VIRTUDES
Prudência
Com a barriga vazia, talvez não fosse prudente pensar tanto
assim.
Ouço vozes e anseios.
Na parede vermelha, os beijos
imaginários impressos com a vontade rudimentar de ter mais do que sempre.
As notícias não são alvissareiras
como os equívocos recém descobertos. Por que pensar no que já foi?
Nas propagandas, letras garrafais lançam as vontades nos
invólucros do "é preciso ter".
Há cobiça do meu lado. Há as
conveniências do pão com manteiga de todo santo dia. E a xícara tilinta.
Poderia ser melhor do que a parede
vermelha com os beijos imaginários recortados em branco e preto.
Quero a cereja do bolo.
Nesta manhã.