos, enquanto poderíamos ser “menos um” integrando o time dos insensatos. Lembrei-me das más influências e do oportunismo nocivo, que ganham quase sempre “mais um”. Lembrei-me de quanto dói ter “menos um” na seleção dos de bem, dos que respeitam e dos que não perdem tempo com baboseiras, porque sabem que a vida é muito curta e precisa ser bem vivida desfrutando-se da singeleza e magnitude de todas as coisas.
Que sejamos “menos um” a lamentar pelo que não temos, mas “mais um” a ter gratidão pelo que se tem. Que sejamos “menos um” no mau humor e “mais um” a distribuir alegria, com coração generoso e disposto a servir, por pura humanidade. Que sejamos “menos um” para destruir e “mais um” para construir um mundo mais justo, a começar pelo mundo que existe dentro de nós. E que sejamos“menos um” para se desamar, mas “mais um” para se dizer “amo você”!